Capítulo 8 - A Clareira

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Capítulo 8 - A Clareira

Deixámos a floresta azul há acerca de três dias, e desde então temos vindo a percorrer o belo reino da Água, atravessando luxuriantes vales verdes e encostas repletas de flores

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Deixámos a floresta azul há acerca de três dias, e desde então temos vindo a percorrer o belo reino da Água, atravessando luxuriantes vales verdes e encostas repletas de flores.

Antes de partirmos, as fadas ajudaram-me nos preparativos para a viagem, pelo que que trago comigo uma sacola de pele que contém alguma fruta e uma espécie de bolinhos, algumas roupas e uma pequena bolsinha preta com pó de fada lá dentro. As fadas ofereceram-mo para dar sorte e para o caso de eu precisar de ajuda ou sabedoria. Nesse caso basta soprar um pouco do pozinho rosa e este fornecerá as respostas que eu eventualmente precisar.

Melody fez questão de me acompanhar durante a minha jornada neste mundo, pelo que lhe fico eternamente grata. Nunca irei esquecer os momentos que passei na companhia de todas aquelas fadas, da sua floresta que era um poço de magia, das suas casas que eram absolutamente deslumbrantes e graciosas. Ali tomei conhecimento do que acontecera ao seu reino: florestas inteiras completamente dizimadas pelo fogo, deixando pra trás um mar de cinzas, os seres que conseguiram escapar as garras do mal e que tiveram de se esconder nos reinos vizinhos, como as fadas haviam feito encontrando-se neste momento escondidas no Reino das Águas Brilhantes e fazendo deste reino a sua nova casa como eu pudera constatar. Posso ter deixado para trás pequenas criaturas, mas na verdade estas revelaram-se grandes amigas, pois ajudaram-me bastante.

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Caminho por um estreito trilho de pedras enquanto a Melody voa delicadamente por entre as árvores rumo ao Palácio Real. Entretanto ouvimos o som da água a correr rio abaixo, e os longos ramos das árvores que se elevam acima das nossas cabeças protegem-nos do sol abrasador, e de tempos a tempos corre uma pequena brisa suficientemente fresca para nós dar ânimo e forças para continuar.

Provavelmente as fadas haviam antecipado o estado do tempo, pelo que trazia vestida uma camisola verde com atilhos, fina e de meia manga, umas calças justinhas pretas e umas botas castanhas calçadas, bastante confortáveis para fazer caminhadas, e apanhara o cabelo num simples rabo de cavalo.

À nossa direita montanhas elevam-se bem lá no alto, algumas chegam mesmo a rasgar as nuvens de tão altas que são, e provavelmente os seus cumes encontram-se revestidos por uma camada branca de neve, porém cá em baixo o sol ilumina os campos de lav...

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À nossa direita montanhas elevam-se bem lá no alto, algumas chegam mesmo a rasgar as nuvens de tão altas que são, e provavelmente os seus cumes encontram-se revestidos por uma camada branca de neve, porém cá em baixo o sol ilumina os campos de lavanda que deixam no ar delicados perfumes, grilos e cigarras entoam as suas harmoniosas canções competindo entre si, e várias espécies de flores cobrem os verdejantes vales, e uma em particular chama-me a atenção, pois é diferente de qualquer outra flor que eu tenha visto antes. Encontra-se a crescer por entre um amontoado de pedras, e as suas pétalas vermelhas assemelham-se a pequenos corações. O seu caule é de um verde escuro coberto por delicadas folhas, e Melody conta-me que se trata de uma Remísia, e que antigamente os reis cavalgavam por entre os bosques à sua procura, pois são bastante raras, e por isso os que tivessem a sorte da encontrar ofereciam-na à sua amada como símbolo do seu amor, belo e forte como aquela flor.

Numa bela manhã de um destes dias, ao revistar melhor a minha sacola de pele descobri um caderninho e juntamente com este uma delicada e suave pena azul, pelo que pensei em desenhar o cenário que nos acolhia nos seus braços para depois poder relembrar os sítios por onde havia caminhado durante a minha estadia neste mundo. Hoje decidira dar início a esse meu projecto, porém a minha tarefa não estava a ser fácil, não por falta de talento, muito pelo contrário uma das coisas de que me podia gabar era de saber desenhar, mas sim porque a pena não continha tinta e eu pressionara vezes sem conta o seu bico na folha do caderno mas nada aparecia neste. As caretas que eu fizera durante a minha tentativa desesperada de desenhar divertiam imenso Melody, quedava piruetas no ar e o seu risinho estridente preenchia o espaço à nossa volta, até que por fim ela me informou que a pena que eu estava a usar era mágica, e que bastaria eu pedir com delicadeza à pena para desenhar e esta assim faria. Assim que o fiz, os traços que eu havia rabiscado anteriormente ganharam vida: ramos acastanhados desprovidos de folhas surgiam agora na folha do caderno, bem como arbustos cobertos por imensas flores violetas. Fiquei a saber que esta espécie era conhecida por Purbela e exalava um aroma doce semelhante ao da baunilha.

Já mencionei que estas florestas eram incríveis inúmeras vezes, mas não foi o suficiente, pois a cada passo que dou fico sempre admirada e extasiada com o que me rodeia e desta vez não é excepção. Um pequeno arco feito com pequenos blocos de pedra eleva-se à nossa frente rodeado por algumas árvores, e Melody incentiva-me a continuar em frente. Olho para lá do arco e observo uma planície verdejante preenchida por milhares de pequenos pontos brancos e dourados, mas não consigo perceber do que se trata, pelo que finalmente avanço em direcção ao arco, e assim que o ultrapasso pequenos pontinhos começam a levitar à nossa volta soltando pequenos risinhos e alguns “Olá!”. Fico a observá-los durante alguns minutos percebendo finalmente que se trata de dentes de leão, um pouco diferentes dos do nosso mundo, pois são mais volumosos, as suas sementes macias são uma mistura de branco e dourado lembrando a juba de um leão, e os seus olhos são de um amarelo-torrado, como os favos de mel.

Avançamos alguns metros sempre rodeadas por estas pequenas criaturas, que entretanto começaram a entoar uma delicada música que nos embala de encontro à felicidade, e quando dou por mim, estou a rodopiar no meio da planície juntamente com Melody e os dentes de leão.

A felicidade que sinto dentro de mim é inexplicável, e então, como se ainda não fosse o suficiente vejo um animal deslumbrante a caminhar por entre as árvores. Começo a pensar que neste mundo nada é impossível, pois diante dos meus olhos encontra-se um magnífico e encantador unicórnio branco que se esconde por entre as árvores. O seu pêlo branco cintila com a luz do sol, lembrando pequenos diamantes. Fico fascinada a olhar para ele, como uma criança ficaria se tivesse a oportunidade de contemplar tal criatura. Quando começo a pensar que este se dirigirá até nós, ele olha-nos de soslaio e para meu desapontamento prossegue a sua caminhada, assim como nós, rumo ao Palácio Real do Reino das Águas Brilhantes.

 Quando começo a pensar que este se dirigirá até nós, ele olha-nos de soslaio e para meu desapontamento prossegue a sua caminhada, assim como nós, rumo ao Palácio Real do Reino das Águas Brilhantes

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