SALVADOR

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                        SUN KANG

“Às vezes nosso porto seguro está onde menos esperamos, e nele encontramos a luz que nos guiará para o fim da escuridão.”

Cheguei em casa acabada estava tão cansada, tirei meu tênis, joguei minha mochila no tapete da sala, pulando no sofá e afundando meu rosto numa almofada verde. O garoto de cabelo azul é de fato um tanto peculiar, intrigante como venho pensando esses dias.

Adormeci ali mesmo no sofá, de qualquer jeito. Acordei por volta das 02:00 hrs da manhã assustada pensando ter perdido o ônibus pra faculdade, o que imediatamente foi constatado por mim que tudo não passou de um sonho. Levantei sentindo uma dorzinha no meu ombro esquerdo — acho que dormi em cima dele. Peguei minha mochila, subindo os degraus vagarosamente indo para o quarto, bocejei algumas várias vezes e meus olhos lacrimejaram; abri o guarda-roupa peguei o primeiro pijama que encontrei fui para o banheiro tomar banho e quase caindo por causa do sono, após o banho tomado me deitei na cama voltando a dormir.

Acordei com meu escandaloso despertador tocando, me espreguicei correndo para me arrumar, como estava um clima agradável vesti uma blusa de algodão branca, uma camisa quadriculada cinza e um short jeans claro larguinho com um cinto de couro sintético marrom e fiz uma trança frouxa no meu longo cabelo rosa.

Peguei minha mochila em cima da escrivaninha, descendo logo em seguida calçando meu tênis deixado na entrada de casa ontem. Como de praxe segui o mesmo trajeto feito todas as manhãs até o ponto de ônibus com meu fone tocando uma de minhas várias músicas favoritas, mas não sem antes passar na confeitaria existente perto do ponto de ônibus. Entrei no estabelecimento retirando o fone indo até o balcão, de longe pude avistar uma deliciosa fatia de bolo de morango através da vidraça; determinada a comprar aquela fatia convidativa, entrei numa das filas que se formava.

Minha boca salivava ao me imaginar degustando aqueles morangos e o recheio delicioso, aquela fatia clamava por mim.

— Bom dia! O que a senhorita deseja?

— Bom dia! Por favor, aquela fatia de bolo de morango. — Me virei espantada ao ouvir alguém do meu lado pedir a mesma coisa.

— Como vamos fazer, só há apenas uma fatia? — A moça que me atendia encarou a outra que atendia o garoto de bucket preto ao meu lado.

— Pode deixá-la comprar, eu peço outra coisa. — Encarei o garoto ao meu lado surpresa pela sua desistência e gentileza.

— Obrigada! — Agradeci recebendo um maneio em resposta.

Me sentei feliz numa mesa mais afastada, abrindo a embalagem de plástico que protegia a deliciosa fatia. Peguei o garfo de plástico pronta para dar a primeira garfada, quando um pigarro chamou minha atenção.

— Pois não? — Ergui meu olhar encarando o mesmo garoto de minutos atrás.

— Poderíamos dividir a sua fatia? Eu divido com você o meu também. — Olhei para suas mãos vendo rosquinhas cobertas por uma camada fina de açúcar, embaladas no mesmo tipo de material que minha fatia de bolo.

— Você me deixou ficar com a fatia... Espere um momento! — Encarei melhor o rosto escondido por baixo daquele bucket, reconhecendo o sujeito — Você de novo?!

— Olá! Mais uma vez uma grande coincidência acontece conosco. — Exibiu um grande sorriso.

— Outra coincidência? Você não está me seguindo, está? — Indaguei baixo vendo seus olhos se sobressaltarem.

— O que? Não, não mesmo, por incrível que possa parecer sempre estamos nos mesmos lugares.

— Você não me convenceu, estou realmente achando estranho. — Seus olhos amendoados fixaram em mim, fazendo com que ficasse sem graça, desviando o olhar.

O Gᴀʀᴏᴛᴏ Dᴏ Cᴀʙᴇʟᴏ AᴢᴜʟOnde histórias criam vida. Descubra agora