Como (não) lidar com uma paixão || vhope

O namorado e os curativos

Três semanas e três dias. Esse foi tempo que se passou desde o dia em que eu fui para a casa de Taehyung e aconteceu… que nos beijamos. E acho que de alguma forma nós nos entendemos, pelo menos ele explicou o que fez e porque fez, e isso é bom. Eu me declarei e… foi muito boa a sensação que me preencheu em questão de segundos.

Enfim. 

Três semanas e três dias se passaram desde esse dia em questão até chegarmos na situação em que eu estou agora. Cá estou eu, em uma festa, desolado porque todos me abandonaram. De novo. Parece que voltamos às origens, não é mesmo?! Mas antes vamos voltar um pouquinho para você saber o que aconteceu nesse meio tempo. 

Naquela noite, por incrível que pareça, nós estudamos como dois bons alunos responsáveis, que lindos. Bem, isso depois de enxugar a casa inteira que molhamos e trocarmos as roupas encharcadas. O Kim me emprestou suas roupas - uma camiseta qualquer e uma calça moletom -, estas que ficaram um pouco largas, quase nada, por conta de Taehyung ser minimamente maior do que eu — eu não sou baixo — e mais largo também. Aqueles ombros… 

Eu fui para casa antes que ficasse tarde demais, porém ainda deu tempo de eu conhecer sua mãe e seu irmãozinho, dois fofos, principalmente Taeyong. Tenho um fraco por crianças, perdão. Então, depois desse encontro eu fui embora e acordei no outro dia ardendo em febre, graças a linda chuva que peguei na noite passada.

Passei uma semana com muitos espirros e tosse, debaixo de três cobertores, conversando com Yoongi e Taehyung apenas por mensagens. Boatos dizem que eu estava dormindo com a camiseta de Taehyung e não pretendia devolver por motivos óbvios: ela é muito confortável e, mesmo depois de lavada, ainda possui o cheiro de dele, porém nada confirmado. Estou falando besteiras? Talvez. Droga de coração apaixonado.

Sabe, ainda é estranho pensar “nossa, eu estou apaixonado”, não que seja mentira, mas é porque é a mais pura verdade. E eu tenho medo da verdade. No entanto, eu procuro deixar esse medo de lado, afinal, eu já fiz o que mais temia, me declarei para ele. A única coisa que me barra agora é o fato de eu não saber o que fazer e a timidez repentina que me atinge toda a vez que eu olho para aquele rostinho bonito e me lembro dos nossos beijos. E isso que fez eu estar onde estou agora. 

Depois de melhorar daquela gripe, as duas semanas que se seguiram eu não beijei Taehyung mais nenhuma vez. Não me agrida com palavras, por favor! Espere eu terminar. Voltando. 

Eu não sabia como agir com ele e o Kim também não sabia de muita coisa, até onde eu sei, seu primeiro beijo foi comigo naquela festa maldita. Somando também com o fato de que tivemos o período de provas que duraram duas fucking semanas. Um saco. E nesse período nós nos focamos mais nos estudos, principalmente eu que não sou nenhum aluno nota dez como Yoongi ou Taehyung. Ou seja, não tivemos muito tempo para isso a princípio.

Bem, é complicado explicar, só sei que nesses dias o trabalho dessa boquinha aqui foi apenas falar e comer. Nós agimos como antes, nada parecia realmente ter mudado e nem sequer falamos mais daquela noite, mas não é como se ela não tivesse acontecido. Yoongi que achou estranho. Ele foi o primeiro para quem eu contei tudo, claro, aliás, o único também. Posso comparar a sua reação à de alguém que estava assistindo um jogo de futebol ou uma fangirl no show de seu artista preferido. 

Bom, segundo o Min, finalmente as coisas estavam andando, mas voltaram à estaca zero de novo. Eu o ignorei, pois pensei que estava tudo bem até que eu me vejo preso a outro problema: eu estava carente de Taehyung. 

Depois de passar mais de duas semanas com a cara enfiada nos livros e quase não dormindo direito, não só as provas acabaram como também a minha dignidade, pois eu não esperava notas muito boas saindo dali.