Is It Love - Drogo VLM2

Capítulo 269

Quando fico sozinha, começo a secar meu corpo e eu cabelo, que ficou muito longo desde a minha transformação.

Tomando cuidado para não me olhar no espelho, rapidamente me visto e arrumo meu cabelo

Abro uma das gavetas do armário embaixo da pia e pego com cuidado o pingente da minha mãe.

Eu acaricio a pedra com as pontas dos meus dedos, em seguida, abro o fecho e o coloco em volta do meu pescoço.

- Sophia... - ???

Eu me assusto e me viro, olhando ao redor, mas não consigo descobrir de onde a voz sussurrante poderia ter vindo.

Eu imaginei?

- Sophia...? - ???

Eu saio rapidamente do banheiro e corro para o meu quarto. Eu olho para o quarto escuro como um radar. Nada, não há ninguém aqui.

Não é uma voz desconhecida, muito pelo contrário... Há algo nostálgico em seu tom que saco meu âmago.

- Querida...? - ???

Eu imediatamente reconheço a voz da minha falecida mãe. Eu fico muito emocionada.

Eu sei que não é possível, mas também sei que não estou equivocada... Era ela! Eu sei que era!

São meus dons vampíricos ou a mudança na minha magia que me permite ouvi-la?

Em uma onda de esperança tingida de tristeza, eu sussurro de volta.

- Mãe? É você, mamãe? - Eu digo

Um silêncio cruel e pesado é a minha resposta.

- Mãe? Responda-me, por favor. - Eu digo

Eu estou começando a me arrepender de minha falha em responder, quando de repente fico cega por um flash de luz brilhante de um dos espelhos na parede do meu quarto.

Um momento depois, quando me sento de pernas cruzadas na cama, uma luz que aquece meu coração de repente entra no quarto.

- Minha Sophia... Que diabos é o problema?! - Diz Louise

Eu não posso acreditar nos meus ouvidos... Nem nos meus olhos.

Eu olho em volta de mim, o quarto está mais uma vez suavemente iluminado com minhas luzes de fada, mas eu sinto uma presença...

A presença dela. Minha mãe está aqui e não pode ser mais ninguém. Sinto lágrimas em meus olhos.

- Você está bem, querida? - Diz Louise

- Eu realmente não sei... - Eu digo

Fecho os olhos e quase consigo imaginar o rosto gentil da minha mãe sorrindo em resposta.

Se isso é possível ou não, ou se estou perdendo a cabeça ou apenas sonhando lúcida, preciso falar com ela, preciso dela!

- Mãe, me sinto um pouco perdida... - Eu digo

- Isso é compreensível, querida. Você passou por tantas coisas. Não se preocupe, você logo poderá deixar tudo para trás. - Diz Louise

Eu não sinto que o que me espera será muito mais tranquilo.

Eu me levanto para olhar pela janela. Os jardins parecem fixos no tempo. adoraria voltar a ter 14 anos novamente.

- Como você pode ter tanta certeza, mãe? - Eu digo

- Porque eu estou cuidado de você, querida, eu sempre te amei e sempre amarei. - Diz Louise

- Mãe, se você ainda estivesse aqui, nada disso teria acontecido. Começando por eu ser enganada pelos Bartholy. - Eu digo

Minha mãe ri enquanto eu mais uma vez ando de um lado para o outro no quarto.

- Querida. Eu disse que estava cuidando de você, não que eu estivesse controlando todas as suas escolhas. Eu não podia fazer isso quando estava viva, então... - Diz Louise

Ouvi-la se referir a sua morte parte meu coração. Tenho tanta saudade dela. Eu daria qualquer coisa para dar um último abraço nela.

Um flash de luz me faz pular de novo. Parece ser a única maneira que ela tem de aparecer para mim.

- Conte-me. - Diz Louise

- Contar o que? - Eu digo

- Diga-me porque estou aqui esta noite. Por que você precisava tanto de mim. - Diz Louise

- Eu não sei o que eu fiz para fazer você aparecer. Aparentemente, eu não estou no controle das coisas, pelo que parece. - Eu digo

- Sophia, tão forte quanto o nosso amor um pela outra é, não seria o suficiente para me trazer de volta para falar com você. Para fazer isso, você precisa de uma tremenda força psíquica... Infelizmente, não vou poder ficar por muito tempo. - Diz Louise

Tendo acabado de chegar, minha mãe já tem que ir. E ainda assim tenho muito a dizer para ela.

- Eu me sinto um pouco perdida no momento. É como se tudo estivesse se empilhando e eu estivesse me afogando em meu próprio destino. - Eu digo

As palavras saem da minha boca. Estou com medo de que, se eu piscar, a magia desapareça.

- Eu não sei o que você quer ouvir. Não fique de rodeios, querida. O que é que você quer falar? - Diz Louise

Não quero assustá-la dizendo que me tornei uma criatura meio-vampira, meio bruxa, mas gostaria de ouvir seus pensamentos sobre o assunto.

- Você já se deparou com algum vampiro ou criatura híbrida, como lobisomens ou mesmo metamorfos? - Eu digo

- Sim... Eu conheci muitas criaturas na minha vida. Mas os híbridos são apenas um mito, querida. - Diz Louise

Bem, na verdade, eu sou um híbrido! Pelo menos eu tenho todas as características de um! É estranho ouvir que minha natureza bastante incomum não existe oficialmente.

Eu suspiro com tristeza. Eu sinto que ela vai me deixar em breve. Como vou ficar no controle sem ela?

- Querida, para recuperar o controle de seus poderes, você precisa restabelecer o equilíbrio de sua energia espiritual. E somente a meditação irá ajudá-la com isso. - Diz Louise

Eu sorrio, divertida em perceber que eu não precisava dizer nada para ela me entender.

- Meditação... Ok, mãe, eu prometo que farei o meu melhor para te deixar orgulhosa. - Eu digo

- Eu te amo, querida. - Diz Louise

- Eu também te amo, mãe. - Eu digo

Há outro crepitar de luz... Então a quietude da noite retorna.

Eu não sei se foi a conversa, a emoção, ou apenas a fadiga que me deixou nesse estado. Mas desde que minha mãe saiu do quarto, minhas pálpebras picam.

Eu fecho meus olhos exausta e afundo em um sono profundo e sem sonhos, escuro como uma noite sem lua.