O LADO OCULTO DE THOMAS KIM

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SUN KANG

"Que possamos deixar nossas emoções e sentimentos fluírem como água, que sejamos livres para expressa-lós."


Não soube compreender o que sentia ao ser convidada por ele. Foi difícil conter um sorriso tímido.

— Você quer mesmo que eu o veja tocando?

— Porque não iria querer? Quero que sejamos amigos e adoraria que fosse me ver tocar. E também, gostaria de ter a sua opinião, se realmente toco violino bem. — Ele bagunçou os fios azuis. Parecia estar envergonhado também.

— Sendo assim, eu aceito! Que dia poderei estar indo te ver tocar?

— Pode ser no sábado? Eu tenho aulas no sábado também. Acho que será melhor por não termos aulas na faculdade.

— Então está combinado! — Fiquei nervosa ao ponto de não saber o que dizer para mantermos uma conversa.

Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça e direcionou seu olhar para o céu, depois para mim novamente.

— Irei te passar o endereço do meu curso, mas para isso preciso do seu número de celular.

— Ah, sim. Claro! — Ele me entregou o seu celular, e rapidamente digitei meu número o entregando de volta.

— Pronto! Acabei de salvar. Assim que chegar em casa te mando uma mensagem. — assenti. — O céu está tão lindo hoje!

Levantei minha cabeça constatando ser verdade. O céu está lindíssimo! Não observava o céu com frequência, porém sempre que paro para admirar me sinto reflexiva. Senti estar sendo observada e ao olhar para o lado, lá estava o par de olhos amendoados me encarando com um sorriso singelo.

— Preciso ir. Até amanhã, Sun.

— Até amanhã, Thomas. Volte em segurança. — Sorrimos um para o outro.

Será que as estrelas que enfeitam o céu está noite estão tão brilhantes quanto eu?

Observei o dono dos fios azuis caminhar devagar, soltei um suspiro e adentrei.

Ao chegar na faculdade no dia seguinte me preparei para encontrar com ele em algum lugar, mas isso não aconteceu, no intervalo notei que ele não estava presente na mesa com os demais garotos e ao final das aulas ele não apareceu também, foi estranho não o ter visto andando pelos corredores ou conversando com alguém. A noite pensei que talvez poderia o encontrar no ponto de ônibus, contudo mais uma vez ele não apreceu, suspirei derrotada encostado minha cabeça no vidro da janela do ônibus observando o céu estrelado enquanto escutava música.

                             📚🎼

Um mês se passou e com ele Thomas também, ele tinha simplesmente evaporado. Cogitei perguntar para o Cris, ou algum dos amigos dele o que tinha acontecido com Thomas, mas perdia a coragem ao vê-los. Eu estava sentido a falta dele, queria vê-lo! Desde que o conheci ele tornou meus dias menos tediosos, e sem ele aparecendo do nada acabei voltando para aquela vida monótona que sempre tive.

Sexta-feira cheguei na faculdade cabisbaixa sem esperança de o encontrar. Ontem durante a madrugada acordei tendo outra crise de pânico que me deixou alarmada, elas estão voltando gradativamente e isso me preocupa, pois não quero voltar a ter as crises que tinha. Virei no corredor que dá acesso para minha sala quando senti meu celular vibrar no bolso da calça, o peguei vendo um número desconhecido aparecer no ecrã. Relutante atendi.

— Alô.

— Olá, gostaria de falar com a senhorita Sun Kang. — Uma voz grave bem familiar se fez presente do outro lado da linha, me fazendo sorri ao ouvi-la.

O Gᴀʀᴏᴛᴏ Dᴏ Cᴀʙᴇʟᴏ AᴢᴜʟOnde histórias criam vida. Descubra agora