XIV. Fourteen

191 27 13
                                    

O tempo amanhece fechado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O tempo amanhece fechado.

O barulho dos trovões tomam o céu e é como noite, mesmo sendo dia. Ouço toques a porta.

- Entre. - Margareth abre a porta do quarto.

- Oi querida... - sorrio.

- Oi Margareth. - ela me olha com ternura.

- Não vai almoçar? - nego.

- Obrigada... Estou sem fome. - digo e olho para a parede de vidro. As árvores balançam de um lado a outro por causa do vento e as densas nuvens continuam se acumulando.

- Precisa de algo? - nego.

- Estou bem. - digo e sinto a cama afundar, olho para Margareth, ela está sentada na ponta e me olha com preocupação. - Eu quero os remédios. - digo e ela suspira.

- Apenas o doutor Dr...

- Eu quero os remédios Margareth. - afirmo e ela pisca vezes seguidas.

- Ele disse que você está viciada nos remédios e pela abstinência, está tendo essas alucinações. - "O quê?!" rio com desgosto.

- Ele disse isso? - a capacidade humana de mentir para seu próprio benefício é extremamente desenvolvida, justamente porque queremos que as coisas aconteçam como o planejado, porém algumas vezes, machucamos aquilo que está no percurso.

Me levanto da cama e caminho para fora do quarto.

- Emília! - Margareth chama e começo a descer as escadas.

- Onde ele está? - pergunto e Margareth desce atrás de mim.

- Se acalme Emília, você precisa se... - paro no meio das escadas e olho para Margareth.

- Onde?! - grito. Ela olha para mim com tristeza.

- Ele saiu cedo. - assinto e começo a caminhar novamente, termino de descer as escadas e saio da casa, caminho pelo gramado sentindo o vento bater contra meu rosto. - Emília! Vai cair uma tempestade, retorne. - ignoro.

Continuo andando em direção a pequena estrada que leva para fora do meio da floresta. Adentro ela e caminho apressada. O barulho produzido pelas folhas é enorme e o vento está realmente forte.

Sinto lágrimas em meus olhos.

Eu preciso dos remédios! Estou morrendo por dentro.

Continuo caminhando e depois de um tempo, apenas tenho floresta me rodeando dos dois lados. Não preciso andar muito mais, pois o carro dele aparece e vem diretamente para onde estou, ele está retornando afinal.

Ele para o carro e desce. Deixo as lágrimas rolarem.

- O que faz aqui senhorita Johnson? Vai cair uma tem... - me aproximo e dou-lhe um tapa no rosto. Ele leva a mão com a luva no rosto e pisca vezes seguidas apertando o maxilar.

CURA-ME (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora