Capítulo 206

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Mais tarde naquela noite, eu acordei em um sobressalto. Demoro um tempo para lembrar onde estou. Eu acho que ouvi um barulho enquanto dormia.

Eu aguço minha audição para confirmar, mas tudo que ouço é o meu coração batendo descontroladamente em meus ouvidos.

Eu deito e olho para o teto, tentando me acalmar. De repente, o piso de madeira range e confirma minhas suspeitas.

Muito intrigada para ficar na cama, levanto-me. Eu visto um roupão e saio na ponta dos pés para o corredor.

Desço as escadas e entro na sala de jantar. Eu laço um olhar pela sala: Ninguém. Talvez o gato estivesse vagando pela casa de novo.

Quando estou prestes a voltar para a cama, ouço o mesmo barulho de novo. Parece estar vindo do porão.

Abro a porta que leva ao depósito do clã e vejo as escadas. Eu vejo uma luz. Alguém deve estar lá embaixo.

Determinada a resolver o mistério, reúno coragem e desço as escadas até o porão. Meu sangue pulsando em minhas veias.

Eu sinto uma inundação de adrenalina através de mim. Eu não sei o que vou encontrar lá embaixo, mas meu corpo já está se preparando para o perigo.

Minha curiosidade sempre me levou a buscar as respostas para todas as minhas perguntas. Não sou de desistir no meio do caminho.

Eu desço os últimos degraus e vejo a Cassandre e a Sarah mexendo de uma mesa de trabalho. Eu não consigo ver o que elas estão fazendo.

Discretamente, me escondo atrás de uma prateleira e tiro do caminho alguns dos livros que bloqueiam minha visão da cena diante de mim.

Então noto que elas estão pegando plantas, cortando-as e esmagando-as em argamassas de madeira antes de colocá-las em frascos.

- Ei Sophia... Você caiu da cama? - Diz Cassandre

Opa... Elas me pegaram! Claramente, eu não sou uma espiã muito boa!

Eu saio do meu esconderijo, baixando minha cabeça com vergonha. Sinto o peso do olhar da Cassandre e da Sarah em mim.

- O que você está fazendo aqui em baixo? Você deveria estar dormindo. - Diz Cassandre

- Bem, o que vocês duas estão fazendo aqui? Não é um pouco tarde para jardinagem? - Eu digo

- Eu não preciso explicar para você, mocinha! Você está esquecendo que você é minha convidada. - Diz Cassandre

- Nesse caso, devo lembrá-la que isso não é modo de tratar os convidados! - Eu digo

- Sua curiosidade será a sua morte! Você pode muito bem se arrepender um dia! - Diz Cassandre

- Se você está tentando me assustar, não está funcionando. - Eu digo

- Sophia, acalme-se... Estávamos apenas reabastecendo nossos estoques. A magia verde requer muitas matérias-primas. - Diz Sarah

- Magia verde? - Eu digo

- Sarah! Você falou de mais! - Diz Cassandre

- Vovó não seja tão dura. A Sophia só está fazendo algumas perguntas. - Diz Sarah

 - Quanto menos ela souber, melhor ficaremos. - Diz Cassandre

- Honestamente, sua política está realmente começando a me dar nos nervos! - Eu digo

- Conhecimento é a própria essência de nossos poderes. Quanto mais claramente você entender deus poderes, mais o Viktor irá... - Diz Cassandre

- O Viktor não está aqui, está? E alguns fatos sobre magia não vai mudar nada. - Eu digo

A Cassandre me laça um olhar severo e depois olha para a Sarah.

- Eu acho que já terminamos por esta noite. Estou cansada, retomaremos de onde paramos da próxima vez. Você pode acompanhar sua amiga de volta para a cama? - Diz Cassandre

Não inclinada a desistir tão facilmente, dou um passo em direção à velha, mas a Sarah me segura pela manga.

- Certo, vovó. Estamos indo para os nossos quartos agora. Boa noite. - Diz Sarah

- Boa noite, garotas. - Diz Cassandre

Eu tento me libertar, mas a Sarah leva um dedo até os lábios e sinaliza para eu segurar minha língua. Eu não tenho escolha senão desistir...

Eu subo de volta as escadas, a Sarah me seguindo de perto. Assim que chegamos à sala de estar, ela rapidamente fecha a porta do porão.

A Sarah me dá um grande tapa nas costas e me perfura com os olhos no mesmo brilho cor de avelã que a da avó dela.

Olho por olho, dente por dente! Eu retribuo o favor e dou um tapa nas costas da Sarah. Ela quase tosse um pulmão.

- Ei, isso dói! - Diz Sarah

- Eu poderia dizer a mesma coisa! - Eu digo

- Minha avó é a matriarca deste clã, você precisa mostrar respeito! - Diz Sarah

- Eu respeito a sua avó, eu até aprendi a gostar dela, mas ela insiste em me deixar no escuro sobre o mundo da magia! - Eu digo

- Ela está pensando no futuro caso você seja capturada, você não pode culpá-la por isso! - Diz Sarah

- Eu queria que ela planejasse a minha sobrevivência. - Eu digo

A Sarah respira fundo e me olha com firmeza nos olhos.

- Olha, até que você tome sua decisão, eu prefiro que você fique de boa. Pare de provocar a minha avó. Ela nunca vai desistir. Eu prometo que vou explicar os aspectos básicos da magia para você. Mas, em troca, você deve parar de perturbar a minha avó. - Diz Sarah

- Combinado! - Eu digo

- Então, para esta noite, o que você quer saber? - Diz Sarah

- Eu estou curiosa sobre a Magia verde. Você pode me falar sobre isso? - Eu digo

- Magia verde tem tudo a ver com a magia das plantas, flores, raízes... Pode ter muitos usos. Mesmo que seja principalmente para cura, pode ser usada para atacar ou defender a si mesmo. As bruxas que dominam essa magia podem regenerar seus poderes através das plantas. Geralmente, elas evitam viver nas cidades. - Diz Sarah

- Entendo... Então, existem outros tipos de magia? - Eu digo

- Claro! O seu, por exemplo, é magia mental. - Diz Sarah

- E existem algum tipo de sistema de classificação para os diferentes tipos de magia? - Eu digo

- Não oficialmente. Mas na minha opinião, a magia mental é de longe a mais poderosa. É a única que pode aniquilar a força de vontade, que é a base para usar todas as outras magias. Sem força de vontade, não somos nada. - Diz Sarah

Estou começando a entender o interesse do Viktor em mim...

- Tudo bem, está realmente ficando tarde. Vamos dormir. - Diz Sarah


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