ᴅᴏɪs

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Durante o pequeno almoço conseguia sentir os olhos do Nóbrega postos em mim, em cada movimento que fazia.
Dormi mal a noite toda só a pensar naqueles minutos vividos na sala da casa.
Hoje assim que acordei mandei mensagem à Carol a pedir que fosse ter à praia para lhe contar isto, não consigo manter tudo isto guardado só para mim, preciso de partilhar com alguém que eu saiba que não vai espalhar isto, muito menos à Francisca.
No fim do pequeno almoço subi até ao quarto onde ia vestir o meu biquíni. Estava a tentar apertar a parte de cima quando ouço a porta abrir.

- Maya, ajuda-me aí a apertar - sinto umas maus quentes tocarem-me o que me fez estranhar, porque a Maya tem sempre as mãos frias e então olhei para trás - o que é que estás aqui a fazer, estúpido? Sai já - digo já de frente para ele sem nunca largar a parte da frente do biquíni que ainda não estava apertado.

- Ou, calma. Só te estava a ajudar, miúda - tenta apaziguar.

- Pois, mas eu de ti só quero é distancia. Agora faz-me um favor e sai - aponto para a porta do quarto.

Ele acabou por aceitar e saiu do quarto. Deitei-me de frente na cama e fiquei lá pensar se haveria ou não contar isto tudo à Francisca.

Pouco tempo depois acabei por me levantar e apertar o biquini. Vesti-me, peguei na toalha, no meu telemóvel e saí do quarto em direção à praia.

- Então amiga, o que é que me querias dizer? - pergunta quando nos sentámos sobre as toalhas estendidas na areia.

- Tu não te passa pela cabeça o que é que aconteceu ontem quando cheguei a casa do café - digo ao mesmo tempo que me deito na toalha, ainda com a roupa.

- Então miúda?

Contei-lhe tudo, cada por menor e a cada segundo a boca dela abria-se cada vez mais de espanto. Contei-lhe também no que havia acontecido nessa manhã. Nunca a tinha visto calada durante tanto tempo.

- Não acredito, Chloé - diz ainda chocada com os acontecimentos.

- Não dormi nada hoje, estive a noite toda a pensar nisso, achas normal?

- Meu, acho. Claro que acho. Então o namorado de uma das tuas melhores amigas atira-se a ti à força toda, mesmo sabendo isso, sim acho normal que teres estado a pensar nisso a noite toda.

- O que é que achas que devo fazer? Conto à Francisca? Eu não quero ser a responsável pelo fim do relacionamento dela, não agora que ela está feliz depois do desgosto que foi o Gustavo.

- Não faço ideia. Não queria nada estar no teu lugar miúda,acredita. Mas eu sei que vais tomar a decisão certa.

Volto-me de barriga para baixo e começo a espernear, levantando alguma areia no ar que viria a cair em cima de mim. Foi bom passar o dia com a minha melhor amiga, deu para esquecer tudo isto durante umas horas, mas está na hora de voltar à minha realidade. Cheguei a casa e dei de caras com o Nóbrega e o irmão no sofá a verem televisão.

- Olá, Nuno - cumprimento o mais novo quando passo ao lado do sofá. Consegui ainda ver o mais velho olhar-me com um ar de desaprovação à minha decisão de só cumprimentar o seu irmão.

Subi até ao quarto e fui tomar um banho para tirar a areia do meu corpo. Vesti o meu pijama e logo desci para jantar.
Durante todo o jantar houve bastante agitação por parte de todos à mesa exceto eu e o Nóbrega. Os pais dele repararam que este estava quieto e tentaram fazer com que falasse.

- Então filho, estás muito calado. O que é que se passa? - pergunta a mãe dele com um ar preocupado.
- Nada de especial, mãe - diz sem nunca tirar os olhos do prato.
- É alguma coisa com a tua namorada? - voltou a insistir.
- Sim, estou a pensar em acabar com ela.

Desviei o olhar lentamente e engoli em seco ao perceber que ele já se encontrava a olhar para mim. Continuei o resto do jantar sem proferir qualquer palavra.

No final do jantar subi com a minha irmã para o quarto para ajudá-la a escolher a roupa que ia levar para se ir encontrar com os seus amigos da ilha. Cerca de vinte minutos ela saiu e fiquei por minha conta dentro do quarto.

c.fernandes

fernandes

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Decidi ver uma das minha séries, mas estava irrequieta em relação a um assunto e queria tirar as minhas dúvidas. Saltei da cama, abri a porta e dirigi-me à última porta do corredor. Abri a porta e disparei.

- Vais mesmo acabar com ela?

Vejo a expressão surpresa na cara do Nóbrega com a minha presença no seu quarto e ainda mais com a minha pergunta.

- Vou - disse ao mesmo tempo que se levantava da cama onde estava deitado.
- Ela não merece que lhe faças isso. Ela já sofreu imenso.
- É preferível agora do que mais tarde - diz aproximando-se for mim.
- Tenta lembrar-te o que te fez gostar dela - peço-lhe afastando-me dele, acabando por ir contra a porta.

Vendo-me encurralada, decide por-me ainda mais numa posição nada favorável para mim, colocando cada um dos seus braços de lado da minha cabeça.

- Eu não a quero magoar, só nos quero deixar livres para fazermos tudo o que quisermos sem nós sentirmos culpados.
- Ela não quer mais ninguém.
- Não estou a falar dela, estou a falar de mim e de ti. Não digas que não sentes a química que nós temos. Há faísca entre nós, admite.
- Não há nada para admitir, Miguel - saio por debaixo de um dos seus braços. Ele voltasse para mim tentando voltar a aproximar-se de mim.
- Tu sabes tão bem quanto eu que há.  - Ela é minha amiga, eu não lhe posso fazer isso.
- Fazer o quê? Ser feliz? É? - pergunta indignado.
- Não, estar com o namorado dela, eu não lhe vou fazer isso. Eu respeito-a imenso. Agora vou indo, nunca devia ter vindo cá.

Saí e bati com a porta ficando sentada do outro lado desta por breves minutos até decidir ir dormir.

Olá olá!O segundo capítulo está aqui para vocês, espero imenso que tenham gostado!Stay safe, stay home!

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Olá olá!
O segundo capítulo está aqui para vocês, espero imenso que tenham gostado!
Stay safe, stay home!

BRUNA

ғʟᴀᴍᴇs || ᴍɪɢᴜᴇʟ ɴᴏʙʀᴇɢᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora