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 - Eu não quero ir. Vou perder meu final de semana inteiro!

- Não discuta. Já faz um ano que você não o vê, Kauê!

- E daí? Eu não sou grudado nele!

- Ele é como seu irmão, Kauê! Vocês foram criados juntos e é aniversário dele. Você vai ir e ponto. Pode ver seus amigos todos os outros dias.

- Eu duvido que sequer vá fazer diferença para ele se eu ir ou não – o moreno retrucara, murmurando mais para dentro, na esperança de que a mãe não fosse reclamar por continuar discutindo.

- Vai, vai fazer. Agora vai arrumar suas coisas que a gente sai em meia hora.

Kauê bufara, contrariado, pisando firme ao ir para o quarto arrumar suas coisas.

Sinceramente, Kauê agira de forma revoltada somente por instinto, porque, no fundo sentia-se realmente culpado por não ver Mariano há tanto tempo, mesmo que o loiro fosse como seu único irmão. Queria ficar em casa porque no sábado teria treino e no domingo iriam no cinema, mas sua mãe tinha razão. Era aniversário do Mariano, afinal.

Arrumara sua mochila para o acampamento, também preocupando-se em enviar mensagens para os amigos avisando sobre onde estaria e o motivo para provavelmente não estar respondendo as mensagens no final de semana.

Não demorara para que a mãe fosse lhe chamar e ambos rumassem até a casa de Mariana, sendo recebidos por esta mesma.

- Você está tão grande, Kauê! Maior do que eu! – a mulher exaltara-se, abraçando o sobrinho. Não que fosse difícil ser maior do que ela, uma vez que a mulher tinha cerca de 1,63 de altura.

- E você está pequena, tia Ana.

- O Mariano está lá no quarto dele terminando de arrumar as coisas que vai levar. Vai lá! Ele vai gostar de te ver.

Kauê concordara e seguira caminho, indo até o quarto do mais novo. Batera de leve na porta aberta, mesmo vendo que o loiro se encontrava sentado na cama, encarando um suéter preto encima desta. Quando Mariano ouvira o bater virara-se no mesmo instante, surpreso ao lhe encontrar ali.

- Oi Ninho – Kauê tomara a iniciativa, uma vez que Mariano não respondia ou reagia, mantendo a mesma expressão de surpresa. – Um abraço?

O pequeno levantara-se e abraçara o mais velho, com força, quase o escalando. Kauê retribuíra.

- Você 'tá muito grande!

- 'Nah. Eu ainda vou crescer mais.

Mariano chegava quase até o ombro de Kauê, mesmo que estivesse maior do que a última vez em que o descendente indígena o vira, principalmente na questão de peso, ainda era bem pequeno, ainda mais para uma criança de nove anos.

- Você veio ajudar a tia Li a trazer as coisas dela?

- Na verdade não. Eu vim para ir junto no acampamento.

- Sério?!

Kauê podia ver o brilho de animação repentina nos olhos claros.

- Claro que sim. A mãe disse que eu fui convidado, então...

- Claro que foi!

O descendente indígena sorrira para o entusiasmo do amigo, percebendo o quanto sentira falta de vê-lo sorrir somente naquele momento.

Durante o trajeto foram conversando e atualizando-se sobre tudo o que acontecera naquele tempo em separado, ambos empurrando para longe assuntos delicados, principalmente escola e amizades – ou a falta de, no caso de Mariano.

Quatro Anos Atrasado - A Vida Encontra Um Caminho (BoyxBoy)Onde histórias criam vida. Descubra agora