Capítulo 3

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Duas semanas depois da festa e Derek não apareceu na escola. Uns falam que ele foi morto por não pagar dívidas de drogas outros falam que ele viajou. Prefiro a segunda alternativa. Esses dias sem ve-lo me fizeram pensar ainda mais que eu preciso ajudá-lo.
Peguei meu celular e fui pesquisar sobre casos de pessoas com dependências químicas. A pessoa que depende de uma substância tem transtorno mental e também físico. Tem que ter muita força de vontade para conseguir sair disso.
Ao sair da escola passo na casa do Derek para ver oque aconteceu, toco a campainha e quem atende é sua mae.

- Olá, tia Carla, Derek está?- perguntei esperançosa. Antes de tudo acontecer eu costumava vir a casa deles para fazer trabalhos escolares.
- Oi querida, ele está lá encima. Ja tem três dias que não sai do quarto para nada, ontem foi o último dia que escutei algum barulho vindo de lá mais tenho certeza que não saiu.- disse assustada.
- Posso subir? - perguntei esperançosa
- Claro minha filha, Claro, qualquer coisa para conseguir tirar ele de la.

Subo as escadas indo direto para seu quarto já que eu sabia qual era. Bato em sua porta e aguardo resposta. Não escuto nada. Bato de novo e nada. Tento abrir e está destrancada abro lentamente e me deparo com uma cena horrível. Derek jogado no chão de olhos fechados e mais branco do que já era. Dou um grito alto e a mãe dele sobe as escadas correndo ao olhar para seu filho ela cai no chão chorando. Pego meu celular chamando a ambulância, após ser atendida falo o endereço e desligo correndo para ele vendo se tem sinais vitais. Seu coração ainda bate graças a Gosh.
A ambulância não demorou a chegar e já foi colocando ele na maca para sair. A mãe dele foi junto no carro e eu chamei o Uber para ir. Preciso de um carro urgente. Ao chegar no hospital de Finnigan , encontrei dona Carla ao lado de fora fazendo sua ficha e corri até ela.

- Tia! Já saíram para falar alguma coisa? Como ele está? - perguntei aflita.
- Ô minha filha , foi horrível. Ele teve uma convulsão dentro da ambulância e me disseram que poderia ser overdose. Levaram ele lá para dentro e não me deram nenhuma notícia ainda. - me falou chorando.
- Ah tia, vai dar tudo certo. Vamos só pensar positivo.- falo. Mano falo cada merda como pensar positivo em uma situação dessas.
Ligo para minha mãe e digo a situação. Aviso que não tenho hora para voltar para casa. Ela falou que posso ficar o tempo que precisar, para não me preocupar.
Esperamos alguém vir falar como estava o caso. Demorou horas até que uma enfermeira aparecesse e perguntasse pela família do Derek.

- Parentes de Derek L'ancell?  - perguntou procurando.
- Aqui! Sou a mãe dele- falou esperançosa tia Carla.
- o Doutor Joshua acabou a cirurgia , e daqui a poucos minutos ele irá vir conversar com a senhora.- falou e saiu.
Aguardamos o médico chegar. Em pouco tempo ele apareceu com uma cara nada boa.
- Familiares de Derek? Perguntou e assentamos.- Bom ele teve uma parada cardíaca por conta do alto nível de drogas em seu corpo. Também teve uma overdose. Conseguimos trazer ele de volta, porém tivermos que colocar ele em como induzido. Também será bom porque com isso haverá a desintoxicação da droga. É importante esse momento para você, mãe , pensar em coloca- lo em uma clínica de reabilitação.- Olha para tia Carla e fala tristemente.
- Aí meu Gosh. Eu não estou acreditando nisso, não estou - fala e começa a chorar.
A reabilitação é um processo muito lento para a desintoxicação de drogas. Porque a pessoa realmente tem que querer sair. Também é dolorido, a pessoa fica em abstinência, o corpo todo fica tremendo e suando.
- Podemos ver ele Doutor?- perguntei
- Claro, mais uma de cada vez e durante 20 minutos cada.
Tia Carla foi primeiro e nesse tempo o pai de Derek chega com uma cara nada amigável.
- Porque eu fiquei sabendo por terceiros que meu filho está aqui?- perguntou muito bravo.
- Desculpe senhor Mike, foi tudo tão rápido que não lembramos de avisar ao senhor. Dona Carla está lá dentro um momentinho com ele e fiquei aqui fora esperando. Ela já deve estar saindo.- falo angustiada.
- E como está a situação?- perguntou aflito.
- Está tudo muito feio senhor.- falo olhando em seus olhos. Derek puxou seu pai. Cabelos escuros,palidos e os olhos mais lindos que já vi. - Ele teve uma parada cardíaca, overdose e ainda tiveram que colocá-lo-lo em como induzido para que o estado de overdose não se agrave. O médico pediu também para conversarem e tentar internar ele em uma clínica de reabilitação. O corpo dele não está mais aguentando tanta droga.- falo triste
- Eu vou tirar meu filho dessa. Não aguento mais vendo se matar desse jeito.
- Dona Carla está vindo aí. O senhor pode ir ve-lo, irei por último.
- Obrigada minha filha.

Espero pela minha vez ansiosamente. Mike saiu do quarto com os olhos bem triste e falou para mim entrar. Segui a direção que ele apontou e ao entrar no quarto, o vejo deitado imóvel e começo a chorar. A tristeza de ver alguém que você ama assim, é horrível. Sento em uma cadeira e lhe conto como foi a semana na escola. Digo-lhe que irei todos os dias o visitar. Ao dar o meu tempo dou um beijo em sua testa e saio do quarto em busca de seus pais. Eles estão sentados abraçados me esperando. Ao me verem falam que estão indo embora e se precisa de alguma carona. Nesse hospital não permitem acompanhantes . Confirmo a carona e partimos.

Chegando em casa, vou direto para o banheiro tomar um banho e cair na cama. Ao me jogar na cama sinto uma imensa tontura e me lembro que só comi uma fruta de manhã e já são onze horas da noite. Me levando e vou na cozinha caçar alguma coisa para comer afinal saco vazio não para em pé . Achei lasanha no forno esquentei e comi. Depois da minha refeição subo escovo os dentes e caio na cama novamente. Fecho meus olhos e me deixo levar, afinal amanhã é um novo dia.
 

Sempre em seus braçosOnde histórias criam vida. Descubra agora