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Ao chegar no andar desejado, as duas mulheres se separaram, Miranda se dirigiu direto ao seu escritório, fechando a porta atrás de si. Já Andrea ficou parada feito uma estátua no meio do caminho, sem saber a que lugar devia se dirigir.

Seus pensamentos foram interrompidos por um homem extremamente agitado, que dava ordens à um grupo. Logo que reparou na bela morena, o mesmo se aproximou, com uma expressão gentil.

-posso te ajudar, meu bem? Já sei! Você é alguma modelo novata e está perdida? - Andy jogou a cabeça para trás soltando uma gargalhada - sinceramente querida, você ouviu alguma piada? As vozes da sua cabeça que estão contando?

-Ah não, as vozes não tem senso de humor - revirou os olhos - sinto muito, parece completamente improvável pra mim ser uma modelo - ela sorriu - na verdade estou aqui para uma entrevista - abriu a bolsa pegando um pequeno pedaço de papel - hum, Priestley, eu tenho uma entrevista com Miranda Priestly...

-Ah sim claro, venha comigo, vou te levar até a assistente dela.

O mesmo grudou em Andrea pelos braços e saiu rápido pelos corredores, rindo como se a conhecesse a anos. Logo que chegaram, Emily a enviou direto para sala, reclamando sobre pontualidade.

Para o choque de Andrea, a mesma mulher do elevador a esperava, agora com uma postura mais fria, mas o olhar de conhecimento ainda permanecia ali, deixando Andrea curiosa e desconfortável.

                                   ***
(...)

-Hm, o que te fez se interessar tanto por esse trabalho? Por que nunca se aventurou em outras posições na revista, até mesmo na própria Elias Clark?

-Ainda adolescente, quando toquei na revista runway a primeira vez, eu sabia que era o que eu queria fazer.
-Foram metas criadas, anos de estudo, ao contrário do que pensam eu não consegui chegar aonde estou como mágica, eu lutei lá de baixo e continuo lutando agora!
-Eu nunca sequer pensei em trabalhar em outro lugar, que não seja como editora chefe da runway, não é, nem nunca vai ser uma opção.

-Como era a Miranda antes da runway?

-Não existia uma Miranda - olhei completamente confusa - eu troquei meu nome no momento em que sai de casa, foi uma forma de deixar uma vida que não me satisfazia para trás.

-Eu posso perguntar qual era esse nome? - perguntei mais por curiosidade.

-Não, você não pode. Isso é tudo!

                                      ***
Alguns longos minutos depois, Andrea se despedia da mulher, carregando todas as suas coisas em sua mão. Ela soltou um suspiro e começou a guardar a suas coisas.
Para ela, aquela foi uma das suas entrevistas mais difíceis, achava a mulher completamente fechada, não conseguia sentir sinceridade em suas palavras, sentia lá no fundo que a mulher escondia muita coisa através de suas respostas curtas. O que não fazia sentido nenhum, já que nem se quer a conhecia.

Soltou outra risada, ao se lembrar que quase achou que a mulher das mensagens se tratava de Miranda Priestley.

Elas podem ter o mesmo nome, mas é impossível serem a mesma pessoa.

A jovem mulher pensou antes de sair do prédio.

                                        ***

A lerdeza da Andrea pode ser comparada com a minha, meu pai amado.

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