Capítulo 1

365 48 26
                                    


Helena
هيلينا

Estou com dez anos e pedi para ir à casa do vovô, meus irmãos e meus primos estão em suas escolas e treinos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estou com dez anos e pedi para ir à casa do vovô, meus irmãos e meus primos estão em suas escolas e treinos. Sou a única menina da família e meu pai não me deixa sem segurança principalmente nas terras de meu avô. Nas terras de meu tio eu nunca posso ir.

Olho pelo vidro do carro. Não sei por que ela não gosta de mim. Vejo ser olhar nos almoços que meu avô faz, olho meu reflexo no vidro do carro, sou diferente de meus irmãos. Meus cabelos são loiro e olhos azuis como de minha mãe, além de minha pele ser branca e se queima fácil com o sol. Minha pequena burca está no banco ao lado de minha babá.

Estamos chegando ela me ajuda a vestir a burca, na casa de meu avô não uso véu, passo a mão em minha franja que está grande não quero corta mais quero meu cabelo longo igual ao da mamãe.

Assim que chegamos meus avós estão na porta vou correndo para abraça-los. Meu avô se casou com a mãe de tio Abizar quando eu tinha cinco anos.

-Vovô e vovó, teremos o dia só para a gente. - Fico sorrindo até que vejo meu tio Abizar atrás de meu avô e meu coração gela ao ver a figura atrás de meu tio.

Meu primo Mohammed. Ele é cinco anos mais velho está com quinze anos, mas ele é grande por trabalhar nos campos, tem o cabelo negro coberto por um turbante cinza, uma barba rala bem feita e seus olhos são meio cinza gélido e tenho medo dele.

Lembro-me a primeira vez que ele me viu sozinha no jardim e me chamou de vagabunda branca. A noite perguntei a mamãe o que era isso, ela me disse que era coisa feia e perguntou quem falou? Menti dizendo que ouvi na rua. Mas desde então sempre me chama de algo feio, diz que sou uma ratazana branca.

Ele colocou lagarta em meus cabelos, ervas de coçar em minhas roupas e diz que eu roubei no coração de seu avô o lugar que era de direito de sua mãe.

- Está tudo bem, querida? - Vovó me pergunta preocupado ela fala uma árabe diferente de meu pai, mas escuto desde pequena sei o que ela fala. Ela é mãe de tio Abizar. Faço que sim com a cabeça e vou falar com meu tio corro e o abraço que me pega no colo.

Ele está abraçado comigo, quando escuto meu primo falar baixo "prostituta branca" meu tio treme comigo nos braços. Ele escutou, mas nada fala estou morrendo de vergonha.

Meu tio me coloca não chão e meche em meus cabelos.

- Não vai cortar a franja princesa? - Ele é carinhoso como meu pai.

- Não. Quero ficar igual a mamãe. - Fico sorrindo até escutar meu primo falar baixo " outra vagabunda". Meu tio olhou feio para ele que abaixou a cabeça.

Nosso dia foi tranquilo fiquei sempre longe de Mohammed eu já sabia que dele teria que ter distância, mas a tarde os adultos foram conversa e fui à cozinha fala com a cozinheira ela sempre me dava doces, nós ficamos conversando até que ele entrou. Estava bebendo um suco e sai indo para sala, mas não tinha ninguém lá. Até que o ouvi fala em deboche.

- A ratazana branca está fugindo de mim? - Fiquei com medo à escuta sua voz.

- Mohammed. - Fechei os olhos nunca fiquei sozinha com ele.

- Não quero você falando meu nome sua meretriz branca. Você é como sua mãe, uma vagabunda. - Fiquei com raiva e joguei o suco em sua cara.

- Nunca fale de minha mãe! - Assim que grito ele me empurrou e tudo foi rápido. Caí e ouvi um grito alto meu braço doía muito.

Eu vi sua cara de espanto e meu tio chegou e o puxou pelo braço.

- O que você fez Mohamed? - Ele não responde, apenas estava tão assustado quanto eu que choro muito meio tio me pegou no colo e minha burca estava molhada achava que ela o suco quando ele me levantou que vi o sangue. Meu braço que está com um corte fundo, quando ele me empurrou o copo quebrou no chão e caí em cima dos cacos.

Meus avós me levaram a clínica e ligaram para meus pais. Levei alguns pontos nos braços e escutei o médico falando para meu pai que ficaria com a cicatriz. Minha mãe entrou no quarto e me abraço chorando.

- Helena! O que houve? - Ela fala chorando.

- Escorreguei e cai. - Ela fica me olhando seria.

- C'est ton cousin qui t'a poussé? (Foi seu primo que te empurrou?). - Minha mãe fala em francês, pois meu pai estava entrando no quarto e ela não queria que ele entendesse esse era nosso acordo quando queríamos falar segredos.

- Oui maman. - Ela me abraça e chora. Papai me abraça.

- Ela vai ficar bem amor, foi só um susto. - Faço que sim com a cabeça, mas vejo o rosto sério de preocupação de meu pai que está com as sobrancelhas juntas por ouvir nós duas falando em francês.

Passaram-se dois meses depois daquele dia eu estava decidida era o dia que iria estudar no colégio interno da Europa, não ficaria mais aqui. Olho meu reflexo no espelho desde aquele dia nunca mais vi Mohammed sei que ela treina para ser o sucesso de e meu avô, mas não vou mais lá, meus avós sempre vêm aqui e assim sou feliz.
Tio Abizar conversou com meu pai naquela semana e podia ouvir os gritos de meu pai com ele no escritório até minha mãe intervir.

Lembro-me como se fosse hoje eu estava na escada do palácio quando meu tio veio até mim.

-Peço perdão, minha pequena. Meu filho não a machucará. Não nos odeie. - Ele se ajoelha aos meus pés o levanto e o abraço.

- Te amo tio. Jamais poderia te odiar. - Meu tio me pegou no colo e me abraçou. Vi meu pai abraçado com minha mãe ele estava muito zangado soltei do meu tio e fui até meu pai.

- Pai, te peço não proíba meu tio e meus primos de frequentar nossa casa. Vou estudar fora, mas não gostaria de ver meu tio sofrer. Mohammed estava zangado ele não vez por mal. Por favor pai? - Meu pai olha para meu tio muito sério.

- Você e seus filhos são bem vindos em minha casa, mas sua mulher enquanto for viva não quero que ela pise em minhas terras, se ela o fizer sua sentença será a morte. - Meu tio está triste, mas confirma com a cabeça.

- Obrigada, pai. - Vou até meu tio é o abraço. - Te amo, tio. - Volto correndo para meu quarto.

Saio de meus pensamentos e olho minha mala e para a cicatriz em meu braço. Meu pai quer que eu faço uma cirurgia plástica, mas não vou fazer. Vou ficar com essa cicatriz de lembrança que tenho que ser forte e que meus pais as vezes não vão estar perto para me proteger.

*************************

Boa tarde, minhas leitoras lindas.
Como estão? E a quarentena? Se cuidem e se previnam, se Deus quiser logo vai passar.
Vamos conhecer a história de Helena e Mohamed, não tenham raiva dele, pois nos próximos capítulos vocês vão saber a versão dele para tudo isso.
Espero que gostem e curtam e comentem.

Um grande beijo.

𝓗𝓔𝓛𝓔𝓝𝓐  (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora