(Quase) 4 x 8

6 2 0
                                    

  A festa de aniversário de oito anos de Kauê fora a primeira em que o pequeno tivera vários amigos da própria idade, os quais conhecera na escola.

 Mariano, quem passara os últimos dias planejando com a mãe, escolhendo roupa e presente... Não gostara nada da surpresa desagradável.

 Kauê recebera o loirinho, mas estava mais interessado nas brincadeiras agitadas com os amigos da idade. Já Mariano, além de ser tímido e jamais ter socializado antes, também tinha a barreira da saúde nem tão exemplar.

 Permanecera na volta do pai, uma vez que a mãe fora conversar com Lídia. Não demorara muito para que o loirinho se sentisse excluído, já que o pai conversava com outros adultos e também o ignorava.

 - 'Quelo 'ih 'embola – informara à mãe, quem fitara o filho surpresa pela decisão.

 - O que foi, filho? Não está se sentindo bem?

 O loirinho negara com a cabeça.

 - Isso foi um "não está se sentindo bem"? – a mãe quisera confirmar, recebendo aceno positivo por parte do filho. Imediatamente ela abaixara-se. – O que você está sentindo, meu amor?

 Mariano nada dissera, mantendo a expressão emburrada e abraçando a mãe, com o olhar voltado para a rua, onde Kauê se encontrava correndo e rindo com os amigos.

 - Acho que sei qual o problema... – Lídia comentara, sinalizando as crianças do lado de fora. – Vamos ir lá. 

 Lídia fora na frente, sendo seguida por Mariana, trazendo o filho pela mão. A loira parara próximo à porta, com o pequeno agarrado na perna, enquanto Lídia interrompia a brincadeira para chamar o filho, trazendo-o consigo para junto da amiga.

 - Kauê, por que não convida o Mariano para brincar com vocês?

 Os olhos escuros do mais velho encheram-se de preocupação, indo do pequeno loirinho para a mãe.

 - Não dá! Ele não sabe brincar.

 - Como não?! Você sempre brinca com ele! – a mãe insistira, vendo o moreno cruzar os braços.

 - Não das brincadeiras que a gente faz na escola.

 - Então brinquem de algo que ele saiba.

 - Não! Ele vai estragar tudo! Eu não quero brincar de coisa de criancinha! – Kauê revoltara-se, sendo censurado pela mãe.

 Não precisara de muito mais, pois a discussão fora interrompida pelo choro de Mariano, grudado na perna da própria mãe.

 - 'Embola, mama – o pequeno pedira, chorando, puxando a mãe para conseguir colo. – 'Embola.

 As mulheres trocaram olhares preocupados enquanto Kauê saía correndo e Mariana fazia o possível para pegar o filho de quatro anos no colo.

 - Leva ele lá para dentro que a gente conversa – Lídia instruíra, indo atrás do mais velho.

 Mariana levara o filho para dentro, oferecendo leite, desenhos... Até compra-lo com um pouco de merengue azul do bolo de Kauê, retirado da melhor forma possível da parte de trás do bolo. Não que Kauê fosse ter o direito de reclamar.

 Não tardara para que Lídia trouxesse o próprio filho pela mão, quem mantinha-se de cabeça-baixa, certamente por consequência de uma briga com a mãe.

 Somente em ver o mais velho, Mariano retomara o choro.

 - Não precisa chorar, querido. O Kauê veio pedir desculpas. Não é?

Quatro Anos Atrasado - A Vida Encontra Um Caminho (BoyxBoy)Onde histórias criam vida. Descubra agora