24. I like him

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Ele saiu do carro fechando a porta e eu as travei rapidamente. Minhas mãos e minha pernas tremiam descontroladamente. Ouvi Lauren conversando e abaixei o retrovisor olhando meu rosto. Passei as mãos para ver se minha cara vermelha e inchada sumia. Eu destravei as portas e fingi estar mexendo no celular enquanto minha respiração voltava ao normal. Ela entrou e me olhou.

— Oi...

— Oi! – falei e sorri.

— Demorei muito? – ela perguntou passando o cinto pelo seu corpo e ligando o carro.

— Não, que isso. – falei e ela me olhou.

— Você está bem? Em relação ao...

— Estou. Foi só uma briga boba. Ele me mandou mensagem e vai me ligar quando chegarmos em casa. – menti.

— Certeza?

— Tenho, nós vamos ficar bem. – ela assentiu e deu partida no carro.

Eu me preparava para dormir e pensava em tudo o que havia acontecido. Eu não podia acreditar nisso. Eu não pensava no que eu passaria, e sim o que poderia acontecer com a Katelyn caso esse vídeo vazasse. Ela não merece isso. Eu não posso vacilar com ele. E não vou.

POV's Matt

Depois de sair do set e colar pra casa, sentei na minha mesa copiando o vídeo para o pen-drive. Eu o deixei salvo no computador e apaguei o da máquina.

— Belo corpo, Kate. – falei e ri.

Minha mãe entrou no quarto e eu fechei o vídeo rapidamente.

— Oi Matt – ela veio até mim.

— Oi mãe. – falei e ela passou a mão nos meus cabelos se sentando ao meu lado.

— Tudo bem? – eu assenti e ela sorriu. — Já fez sua tarefa de casa?

— Já, acabei de terminar. – menti. — Estou olhando algumas fotos... para o anuário.

— Legal. Como está a Alisson? Tem que trazê-la para mim conhecer ela. – ela disse sorrindo e eu assenti.

— Ela está... ótima. Pode deixar, vou ver com ela um dia. – ela assentiu.

— E você como está? Está tomando seus remédios direitinho? Como o médico pediu?

— Estou. Quando os fracos acabar, eu te falo.

— Certo. – ouvimos um barulho alto e nós olhamos pra porta.

— Miranda! – meu pai gritou do andar debaixo. Ouvimos as coisas caindo e minha mãe se levantou rapidamente com o medo já estampado em seu rosto.

— Não saia daqui Matt. – ela falou e eu engoli seco.

— Mãe...

— Fique no quarto. – ela saiu e fechou a porta. Comecei a ouvir os dois discutindo, como sempre. Os barulhos altos logo começaram. Eu me sentei na cama e tampei os ouvido enquanto abraçava meus joelhos. Era sempre assim, desde que eu nasci. Ela gritou e eu olhei em direção a porta.

**

Os barulhos pararam um tempo depois e eu me levantei. Eram nove e meia da noite, hora de mais uma dose de comprimidos controlados. Entrei no banheiro e abri o armário pegando os frascos. Me lembrei da conversa que tive com a Alisson e sorri. Ela me faz bem e eu não quero perdê-la. Nunca. Eu levantei a tampa do vaso sanitário e joguei os comprimidos dentro dele. Puxei a descarga e os vi indo embora.

— Eu não vou te perder, Alisson. Você não. Porque além da minha mãe, você é a única que gosta de mim de verdade. Eu sei que você gosta. Então... eu não vou deixar você escapar. Não vou... eu não posso te perder. Por isso que eu não estou tomando os remédios, amor. Porque você me ama e a gente é muito feliz juntos. Eu não preciso deles. Eu não preciso.

Atlanta Boy • Chandler Riggs Onde histórias criam vida. Descubra agora