|0.7| NO CORAÇÃO DE FLORENÇA.

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"Le stelle sono a nostro favore

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"Le stelle sono a nostro favore." - NYX.

⊰⊱

O BATISTÉRIO de San Giovanni se erguia imponente acima de nós. Era definitivamente uma obra prima da arquitetura e da arte. Respirei fundo, de alguma maneira eu sinto que o desfecho disso tudo está se aproximando.
- Olha só quanta gente - Dean resmungou.- Vai demorar uma eternidade para entrarmos.
- Deve ter outra forma de entrar - Sam falou.
- Tem que ter - Eu digo, olhando ansiosa por cima das várias cabeças. O local só abriria às nove, e ainda são oito. Fora que não podemos entrar lá no meio de tanta gente, que com certeza ficaria especulando.
Meus olhos recaíram nas enormes portas revestidas de folhas douradas. Em frente a elas, vi um homem de gorro e túnica vermelhos. É apenas mais uma visão, ou alucinação se preferir, mas junto com a imagem suas palavras se acendem como faróis em minha mente: Os portões do Paraíso estão abertos para você.
Os anjos abriram caminho.
- Venham comigo - Chamei enquanto abria espaço entre a massa de turistas ansiosos em direção as enormes portas douradas. As portas do paraíso.
- Estão fechadas, Luna, não tem possibilidade de entrarmos por aqui - Sam diz.
- Tem sim - Falei e em seguida olhei para Castiel. Quando Dante disse que as portas do paraíso estaríamos abertas, ele não dizia literalmente... eu acho, é assim que essas portas se chamam. É o nome dessa peça. - Castiel, pode nos colocar dentro dessa sala?
O anjo concordou e depois de um breve solavanco, me vi dentro. Sam e Dean olhavam maravilhados o interior do local, suas bocas abertas.
- Dizem que quando se entra no Batistério é impossível não olhar para o alto - Eu sussurrei.- O magnetismo é... poderoso demais.
- Concordo - Sam murmurou.
A imagem do próprio diabo, igual ao pintado por Botticelli no mappa, tomava nossa visão. Algo horrivelmente poético em minha concepção.
- Tenho tido visões de Dante - Contei enquanto caminhava como um fantasma pela enorme sala.- Ele fala comigo.
- Então você estava conversando com Dante esse tempo todo? - Dean indagou.
- Eu acho que não - Respondi sincera. Eu alcancei um pequeno púlpito que passaria despercebido, mas eu sabia que era algo mais.- Acho que eram só lembranças, fantasmas... se é que me entendem. Ele nunca me respondia e parecia não me escutar, ele apenas repetia as mesmas coisas.
- Por que não nos contou isso antes? - Sam pergunta.
A essa altura eu ja segurava a borda de mármore do púlpito.
- Porquê me olhariam com pena e chegariam a conclusão de que tinha enlouquecido, mas todas as dicas que nos trouxeram até aqui foram dadas por ele. Principalmente a forma de entrar. Ontem na capela ele disse "As portas do paraíso estão abertas para você" e em seguida "os anjos abriram caminho". O nome daquelas portas são "Portas do Paraíso", e o Castiel nos trouxe para dentro. Um anjo abriu caminho.

Estava óbvio para mim, tudo se conectava. Tentei empurrar a tampa, mas era pesada demais.
- Abram isso aqui, por favor - Pedi. Sam e Dean arrastaram a pesada tampa de mármore a colocaram de lado, revelando a pia batismal. Parecia apenas uma mesa, mas foi aqui onde Dante foi batizado.
- Pensei que isso fosse uma mesa.
Eu ri do comentário de Dean.
- Não discordo - Falei.
- Mas, o que estamos fazendo aqui, exatamente? - Castiel indagou, ansioso.
Molhei minha mão na água, tão gelada, tão limpa e em seguida levei minha mão úmida até minha nuca e depois até minha testa, respirando fundo, pois meu coração estava acelerado e parecia querer sair pela boca. A água fria escorria por minha pele e a sensação de nostalgia, de voltar no tempo, foi tão forte que alguma área do meu cérebro... talvez não as áreas comuns, algo muito mais profundo, foi reavivado.
Eu olhei assombrada para os outros três que me observavam e murmurei tão baixo que foi quase um sussurro:
- Eu sou Beatriz Portinari.
- Você é quem? - Sam pergunta.
- Eu sou Beatriz - Falei mais alto.- Por isso a ligação com Dante, por isso as visões e por isso estou em Florença.
Castiel colocou uma mão em meu ombro.
- Você quer dizer que é... a reencarnação de Beatriz?
- Castiel, eu não sei como... mas eu sou.
- Você tem como provar? - Sam pergunta.
- Como se prova algo assim, Sam?! - Perguntei.- Aquela bacia, eu fui batizada... quer dizer, Beatriz foi batizada ali. Assim que toquei na água, tudo apareceu na minha mente. Eu sei que nem mesmo antes de bater a cabeça e toda essa corrida começar eu me lembrava disso, mas agora eu me lembro.
Ao lado da bacia, vi novamente a imagem de Dante. O poeta parecia triste e olhava para o teto, ele lamentava algo.
- Então, foi você quem o acompanhou pelo Paraíso? - Castiel me perguntou. Isso estava me cansando. Eu tinha minhas próprias questões, minha cabeça havia se tornado um amontoado de memórias e indagações, eu não tinha como responder as questões deles agora.
- Sim - Confirmei.- Parece improvável, mas é isso.
Os três trocaran olhares.
- É sério que estão chocado com isso? - Eu os encarei.- São amigos de um anjo e caçam demônios, o que eu falei não pode ser a coisa mais absurda que ja ouviram.
- Ela tem razão - Sam concordou.- Vimos muita coisa.
- Mas, reencarnação, Sam? - Dean perguntou ainda cético.
- Eu não preciso que acreditem em mim.
Rosnei.
- É possível que ela estaja certa - Castiel interveio.- Já vi isso antes.
- Estamos perdendo tempo aqui - Falei descendo do púlpito.
Dean revirou os olhos.
- Ótimo, para onde vamos correr agora?
- Vamos para o ponto de chegada. Eu tenho as memórias de Beatriz agora, sei tudo o que ela sabia. E se quiser ficar ou voltar para os Estados Unidos, que seja, até agora suas reclamações não ajudaram em nada!

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✓ 𝗖𝗘𝗥𝗖𝗔 𝗧𝗥𝗢𝗩𝗔 | 𝗦𝗨𝗣𝗘𝗥𝗡𝗔𝗧𝗨𝗥𝗔𝗟Onde histórias criam vida. Descubra agora