O outro lado da história e a verdade

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Já esse é narrado pelo Taehyung, o próximo já volta a ser pelo Hoseok ^^



Cansativa. É como eu posso descrever como sempre foi minha vida. Não, eu não estou cansado de viver, me deixe terminar. Cansativa porque minha família nunca parou em um lugar só. Vivíamos pulando de cidade em cidade por conta do trabalho de meu pai, verdadeiros nômades. Ele é bombeiro e sempre que podiam transferiam ele de quartel, o jogando para lá e para cá em todo país. Meus pais são muito unidos e não queriam ficar separados por conta de trabalho, por isso tomaram a decisão de que onde quer que ele fosse, o resto da família também iria. O resultado disso é nós nos mudando de tempos em tempos. Desde que eu me entendo por gente, acho que nunca fiquei em uma cidade por mais de dois anos.

Resumindo, é muito cansativo. E triste também. Me senti sozinho por muito tempo. Eu não fazia muitos amigos e quando fazia, tinha que deixá-los para trás por causa das mudanças. Eu era filho único, até ganhar um irmãozinho de presente. Literalmente, ele nasceu no natal. Taeyong, agora com seus sete aninhos, era a minha companhia e eu o amo muito. Apesar disso, eu me sentia mal por não ter amigos da minha idade, mas aprendi a deixar isso um pouco de lado para não me apegar muito e não ser pior me despedir dos meus colegas.

No entanto, eu tenho planos diferentes agora. Esse ano eu me torno maior de idade e vou ter – eu espero – a chance de escolher se vou me mudar com eles ou não. E, por Deus!, eu não aguento mais essa vida de nômade. Portanto, decidi não me privar de fazer novas amizades e gostar da cidade, pois eu iria permanecer ali. Além de que eu tenho meus motivos para ficar dessa vez.

Quando eu cheguei na nova escola em Seul, foi um pouco estranho, como em todas as outras vezes em que me mudei. Eu era o famoso novato, e as pessoas costumam notar pessoas novas no seu território. Receber olhares de desconhecidos se tornou algo comum para mim, mas não era por isso que eu deixava de me sentir desconfortável.

Ah! Devo citar que antes de começarem de vez as aulas, a escola promoveu uma espécie de semana de adaptação, ou algo assim. Desnecessário ao meu ver, nos outros colégios não havia isso. E nem era realmente uma semana, foram apenas dois dias. Menos mal. Enfim, foi daí que eu conheci Park Jimin do 3-F, um baixinho reclamão e impaciente que também achava tudo aquilo sem necessidade alguma. Ele reclamava alguma coisa perto de mim e eu concordava, e então nós passamos a conversar mais e nos conhecer. Fiquei frustrado quando descobri que não seríamos da mesma turma. Até cogitei a ideia de pedir transferência de sala para ficar com meu novo amigo, porém esse pensamento passou rapidinho no primeiro dia de aula.

Cheguei cedo na escola, havia apenas alguns poucos alunos e funcionários pelo pátio. Me sentei em uma das mesinhas que ficam espalhadas pelo local que me dava ampla visão de quem chegava. Todos iam chegando com a mesma cara de que não queriam estar ali, porém com uma pitada de alegria por estar vendo os amigos.

Minha distração foi destruída quando avistei certo alguém. Ele. Sua presença me chamava atenção como se ele emanasse luz própria com o seu sorriso grande e olhinhos brilhantes. Uau.

Fui tirado do transe que aquele garoto me proporcionou quando Jimin chegou batendo no meu braço e eu tentei disfarçar o fato de que eu quase babava. Ficamos conversando por um tempo até que nós tivemos que nos separar. Lembra quando eu disse que tinha parado de me desapegar aos outros para não sofrer depois¿ Pois é, acho que fiquei carente depois de um tempo. Digo isso porque depois de apenas cinco dias que conheci o Park já me sentia mal por ficar longe dele. Podem dizer, eu sou um bebê.

Enfim, Jimin foi para a sua sala e eu fui à procura da minha. Quando a achei, tratei logo de sentar em um lugar lá do fundo, tática que eu aprendi para que ninguém repare que eu sou novo no local. Às vezes funciona. Assim eu fiz, última cadeira, batucando meus dedos na mesa enquanto tentava decorar os rostos dos meus novos colegas que entravam na sala. Alguns deles me notavam e até acenavam e eu apenas os cumprimentava balançando a cabeça.

Como (não) lidar com uma paixão || vhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora