Is It Love - Drogo VLM2

Capítulo 201

Eu olho ao redor, tentando ficar calma. Há tantos cantos sombrios, é impossível dizer de onde veio o som.

Meus sentidos estão aguçados, sinto meu poder se remexendo dentro de mim. Qualquer que seja a ameaça, não serei pega de surpresa. Estou pronta para enfrentar qualquer coisa.

O som de madeira rangente quebra o silêncio. De repente, algo salta nos braços da Sarah. Ela solta um gritinho de surpresa e começa a rir.

- Ah, aí está você, fleadbag! Você nos deu um bom susto! - Diz Sarah

A Sarah faz carinho na peluda bola preta e a repreende gentilmente. Não acredito que quase perdi a compostura por causa de um gato...

Então percebo que é por isso que descemos ao porão. E quem teria adivinhado, sua pele é preta...

Depois da xícara de café, o gato preto... não, não... é só uma coincidência!

- Uma bruxa com um gato preto, não é um tipo de clichê? - Eu digo

- Gatos negros foram injustamente perseguidos nos séculos XII e XIII. Eu prometo, ele não é mais mágico do que uma vaca! - Diz Sarah

Eu lentamente volto para a Sarah para acariciar o gato. Ele se vira para olhar para mim e percebo que ele tem olhos lindos, cada um com uma cor diferente.

Eu estendo minha mão para ele. Com as garras para fora, ele começa a rosnar e se contorcer nos braços da Sarah. Eu recuo instintivamente.

- Desculpe, ele é um pouco mal-humorado... - Diz Sarah

- Ele é seu? - Eu digo

- Não, ele é da minha avó. Ele não gosta de estranhos e é temperamental. Ele gosta de se esconder aqui, mas minha avó não gosta de pegar as escadas. Ela raramente vem aqui. - Diz Sarah

Normalmente, eu me dou bem com animais. Não há mal em tentar novamente.

Eu estico minha mão novamente, sem quebrar o contato visual com ele. O gato parece me avaliar, e de repente me arranha.

- Ah, desculpe! Você está bem? Eu te avisei... Esse gato não gosta de estranhos. - Diz Sarah

- Não se preocupe, pelo menos eu aprendi minha lição. De qualquer forma, você tem certeza de que não há nada mágico sobre esse gato? - Eu digo

Os olhos da Sarah se arregalam com surpresa, depois sorri e olha para o gato.

- Não, ele é apenas um gato normal: Ele dorme muito e é facilmente ultrapassado. Os ratos realmente não têm nada a temer dele. - Diz Sarah

Mesmo?

Eu tenho dificuldades em acreditar que uma bruxa poderosa como a Cassandre teria um gato normal como animal de estimação...

Seguindo em frente, pego uma jarra de vidro com duas camadas de pó: uma amarela e outra azul.

Eu prefiro não brincar muito com isso antes de saber o que tem dentro. Você nunca sabe, isso pode explodir em minhas mãos!

- Ei Sarah, o que é esse pó? - Eu digo

- Existe um rótulo no jarro? - Diz Sarah

- Não. - Eu digo

- Então é um dos experimentos em andamento da minha avó. Ela deve estar desenvolvendo uma nova poção. Coloque o pote de volta onde você encontrou. - Diz Sarah

Eu não discuto e faço o que ela diz, não querendo arriscar um desastre. Minha vida já está muito caótica do jeito que está!

- A fabricação de poções é parte da magia passiva? - Eu digo

- Hmm... É meio difícil de explicar. - Diz Sarah

Eu cruzo meus braços, um pouco exasperada. Estou tão cansada de pessoas me mantendo no escuro.

- Sarah, você pode pelo menos explicar os traços largos para mim. Acho que tenho células cerebrais suficientes para entender. - Eu digo

- Desculpe, eu não quis dizer que você é burra ou nada parecido... Mais uma vez, isso foi um descuido da minha parte. - Diz Sarah

Eu amo a Sarah, mas realmente lhe falta tato...

- Que tal você me recompensar com uma pequena aula? - Eu digo

A Sarah sorri, claramente aliviada por eu não estar chateada com ela. Ela acaricia o gato devagar, passando a mão pelo seu pelo.

- Poções podem ser curativas, defensivas ou ofensivas. Tudo é determinado pelas propriedades dos ingredientes usados. Então, dependendo de seus componentes vegetais, animais ou minerais, uma poção pode se tornar um bálsamo de cura, uma bomba de fumaça ou até mesmo uma granada... Claro, há mais do que misturar ingredientes. Magia é o catalisador. Sem ela, as poções não seriam muito eficazes. - Diz Sarah

- Isso é tão interessante! Se você não pode me ensinar como fazê-las, você pode pelo menos me emprestar livros sobre o assunto? - Eu digo

- Um... Até que você tenha tomado sua decisão, a minha avó prefere que eu te mantenha longe da magia. - Diz Sarah

- Caso você tenha esquecido, a magia é uma parte de mim! Como eu devo ficar longe disso? Isso é ridículo! E até agora eu não pedi nada mirabolante. - Eu digo

- Você só está preocupada em saciar sua sede de conhecimento, não está pensando nos riscos em potencial! - Diz Sarah

Ela está seriamente começando a me dar nos nervos...

Eu cerro meus punhos com tanta força que meus dedos doem.

- Sophia, tente entender. Sua falta de conhecimento é uma espécie de salvaguarda... Do jeito que as coisas estão atualmente, seus poderes ainda são fracos. Se o Viktor te capturar como humana, ele só ganhará um poder frágil e instável, já que você não terá dominado ele. Em outras palavras, seu poder não o tornará tão forte quanto ele esperava... E isso significa que poderíamos limitar a extensão de sua destruição. - Diz Sarah

- Então, o que isso faz de mim? Danos colaterais aceitáveis? - Eu digo

- Não foi isso que eu quis dizer! Estamos apenas planejando os piores cenários possíveis. Você acha mesmo que tudo isso é divertido para mim? - Diz Sarah

Lágrimas rolam pelas bochechas da Sarah e meu coração se parte. Eu nunca teria pensado que faria minha amiga chorar um dia.

A culpa imediatamente começa a me atormentar. Eu sinto que cada nova situação traz o pior em mim.

- Sinto muito, Sarah. Estou falando com raiva. Eu sei que você está fazendo o seu melhor para me ajudar e que você tem compaixão pelo meu destino. - Eu digo

- Eu quem deveria pedir desculpas. Estou choramingando quando você tem todos os motivos do mundo para chorar. - Diz Sarah

Eu suspiro e coloco minha mão no ombro da Sarah. Seu rosto imediatamente se ilumina.

- Bem, então, que tal voltarmos ao andar de cima? O gato pode estar com fome. - Eu digo

- Sim, vamos lá. - Diz Sarah