Capitulo 6 - O Trilho encantado
O sol está bem lá no alto, acariciando toda a natureza em meu redor com o seu calor. Os insectos zumbem de flor em flor, fascinados pelo doce aroma que está no ar, os passarinhos ecoam as suas harmoniosas melodias, a água corre pelo rio abaixo, sem pressas, borbulhado, acariciando as plantas e rochas que se encontram no leito do rio.
Há horas atrás eu estivera numa floresta revestida por um manto branco, um sítio que conhecia desde pequena, mas agora eu encontro-me num lugar completamente desconhecido, onde cada recanto guardava um segredo aguardando por ser descoberto. A floresta que me recebia no seu seio, e que me rodeava era magnífica, e fervilhava de vida, como se os próprios anjos tivessem descido dos céus e a tivessem construído, de tão bela que era. Algo que provavelmente até não seria mentira, pois se há poucas horas eu diria que era impossível haver criaturas mágicas ou até mesmo um mundo que não o meu, neste momento dizer que não havia sido construída por anjos, seria desafiar alguma identidade superior, uma vez que acabara de conhecer duas deslumbrantes sereias, e até porque me encontrava num sítio que se assemelhava ao paraíso, capaz de hipnotizar os seus visitantes com as suas características invulgares.
Uma borboleta em tons de azul e dourado esvoaça em meu redor, batendo as suas frágeis asas. Ao olhar para esta, surge um pensamento: a minha avó! Ao acordar neste mundo, eu esquecera-me por momentos de onde vinha e o que me acontecera antes, pelo que a minha avó devia estar preocupadíssima, pois não lhe havia ligado esta manhã, e agora era me impossível fazê-lo, pois ao meter as mãos nos bolsos verifico que não trouxera o telemóvel comigo, e provavelmente nem funcionaria aqui.Assim penso para mim própria: “Quanto mais depressa chegar ao Reino da Água melhor, só assim conseguirei voltar para casa e esclarecer à minha avó que me encontro bem.”
Mantenho-me sempre por perto do rio, seguindo atentamente as indicações das sereias. Devo seguir para Norte, pelo que se me afastar um pouco do rio posso sempre orientar-me através da direcção que os musgos verdes tomam ao crescerem nas árvores e pedras.
O espaço à minha volta é tão belo que sou obrigada a parar de modo a apreciá-lo. Nas árvores de pequenas dimensões que se encontram à minha direita adoráveis esquilos percorrem os seus ramos castanhos, saltitando de ramo em ramo, brincando uns com os outros, as borboletas dançam na imensidão da floresta verde que se encontra a minha frente, poisando ocasionalmente em algum ramo, ou em alguma flor mais atractiva, como se pretendessem apreciar o espectáculo que elas próprias criam.
Até então tenho estado sempre a seguir ao longo do rio, mas decido infiltrar-me um pouco mais na floresta, mas sem me afastar muito, pelo que quando me encontro rodeada de árvores paro e olho para o lado esquerdo, a fim de ver se ainda consigo ver o rio. Como o consigo ver, continuo a andar em frente. Este sítio era digno de ser fotografado, daria fotografias incríveis: as árvores de porte pequeno, começam a dar lugar a filas de árvores de maiores dimensões, cobertas de folhas verdes que dançam ao sabor do vento. É possível ver também algumas árvores de fruto, ligeiramente mais pequenas que as outras árvores, e os seus ramos estendem-se em todas as direcções e deles pendem pequenos frutos como redondas maçãs, vermelhas como gotas de sangue, ou pequenas bagas amarelas.
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"O murmúrio dos Anjos "
RomanceDois mundos interligados.....pelo mesmo amor..... E se o seu destino á muito traçado nas estrelas a obrigasse a aceita lo....ou a lutar para o contrariar.....o que faria? Essa é a questão que Crystal faz a si mesma todos os dias!! Luta...