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A MANHÃ CHEGOU EM LONDRES trazendo luz, para o que foi um mês de grandes tempestades e nevascas, mas a neve continuava ali, tão branca e espessa se estendendo pelas calçadas e pousando como um lençol sobre os telhados

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A MANHÃ CHEGOU EM LONDRES trazendo luz, para o que foi um mês de grandes tempestades e nevascas, mas a neve continuava ali, tão branca e espessa se estendendo pelas calçadas e pousando como um lençol sobre os telhados.

O relógio marcava exatas sete da manhã, Any Gabrielly permanecia em pé rente a janela observando a visão perfeita que tinha da rua em frente a sua casa. Grandes caminhões tombavam sobre as lombadas e podia-se ouvir o barulho estridente dos pneus deslizando sobre a pista molhada, as lojas e pequenos comércios abriam seus portões de ferro coloridos e seus donos respiravam o ar gélido pela primeira vez. Any voltou a fechar as cortinas amarelas e deu passos lentos nas pontas dos pés até seu espelho, mesmo sabendo que seria mais um dia normal ela prendeu os cachos e cantarolou uma melodia qualquer enquanto dançava passos malucos, melodia essa que na verdade, nem ela sabia qual era.

A garota estava pronta para sair do quarto quando escutou uma voz, melódica e calma, ao ponto de ter se assustado tanto que quando se virou para encostar-se na parede, bateu na cômoda que estava ali perto e derrubou uma caixa de jóias. Olhando para onde ouviu a voz, perto da janela, não havia nada além das cortinas que dançavam conforme o vento as permitia.

- Mas o que...

Em um instinto, ela se abaixou e engatinhou até lá, apenas colocando os olhos para fora. Nada. As flores vermelhas cobertas de neve continuavam intactas abaixo da janela, nada de pisadas nem uma florzinha faltando.

- Any?

Do mesmo jeito que a garota se assustou com a voz, aconteceu de novo quando ouviu seu nome, mas mesmo reconhecendo quem era, isso não impediu que girasse o corpo muito rápido e escorregasse ficando totalmente esparramada no chão.

- Ahn... Oi mãe. - ela deu uma risada nasalada enquanto tentava ficar de pé.

- Que mal lhe pergunte, mas porque você estava no chão? - a mulher loira perguntou, arqueando a sobrancelha esquerda em estranheza - Eu sei que não é todo dia que se faz 19 anos, mas mantenha essas belas pernas firmes, mi amor.

Ouvir o apelido que a mãe a chamava, deixou o coração de Any quentinho, era tudo que ela precisava ouvir.

- Nem me fale - a morena suspirou, pegando uma das mãos de Priscila, fazendo com que as duas sentassem na cama - Sabe quando você acorda no seu dia especial, o seu dia único e sente que só vai ser mais um dia normal?

- Com certeza sei - ela sorriu, reconfortando-a - Mas você vai ver que será tudo diferente.

Any abriu a boca para falar, mas fechou novamente ao mesmo tempo que Priscila lhe deixava um beijo na testa. O que teria de diferente em uma segunda-feira de inverno?

O colégio St. Daren no inverno era a coisa mais linda que se podia admirar em tempos de neve, sua coloração vermelha e prata era logo substituída por uma imensidão branca. Alguns alunos já ocupavam boa parte da frente da escola e dos corredores principais, usando longos casacos, botas, cachecóis e gorros - mesmo com a luz do sol lá fora, o frio permanecia o mesmo.

𝐀 𝐂𝐎𝐑𝐎𝐀 𝐃𝐎 𝐒𝐎𝐋, now unitedOnde histórias criam vida. Descubra agora