Capítulo 6

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Sky

- nós podemos ficar aqui? - digo observando o garoto me levar pra dentro de um mini apartamento no rooftop do prédio.

Eu realmente não sei que lugar é esse, mas é fofo.
Dentro dessa "casinha" que tem aqui em cima, tem apenas um colchão, um banheiro e um frigobar. É bem pequeno.

- me ajuda com isso aqui - Taehyung diz tirando o colchão da cama de casal, o olho confusa.

- o que vai fazer com isso? - caminho até ele e o ajudo a levantar o colchão, mas ele da um tapa na minha mão.

- eu carrego o peso, você pega os lençóis. não quero que se machuque.

- é só um colchão - reviro os olhos e sorrio logo após.

Pego um lençol, alguns travesseiros e edredom, o seguindo.
Jogo as coisas no colchão, quando ele o coloca no chão.
Ele me ajuda a forrar o lençol e nós enchemos de travesseiros e cobertor. É uma noite fria, mas gostosa. O céu está bem estrelado, e a lua está cheia e brilhosa.

- você come frango? batata frita? tem alguma coisa que você não pode comer? - ele pergunta observando a cidade a nossa volta.

- só beterraba, espero que você não tenha pensado nisso - sorrio e ele sorri de volta.

Ele pega o celular do bolso e se afasta um pouco, ligando pra alguém.
Aproveito o momento para o observar. Ele veste um terno preto, com alguns detalhes triangulares. É bem chique, ele fica ótimo desse jeito.
Seu cabelo está com as mechas escuras bagunçadas, voando com o vento.
Ele coloca a mão no bolso, e eu não consigo despregar meus olhos dele.

- quer ver mais de perto? - sua voz rouca me tira de meus devaneios, ele me encara e vem até mim, devagar - pode olhar, eu não ligo.

Ele sorri e eu viro o rosto tímida.

- quem que quer olhar pra você, sai - digo nervosa, sem graça.

- eu quero olhar pra você - ele coloca a mão em meu queixo e vira meu rosto pra si, me forçando a o encarar - você está muito bonita hoje.

- e-eu tô muito bonita sempre - digo sentindo minhas bochechas esquentarem.

- fofa - ele diz num coreano fofo, sorrindo bobo.

- para - cubro o rosto com a mão, mas ele abaixa a mesma com a dele.

- só mais um pouquinho - ele diz fazendo aegyo e continua me olhando.

ele ainda não soltou minha mão, então consigo sentir seus dedos cumpridos segurar minha mão suada sem esforço nenhum, ja que é bem maior que a minha.

- de onde você veio? - ele diz baixo, eu o encaro encantada.

- Brasil.

- mentira! eu amo o Brasil! me leva pra conhecer sua família - ele diz animado com os olhos arregalados.

- olha, eu não aconselho você a falar essas coisas pra outras garotas, sabe, eu ainda sei brincar, mas isso é esquisito - rio de sua cara.

- to falando sério. quero conhecer você, Sky. quero conhecer seu país, a cidade onde você cresceu, sua família, tudo.

- não tenho nada de interessante pra conhecer, Tae.

- você, por si só, é muito interessante. e se você não me deixar eu vou contratar um detetive pra descobrir tudo sobre você e me contar tudinho em detalhes - ele me mostra a língua e eu sorrio.

- outro dia, tá bom? - tento soltar minha mão da sua, mas ele não parece ligar muito, ja que não a solta.

- me fala pelo menos as coisas básicas então. quem é você? - ele se arruma no colchão e apoia seu braço no joelho.

- bom... meu nome é Jeon Haneul, mas me chamam de Sky, você já sabe. mas na verdade, meu nome verdadeiro, o ocidental, é Vitória. eu tenho 20 anos, sou brasileira, vim pra Coréia fazem algumas semanas... eu faço faculdade de música, toco alguns instrumentos e também danço. acho que só.

- viu, interessante! - ele sorri - me ensina a tocar violoncelo. eu soube que você toca.

- ensino. você tem dedos cumpridos, vai se dar bem - levanto sua mão com a minha, olhando seus dedos com cuidado.

- eu vou ter que descer lá embaixo rapidinho, me espera aqui, tá bem? não sai daqui. e fica tranquila, ninguém sabe desse lugar - ele diz calmo antes de soltar minha mão e sair a passos longos de onde estávamos.

seguro meu pulso e trago minha mão até a altura de meu rosto, olhando-a com um sorriso.

- só pode ser um sonho. eu vou acordar na minha cama no apartamento dentro de alguns minutos - me jogo pra trás, deitando em meio aos travesseiros.

alguns minutos depois, vejo o garoto caminhar até mim com alguns pacotes na mão.

- trouxe comida. tô faminto! - ele sorri se sentando ao meu lado.

me levanto, sentando também.

- eu também trouxe meu computador. vamos assistir alguma coisa.

ele abre a máquina e escolhe algum filme enquanto eu abro os pacotes.
ele comprou frango frito, batata frita, alguns hambúrguers, salgadinhos e refrigerantes.

um filme começa a rolar no notebook, e eu surto ao notar que é High School Musical.

- VOCÊ ASSISTE HIGH SCHOOL MUSICAL? - digo alto e ele tampa minha boca, rindo.

- não grita, teremos problemas se nos encontrarem aqui. e sim, eu amo.

- nós somos marido e mulher agora, vou comprar as alianças amanhã, querido - digo zoando, sorrindo.

- o marido que compra as alianças, deixa comigo - ele dá um piscadela.

ele tinha um dos anéis de seu mindinho e pega minha mão, o encaixando em meu anelar.

- eu tenho dois iguais - ele mostra seu anelar direito, com um anel idêntico.

sorrio sem graça e pego algumas batatas fritas.

- eu vou comer 6 batatas fritas ao mesmo tempo, olha só - coloco uma por uma na minha boca, com muita dificuldade, e acabo mordendo meu dedo.

Ele sorri alto antes de me ajudar e rir da minha cara novamente enquanto eu apenas dizia sem graça que ocorreram problemas técnicos.

passamos a noite inteira comendo as besteiras que ele trouxe, assistindo filmes bobos.
nós assistimos a pequena sereia depois de High School Musical, Barbie e o segredo das fadas, Camp rock e até Pocoyo.
Acho que nunca ri tanto na minha vida. Taehyung usa todos os momentos possíveis pra me fazer rir e me sentir bem.
Ele acaba dormindo com o braço debaixo de mim, então eu abaixo a tela do notebook e me ajeito, deitando de uma forma confortável para ele.

Ele se arruma deitando a cabeça no mesmo travesseiro que eu, posicionando esse braço mais embaixo, na minha cintura. Ele encaixa minha cabeça em seu ombro e olha para o céu.

- pensei que estivesse dormindo - sorrio tímida.

- eu queria contar as estrelas com você, antes.

- não pode! vai nascer uma verruga no seu dedo.

- eu não ligo - ele sorri, começando a contar.

ele aponta pra cada uma delas, terminando de contar no número 53.

- wow, 54 - ele diz apontando pra mim, com um sorriso enorme do rosto - essa ainda é a mais brilhante.

sorrio grande. tenho certeza que meus olhos estavam brilhando mais que essas estrelas, quando nossos olhares se encontravam.

- sabe, preciso que você guarde segredo sobre isso. não podem saber de jeito nenhum que estivemos aqui em cima. é restritamente proibido - ele morde o lábio inferior como quem aprontou.

- seu segredo está salvo comigo, senhor.

- isso é bom. aproveitando essa troca de segredos, você pode guardar mais um? - ele me encara profundo e eu assinto. - perfeito.

ele diz baixo, com a voz rouca, antes de selar seus lábios quentes no meu.
me assusto, surpresa. ele se afasta.
o encaro, surpresa, com olhos confusos. ele apenas sorri, fechando os olhos.

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