Os passos ecoavam pesados e apressados pelo corredor do castelo. Os soldados escoltavam a princesa até à sala do trono, por cada criado que ela passava um olhar triste ou de pena seguida de silêncio lhe era direcionada.
Ela não sabia o que se estava a passar e um certo medo tomava conta do seu ser. Ela nunca foi de acreditar muito em Deus mas aquele era um dos momentos em que ela razava para estar tudo bem.
Chegando à grande sala do trono a porta foi aberta revelando a sua mãe e seu pai, o rei e a rainha, com caras nada boas. Mas vindo do seu pai já era habitual por vezes parecia que ele a odiava, ele nunca falava com ela sem ser para gritar ou chamá-la de burra, e o seu irmão Griffin não era melhor.
Quanto à sua mãe, bem, ela apenas sofria em silêncio e muitas vezes as discussões entre eles tornavam-se violentas e físicas, mas ela nada podia fazer. Era uma mulher e as mulheres sofrem em silêncio pelas crueldades dos maridos, é como funciona o mundo.
Griffin era igual ao pai, arrogante e violento que só via as mulheres como se fossem inúteis e sem qualquer tipo de valor para a sociedade. Por isso que ela o odiava. Mas também sabia que o irmão tinha as costas quentes por ser o preferido do pai, apenas por ser um homem.
O homem encarava os seus olhos azuis com frieza, e a rainha com uma expressão de tristeza percetível. O rei levantou-se e foi até ao criado para que este lhe servisse mais vinho. Em seguida ordenou que ele se retirasse.
- Pai o que se passa? Porque estão todos a agir de forma peculiar? - perguntou curiosa com um pouco de receio.
- Bem, quero que saibas que te arranjei um marido Jelena! - disse e voltou para o seu trono.
- O quê? Um marido? Mas quem? - perguntou com muito medo da resposta.
Ela só esperava que ele não lhe respondesse que seria um dos seus amigos de longa data que para além de serem muito mais velhos eram também repugnantes e asquerosos, sempre a olhar para ela de forma pecaminosa, o que a deixava extremamente desconfortável e indisposta.
- Minha filha nós precisamos que faças isto pelo bem de todos nós. - soou a voz preocupada de sua mãe.
- Posso ao menos saber quem será o meu futuro marido. Meu pai? - perguntou dirigindo-se ao rei.
O homem bebeu um copo de vinho e em seguida levantou-se do trono esticando os braços de forma teatral.
- O novo sultão turco! ZAYN MALIK! - gritou o nome do homem bem alto.
O seu chão havia acabado de ser retirado, parecia que estava a cair num buraco de escuridão. - O sultão! Mas pai eu nem o conheço, não sei nada dele e nunca o vi. Nem sei qual é a sua aparência e eu acho que pelo menos deveria saber com que me irei casar. - exclamou indignada.
- Quanto à sua idade não tens de te preocupar, ele é bem jovem e viril. E quanto ao resto tu nada tens de fazer ou saber, terás apenas a função de dar-lhe herdeiros. - disse de forma fria.
- Mas meu pai...Turquia, como é que...
- Não te preocupes. - disse interrompendo-a de forma brusca. - Tu irás para lá. Tudo será realizado na Turquia incluíndo o casamento. Apesar de pouco me agradar a minha filha casar sob leis pagãs, foi o acordo. E eu cumpro sempre com a minha palavra. - disse e riu convencido.
Ela queria chorar e gritar até perder as forças mas não queria mostrar parte fraca em frente do seu pai e muito menos do seu irmão que tudo faria e diria para a fazer sentir-se pior.
- Mas qual o motivo deste casamento meu pai? - perguntou e o homem levantou-se indo até ela com um ar furioso.
- O MOTIVO É QUE AQUELES PAGÃOS SÃO MAIS DIFÍCEIS DE MATAR DO QUE NÓS PENSAVAMOS E NA ÚLTIMA CRUZADA FIZ UM ACORDO COM O ANTIGO SULTÃO DE QUE A MINHA FILHA IRIA CASAR COM O SEU FILHO QUANDO ELE MORRESSE! ASSIM PODEMOS DAR UMA TRÉGUA E TU AO INVÉS DE PREOCUPARES COM ASSUNTOS DE HOMENS DEVIAS COMEÇAR A PREPARAR-TE PARA LHE DARES UM HERDEIRO OU QUANTOS ELE QUISER E BEM ENTENDER! - gritou com raiva muito perto do seu rosto. - Agora desaparece da minha vista, e respondendo à curiosidade vais embora na próxima semana. - disse e voltou a sentar-se no seu trono.
- Com certeza meu pai. - disse com uma voz chorosa.
Depois de fazer uma vénia retirou-se do cômodo pronta para voltar para os seus aposentos e chorar na sua almofada. Mas a voz do seu irmão a chamá-la fez com que ela parasse.
- Com que então irás ser mais uma das putinhas do sultão. - disse e sorriu de forma maliciosa.
- Eu irei para me tornar a sua esposa, não a sua puta. - disse tentando soar o mais firme possível.
- Sim juntamente com as restantes esposas do seu harem. Assim que ele se fartar de ti irá procurar por outras. - disse e saiu dali enquanto ria da agonia de sua irmã.
Ela sabia que mais tarde ou mais cedo isso iria acontecer, que iria para um casamento sem amor, com um homem que possívelmente a usaria para o que queria e sem se importar com os seus sentimentos ou vontades. A sua mãe era outro aspeto que também a preocupava, no entanto a rainha era uma mulher forte que tinha sobrevivido às varias crueldades do marido, ela ficaria bem. Para além disso havia algo de bom eu ir para uma terra tão longínqua quanto a Turquia, o seu pai e o seu irmão ficariam em Inglaterra e possivelmente nunca mais os iria ver na sua vida. E isso era simplemento maravilhoso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vendida ao Sultão || (ZIGI) AU✔️
RomanceO que era para ser uma aliança torna-se algo mais profundo.