Mohamed
محمدEstou sentado no caixote enquanto meu pai cuida dos ferimentos em minhas costas, o que eu fiz com aquela menina? Desde a primeira vez que vi, toda bonita com sua abaya sorrindo com aquela pele clara e franjas da cor da luz eu a chamava de nomes feios. Meu avô a chama carinhosamente de alfaar alsaghir al'abyad (pequena ratinha branca) eu transformei o apelido carinhoso em uma forma de machuca-la, foram anos de tortura.
—O senhor deveria ter batido mais forte, meu pai. Eu não merecia sua piedade. —Falo derrotado.
—Não gosto de fazer isso, mas foi necessário. Muito antes de você nascer tive que punir sua mãe, ela fugiu após o casamento e quando fugiu uma segunda vez o castigo tem que ser físico, se eu não fizesse meu povo não iria me respeitar. —Fico olhando para meu pai sério.
—Ela me falou que o senhor a puniu por culpa de minha tia. — Me pai me olha triste.
— Sabe filho quando fui oferecer o dote de casamento eu ia pedir sua tia como esposa, mas ela estava casada com Samir e seu avô achava que eu estava indo pedir a mão de sua mãe. Eu pensei que carinho e amor fosse ajudar -la que ela só estava perdida por estar só. — Meu pai fica pensativo.
—Por que o senhor não a devolveu? Aturou tudo isso por tanto tempo? — Ele me olha e suspira.
— Eu gosto de sua mãe e sabia que se a devolvesse ela teria um destino pior que a morte. Em pouco tempo de casado ela ficou grávida de você e seus irmão começaram a nascer a cada ano. —Meu pai fica sorrindo
—Me perdoe pai? Eu quero pedir perdão aos meus tios, principalmente a minha tia e a Helena. —Meu pai me olha sério.
—Preciso falar com seu tio primeiro, talvez ele proíba nossas visitas em sua casa, isso inclui seus irmãos. — Fecho os olhos e abaixo a cabeça.
—Por favor, fale com meu tio que aceitarei castigo físico dele ou de quem ele decidir para que meus irmãos não sejam punidos. —Meu pai faz que sim com a cabeça e sai do celeiro, passo a noite aqui não vou para casa.
Alguns dias depois do ocorrido meu pai foi a casa de meu tio e voltou a noite cansado. Estava jantando e ele me chamou para conversamos. Ele me deu dias de descanso por ter sido punido, mas trabalhei o dia todo, pois tinha que crescer e ser um homem humilde, precisava perder a soberba que criei em mim por ser o escolhido de meu avô.
Chegamos no celeiro e meu pai fechou porta e começou a falar.
— Como previsto seu tio ficou indignado com suas atitudes e de sua mãe. Ele ficou furioso e iria nos punir e sua tia mais uma vez interviu e pediu clemência para nossa família. — Fico olhando para meu pai que parece que cansado quando vou falar ele levanta a mão em sinal de que não terminou e volta a falar. —Ele iria me punir por eu nunca ter percebido até o dia do acidente o que você fazia, mas sua prima pediu por mim e por você. — Ele fica quieto e volta a falar. — Ela disse que me ama com um pai e não quer me ver sofrer. Seu tio por amor a filha nos concedeu o perdão, mas Helena não quer vê-lo isso não será negociado. — Fecho os olhos.
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𝓗𝓔𝓛𝓔𝓝𝓐 (Degustação)
Short Story𝓛𝓲𝓿𝓻𝓸 2 𝓭𝓪 𝓢𝓮𝓻𝓲𝓮 𝓐𝓶𝓸𝓻𝓮𝓼 𝓭𝓸 𝓓𝓮𝓼𝓮𝓻𝓽𝓸 Os senhores devem estar perguntando quem sou? Para o meu pai: sou princesa, uma das joias mais preciosas em seu reino, mas sou diferente de meus irmãos, sou como minha avó materna. Por te...