2. Atlanta, baby!

4K 334 1.4K
                                    

1 ano depois...

Era loucura o que eu tinha feito. Me arrependi no mesmo momento que pisei meus pés no aeroporto de Atlanta. Por mais que John tivesse me expulsado de casa depois de outra briga, fugir pra outro continente é meio doido. Olhei em volta e respirei fundo. O que uma pessoa tem que fazer pra conseguir sobreviver sozinha? Arrumar um emprego, é claro. Eu só preciso achar um lugar pra ficar, procurar por uma escola, e algo útil. A herança era minha, mas eu não sabia o quanto ela duraria se eu não arrumasse nada pra fazer. Sim, eu disse herança, sinceramente eu acho que meu padrasto estava com ela por isso. Caminhei até a esteira e esperei as duas malas vermelhas de rodinhas dar as caras. Eu as puxei de modo desajeitado devido ao peso, e as larguei no chão puxando a alça para cima. Eu comecei a puxá-las pelo aeroporto até eu achar a palavra "saída". Eu era meio lerda em relação a esse tipo de coisa. Passei pela porta giratória e senti um vento frio no meu rosto, não vejo a hora do verão chegar.

— Ok. Por onde eu começo? – perguntei a mim mesma. Avistei uma frota de táxi e sorri indo até lá. O moço desceu do carro e abriu o porta, me ajudando com as malas. —!Obrigada, isso já é um bom começo pra mim.

— Nova na cidade? – ele perguntou.

— Digamos que sim. – entrei e ele fechou a porta.

— E então? Para onde? – eu olhei no guia turístico e apontei o hotel para ele que assentiu e ligou o carro dando partida. — Veio a passeio?

— Mais ou menos...

— Vai gostar de Atlanta, é uma boa cidade, o pessoal é legal. – ele me olhou pelo retrovisor e sorriu.

— Maneiro.

— Você é meio nova pra estar viajando sozinha, não é não?

— Tenho 16 e sou emancipada. – ele apenas assentiu. O carro parou devido ao pequeno trânsito e eu olhei pela janela, vi um cartaz enorme com um zumbi ilustrado.

— The Walking Dead – ele disse — Já assistiu?

— Já ouvi falar – disse analisando a imagem.

— Série de zumbis, fim do mundo e coisa e tal. Um grupo de sobreviventes luta contra os mortos que voltaram a vida depois de um vírus. Eles estão procurando personagens novos, fiz a audição, mas não deu pra mim. Lado bom pra você, eles precisam de uma menina, se não tiver nada melhor pra fazer, pode tentar o papel.

— Até que dia é as audições? – perguntei.

— Hoje. – ele riu e o sinal abriu.

— Pode me levar lá? – perguntei me aproximando

— Sua sorte, é que é mais perto do hotel.  – quando ele parou o carro, eu olhei a fina, na qual eu era a última. As garotas gritavam nomes e faziam barulhos.

— Uau, isso tá um caos – falei saindo do carro e puxando as malas junto.

— Boa sorte pra você. – deu um sorriso e estiquei o braço pra dar o dinheiro, o mesmo negou. — Não vou ser o primeiro a arrancar seu dinheiro – rimos. — Aqui está meu cartão, caso precise, é só ligar. –deu uma piscada e deu partida no carro. Eu olhei o prédio e a fila... no que eu estava me metendo?

— Boa sorte pra mim então. – caminhei até o final da fila com algumas garotas me fuzilando com o olhar. Soltei as malas no chão e sentei nas mesmas. Peguei meu celular e fiquei mexendo enquanto a fila não andava. Quando a fila começou a andar eu me levantei, puxando as malas. Todas as garotas entraram e o portão foi fechado atrás de nós. Ganhei uma pulseira neon no braço e um carimbo preto na mão.

Atlanta Boy • Chandler Riggs Onde histórias criam vida. Descubra agora