• QUATRO •

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Aquela noite selou algo que eu jamais vivi em toda a minha vida: Uma amizade colorida.

Sim, eu não queria que fosse um relacionamento sério, nem um compromisso para ele nem pra mim, pois ainda tínhamos que nos conhecer mais. Meu medo de ser traída era altíssimo e eu acreditava que se oficializássemos, eu seria traída em algum momento.

Daniel me ligava todos os dias e ficávamos horas no telefone, quando eu chegava do trabalho. Fui descobrir naquela nossa primeira noite, que ele havia entrado de férias, mas não viajou porque não se sente livre o suficiente para se afastar de tudo e curtir. Ainda sente um pouco da pressão da culpa inventada por seu pai, o prendendo.

Ficamos por duas semanas entre telefonemas e visitas. Daniel não me convidou nenhuma vez a ir até sua casa porque dizia que se sentia melhor na minha. Entendi seu ponto, pois não éramos nada sério um do outro, então não havia cobranças. Só que, depois das duas semanas, ele disse que voltaria a trabalhar na próxima segunda, e queria me levar até sua casa antes.

Ou seja, no sábado.

Naquele sábado eu acordei ansiosa, apreensiva e muito, muito feliz. Enfim, conheceria o cantinho que Daniel morava.

Meu coração já estava rendido completamente por ele. Não tinha como não me apaixonar. Seu modo de ser é tão admirável, sua voz firme, mas sempre dirigida com carinho a mim, fazia com que borboletas voassem livres em meu estômago todos os dias.

Assim que peguei o celular, visualizei uma mensagem dele.

"Bom dia, meu céu."

Ele manteve o apelido do nosso fingimento e aquilo de alguma forma me fez amá-lo ainda mais. Era a primeira vez que alguém me chamava de céu e eu realmente me sentia importante.

"Bom dia, príncipe."

Não tinha palavra que mais o definia do que essa. Um verdadeiro lorde do século passado estava caminhando para ser um dia meu namorado.

Curtos segundos se passaram, quando ele fez uma chamada de vídeo.

Atendi descabelada com meu pijaminha de nuvens e cara amassada de quem havia acabado de acordar.

Ele, porém, estava com os cabelos úmidos perfeitamente penteados, torso nu e uma toalha no ombro, indicando que acabara de sair do banho.

– Acordou agora? – perguntou ele.

Só assenti, olhando para o local onde ele estava. Parecia o quarto dele.

– Sim. Está em casa? Esse é seu quarto?

Ele afastou o celular de si, me dando a visão ampla do cômodo. Era um quarto enorme em tons de azul escuro e marfim. Um quarto bem luxuoso.

– É sim. O quarto que você conhecerá pessoalmente hoje. Eu nem dormi essa noite de ansiedade. Espero que não se sinta mal na minha casa. Aqui tem toda a minha história.

– Conhecer mais de você é o que quero, paixão. – Sorri. – Por que ligou?

Ele deu de ombros e caminhou até o banheiro suíte, deixando a toalha por ali enquanto falava comigo.

– Porque eu precisava te ver. É tão ruim não ter sua alegria todos os dias da minha vida. Queria poder te ver sempre. Perdoa a rapidez, mas eu sinto que...

Quando percebi que ele diria a bendita frase que começa com "te" e termina com "amo", eu cortei:

– Calma, você vai voltar de férias segunda-feira e nem vai sentir minha falta. Aposto que ficará dias sem enviar mensagem ou qualquer coisa do tipo.

MEU CEO ALUGADOOnde histórias criam vida. Descubra agora