III. Three

279 37 8
                                    

"Ele" era como a sombra que te persegue enquanto caminha sob o sol, "ele" era como um doce obsessor que te persegue e te pesa nos ombros sem ninguém ver

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Ele" era como a sombra que te persegue enquanto caminha sob o sol, "ele" era como um doce obsessor que te persegue e te pesa nos ombros sem ninguém ver. "Ele" estava lá sem estar e estava tão perto que se confundia com a origem de sua obsessão, era tão silencioso e calado que não chamaria a atenção necessária para ser tirado de cima de sua tão amada obsessão.

Obsessão essa que ele remoía enquanto se alimentava lentamente daquela miserável vida humana, vida essa que ele se agarrava com tanta avidez que sofria o risco de quebrar.

Respirava por ele, o coração batia por ele e desafortunadamente ela pertencia a ele de forma excruciante.

Era ela a faísca de vida que já estava morta a muito tempo, vivendo e habitando uma capa delgada de carne e sangue, sangue que corria depressa em suas veias e enchia seu cérebro, fazendo pensar e racionar sobre tudo... Sobre ser dele.

- Emília? - pisco vezes seguidas e olho para a porta. Solto o diário e saio da minha ilha de pensamentos.

- Sim? - tia Katherine abre a porta e um senhor sorri.

- Ele vai arrumar sua janela. - Assinto. O senhor entra e saio de perto da mesinha, fecho o diário e guardo dentro da primeira gaveta. Caminho em direção a porta e passo por tia Katherine. - Você ainda escreve naquele caderno? - ela pergunta em voz baixa e ignoro. - Vamos deixar o senhor consertar em paz! - ela diz e desce logo atrás de mim.  - Achei que não escrevia mais naquele caderno velho.

- Escrevo. - antes que cheguemos ao andar debaixo, a campainha toca. Caminho para a porta e abro, meu sorriso de educação desaparece em instantes. O vizinho está a nossa porta e olha para os pés, tem uma travessa de bolo na mão, mas parece distraído com alguma coisa em seu sapato.

- Quem é Emília? - Encaro a morte de frente. A mais bela visão da morte, porém a visão mais assombrosa possível dentro de olhos negros e rodeados por uma aura tão sombria. A visão da minha própria sentença de morte. Levo a mão ao peito e recuo. Tia Katherine para ao meu lado. - Bom dia! O que deseja? - ele sorri e parece não ter me notado ainda, levanta o olhar para encarar minha tia.

- Bom dia! - ele franze o cenho e engule seco. Recuo mais e acabo parando apenas quando estou o mais distante possível da porta. Ele me olha de relance e parece se conter seja lá o que esteja sentindo, mas eu sei o que ele me faz sentir. Puro terror. Posso ver atravéz de seu rosto bonito, posso enxergar a falta de respeito a vida humana. Ele sorri abertamente e encara minha tia. - Eu sou novo na vizinhança e gosto de me apresentar... - tia Katherine pega a travessa. - Me chamo Christopher Drak, é um prazer conhecer a senhora e sua... - seu olhar trava em mim e permaneço congelada pela sensação de ver em carne e osso uma pessoa que me produza as mesmas sensações do pesadelo.

- Minha sobrinha, Emília Johnson! - ele assente e volta a olha para tia Katy.

- É um prazer... - ele diz e se curva levemente. - Eu vou in...

CURA-ME (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora