Essência parte.6

52 5 0
                                    

Chan passou pela porta do apartamento, ele estava cansado. Graças a um imprevisto ele teve de ficar na empresa horas após o estipulado.

Tudo o que ele queria era poder entrar em seu apartamento, dar boa noite a Felix, e simplesmente se jogar em sua cama para não acordar nunca mais.

Ele tirou o sapato de costas para a sala, ele ainda não havia visto o estado do interior do apartamento. Até que ele se virou. Ele olhava para o refrigerante derrubado no tapete, para a caixa de refrigerante preguiçosamente posicionada no meio da mesa de centro, a oleosidade da pizza colocava marcas de gordura no vidro da mesa.

Aquela visão apenas lhe dava vontade de morrer, em pensar que ele terá de arrumar tudo isso.

“De jeito nenhum eu irei limpar essa bagunça, farei Felix limpa-la nem que seja necessário tirar dele todos seus videogames e seu celular.”

No entanto, após ver a feição adormecida do jovem garoto no sofá, suas preocupações se esvairam, ele lembrou pelo quê ele acordava, e isso o fez sorrir.

Ele se sentia tolo, mas estava feliz. Ele sabia o quão tolo era por amar alguém que era incapaz de ama-lo, mas como ele poderia deixar de ama-lo? Cada momento o machuca, mas apenas um sorriso é capaz de fazer toda essa dor se esvair.

Ele andou até o garoto adormecido no sofá, seu rosto era iluminado pelos banners multi coloridos da Netflix que apareciam na tela da televisão. O tom roxo da tela realçava seus traços, seu maxililar, seu nariz, sua boca.

Chan levou sua mão até o rosto de Felix, seus dedos indo de suas sombrancelhas até seu nariz, e do nariz até o maxilar, até seus lábios. Seus labios rosados eram tão macios. O rosto de Chan expressava a dor que ele sentia, era doloroso amar alguém que não deveria.

— Felix, você precisa acordar… É horrível para mim te ver assim e não poder te tocar, eu não quero fazer algo que me arrependerei…

Uma lágrima escorreu de um dos olhos de Chan, ele rapidamente a enxugou.

Ele então continuou a acariciar o rosto de Felix enquanto conversava com o garoto adormecido.

— Eu tenho te amado por tanto tempo, que eu não sou sequer capaz de me imaginar sem você, eu não conseguiria viver sem sua voz, sem seu sorriso. Eu estou prestes a desabar à cada momento, mas você me traz de volta. Eu não sei como eu iria me recuperar sem você aqui...

— Mas agora você precisa acordar, Lix...

Ele continou a acariciar o rosto Felix e a conversar com o mais novo, até que ele acabou por cair no sono deitado no sofá junto a Felix.

Na manhã seguinte, Felix acordou assustado. Ele não tinha noção de quem estava com ele, mas a primeira coisa que ele percebeu, foi que ele não jogou a caixa de pizza fora.

Ele então se virou para olhar a pessoa que estava a abraça- lo, era Chan, ele não estava surpreso.

Ele começou a cutucar o rosto de Chan e com o tempo, gritar e bater nele.

— Como. Diabos. Você. Pode. Ter. O sono. Tão. Pesado!

O homem a abraça-lo continuou a dormir.

— Acorda desgraça!

Felix empurrou Chan do sofá, o derrubando no tapete macio.

Ele continuou a dormir.

— Que se dane, eu vou comer que eu ganho mais.

Felix preparou seu café da manhã, cereal, e então continou com seu cotidiano, jogar videogame enquanto é extremamente barulhento.

Unrequited Love {Chanlix}Onde histórias criam vida. Descubra agora