Os gritos continuaram, só pararam depois de um segundo tiro, esse apenas para avisar que eles queriam silêncio. "Porque ele simplesmente não usa as palavras ?" Deitada no chão a professora pensou consigo. Mas a arma dava pra ele uma sensação de poder, ele gostava. Não. Ele amava, amava se sentir temido. Aquela submetralhadora dava a ele poder e respeito, coisas que ele almejou a vida inteira. E ver aquelas pessoas deitadas ali, e em pânico, fazia com que ele se sentisse ainda mais poderoso. Ele gostava de ver o terror, gostava de ver os medo em cada rosto, em cada som, em cada movimento. Se sentia "em casa".
- Então esse é o pivete ? - disse o capanga olhando para o chefe, enquanto caminhava na direção do garoto.
- Esse mesmo. Ele achou que ia roubar minha mercadoria e se safar.
- Eu não roubei nada senhor, eu nunca fiz nada com ninguém. Deixa a gente em paz, por favor !!! - Estava apavorado. Mas estava mentindo.
- Confere a foto aí, Galina !! - Ele tinha certeza de quem era o garoto. Mas quis conferir, não queria uma morte desnecessária no seu currículo. Hipócrita. O capanga que estava ao lado do garoto pegou o celular do bolso da bermuda, observou a foto e constatou. Era ele.
O menino conseguiu ver seu rosto na imagem, e também o rosto dela, a garota que causou tudo isso.
Eles haviam se visto três dias antes daquilo tudo. Se conheceram a quatro meses e se envolveram rapidamente.Eles estavam perdidamente apaixonados. Eles fariam qualquer coisa um pelo outro, qualquer coisa para ficarem juntos. Ele sabia que ela tinha relações familiares conturbadas. Principalmente pelo irmão dela, o chefe do tráfico, e também o homem que iria mata-lo naquele instante.
Ele se arrependeu. Tarde demais.
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O Amor é Mesmo Uma Droga
RomanceTrês jovens passam a discutir sobre suas experiências amorosas afim de conseguirem se ajudar a compreender melhor o amor.