|0.5| ATRAVÉZ DOS OLHOS DA MORTE!

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"A natureza é a arte de Deus

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"A natureza é a arte de Deus." - Dante Alighieri.

⊰⊱

O CORREDOR Vasari foi projetado pelo próprio artista como uma rota de fuga a pedidos do Granduque Medici. Ele se estendia por um quilômetro abaixo da ponte Vecchio.
- Então estamos literalmente encima daquele caos todo?
Dean perguntou não escondendo o choque de empolgação.
- Isso mesmo.
- Isso é muito legal - Dean riu.- Passagens secretas são demais. Parece um filme!
- Como conhecia essa passagem?
Sam indagou.
- O professor Langdon - Falei, me lembrando da viagem feita. Estávamos no Palazzo Pitti e enquanto Robert nos contava aninado sobre a história dos Medici, falou sobre a passagem, mas que infelizmente não poderíamos ver porque era algo extremamente restrito. Apenas pessoas com os melhores contatos conseguiam.- Ele me contou sobre esse lugar. Eu só não tinha certeza de que o caminho era aquele.
Apressamos o passo e quando vi já estávamos atravessando o corredor como loucos. Ficamos em silêncio durante o percurso, provavelmente cada um afundado em seus próprios pensamentos.
Eu não conseguia evitar pensar que pudesse de alguma forma estar indo para o lado errado, pois mesmo com tantas peças a imagem montada ainda não fazia sentido para mim.
Comecei a pensar no motivo para que eu estivessem tão fora de mim dias atrás. Alguma coisa não estava certa, isso é fato, mas o que?
Lapsos, falar sozinha, o Mappa de Botticelli que dei ao Bobby para que guardasse. Tudo se juntava em uma cena sangrenta e bizarra, preocupante demais para ignorar.
Depois de um tempo correndo chegamos ao fim do corredor. Uma porta que eu torci para estar destrancada, e graças a Deus estava, nos levou diretamente até o interior do Palazzo Vecchio.
- Chegamos - Falei baixo, arfando.- Agora temos que chegar ao salão dos Quinhentos.
Passamos pelos vários turistas, felizmente o lugar estava cheio e ninguem reparava em nós.
Caminhei na direção do fluxo de turistas que adentravam em direção ao salão que agora era um enorme museu.
- Esse lugar é fantástico! - Sam comentou. Eu sorri e segurei sua mão, sem nenhum motivo aparente, eu apenas queria dividir esse momento com ele.
- Concordo.
Falei. Caminhei decidida na direção do quadro enorme que tomava quase toda a parede.
- A Batalha do Marciano - Falei, indicando o quadro. Apontei para a pequena área, no ponto mais alto do quadro.- Alí, estão vendo? Cerca Trova.
Eles procuraram e procuraram.
- Aonde? - Dean perguntou.
- Estão vendo aquele estandarte bem alí? O verde... Olhem bem na ponta dele.
- Certo, agora eu vi - Ele falou.
- Mas... e agora? - Sam perguntou.
É... e agora, Luna? Você os arrastou até o outro lado do mundo, os fez pular muros, correr de cães.... para quê?

- A verdade só pode ser vislumbradas através dos olhos da morte - Repeti de forma robótica.
Olhei para os irmãos.
- Procurem algo a ver com isso - Eles não se mexeram.- Depois eu explico, agora andem logo.
A verdade é que eu não sei se sou capaz de explicar qualquer coisa. Eu apenas sabia que precisávamos nos concentrar nisso.
Eles se afastaram depressa e eu me voltei para o quadro. Busca e Encontrarás, eu busquei... mas o que eu encontrei?
Eu não aguento mais enigmas, e agora surgiu mais um. É como se minha própria mente me fizesse perseguir o impossível.
Vi o estandarte e segui a direção para onde a ponta da bandeira apontava.
A verdade só pode ser vislumbrada atravéz dos olhos da morte.
Havia uma escada. Eu me lembro dela... está mesma escada leva ao segundo andar do museu. Eu me afastei e caminhei até as escadas, não chamei os outros, apenas segui como em algum tipo de transe. Repentinamente, todos os outros sons desapareciam, parecia que só tinha eu ali. Subi lentamente os degraus até o último patamar e continuei andando em direção ao fim do corredor.
Meus pés sabiam aonde iam, me levavam sem hesitar, talvez o caminho já estivesse gravado no meu inconsciente. E então me vi alí, diante daquele rosto. Àquilo causaria impacto em qualquer um que o visse, menos em mim. Dentro de uma caixa de vidro, repousando tranquilamente em um fundo de veludo vermelho, estava ela; A máscara mortuária de Dante Alighieri.
Estendi minha mão em sua direção, mas alguém segurou meu ombro e como um solavanco fui trazida de volta para a realidade.

✓ 𝗖𝗘𝗥𝗖𝗔 𝗧𝗥𝗢𝗩𝗔 | 𝗦𝗨𝗣𝗘𝗥𝗡𝗔𝗧𝗨𝗥𝗔𝗟Onde histórias criam vida. Descubra agora