Como (não) lidar com uma paixão || vhope

O jogo e outras descobertas

Eu precisava urgentemente falar com Yoongi. Tipo, desesperadamente. Mal consegui dormir. Assim que cheguei à escola fui correndo atrás dele. Ele ainda não havia chegado. Droga. Só me faltava essa agora. Yoongi vai chegar atrasado logo quando eu tô a beira de um colapso mental. E para piorar meu estado, aparece a cereja do bolo do meu desespero.

— Bom dia, hyung. — ah, Taetae, não me venha com esse sorrisinho quadrado e bonitinho a essa hora. — Dormiu bem? — não.

— Mais ou menos.

— Por quê? — por sua causa, talvez.

— Andei pensando muita coisa…

— Tipo, o quê? — tipo sobre eu não saber o que tá acontecendo comigo nesse momento.

— Ah, Taehyung, sobre um monte de coisas. Não queira saber. — por fim ele deu de ombros.

Já estávamos em classe, só esperando que a aula começasse. E eu esperando que meu querido amigo chegasse. 

Percebi que acostumei mal meu dongsaeng quando Taehyung deitou sua cabeça na minha mesa e ficou me olhando com uma cara de pidão, ele queria carinho no cabelo. Eu devia parar com essa mania. 

Não tinha notado que o Kim chegou com uma carinha de sono a ponto de ficar com os olhos apertados e um biquinho a ser formado em sua boca.

— Parece que eu não fui o único a não dormir direito, ein? — disse enquanto alisava seus fios quase dourados. Ele já se encontrava com os olhos fechados.

— É, madruguei jogando Overwatch com Jiminie.

— Ah, Jiminie… — falei sem ânimo tirando minha mão de sua cabeça.

Não é de agora que Jimin está presente em tudo. Como eu já citei antes, os dois se conheceram porque eram novatos e blá, blá, blá. Se tornaram os famigerados BFF’s. Desde então era assim, quando não estava comigo e Yoongi, Taehyung estava agarrado com o Park. Ou melhor, com o Park agarrado nele. Parecia um bebê coala pulando em suas costas, um grude só. Ele sempre tem que falar de Jimin nas nossas conversas, e em um delas citou que o seu amiguinho é bem carente. Ao extremo, eu diria.

— Por que parou? — sua voz me despertou dos meus pensamentos um pouco ciumentos.

— O quê? — ele revirou os olhos sorrindo e direcionou minha mão de volta aos seus cabelos.

— Você é um folgado, sabia?

— A culpa não é minha se você faz um cafuné tão bom. — ele sorriu de olhos fechados e eu senti uma pontada com sua frase. Quietinho, coração.

Apenas suspirei aceitando meu destino. Talvez eu coloque no meu currículo: sei fazer cafuné. Vai que ajuda.

Passou-se mais alguns minutos até eu avistar um ser apressado adentrando a sala de aula todo afobado chamando atenção de todo mundo presente por quase cair no chão. Parabéns para quem pensou Min Yoongi. 

—  Acordei atrasado hoje. — falou assim que se sentou à minha frente. 

— Ah, jura? — o mais novo ironizou.

— Volta a dormir, Taehyung. — Min falou irritado.

— Na verdade, eu preciso falar com você, hyung. — opa, opa, opa. Ele também?

— Na verdade, eu só vim, mesmo acordando atrasado, porque alguém ameaçou botar laxante na minha comida se eu faltasse hoje dizendo que quer falar comigo também. — olhou para mim sorrindo forçadamente. — Então, meu dongsaeng favorito, primeiro vou falar com esse alguém.