Introdução

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'City of stars, are you shining just for me? City of stars, there's so much that i can't see Who knows? I felt it from the first embrace I shared with you That now our dreams, they've finally came true'

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'City of stars, are you shining just for me?
City of stars, there's so much that i can't see
Who knows? I felt it from the first embrace I shared with you
That now our dreams, they've finally came true'.




Despejou a água no café e inspirou fundo enquanto esperava ele ser coado. Tomou um breve susto quando sentiu sua cintura ser envolvida por dois braços e mãos gélidas. Riu fraco assim que sentiu o selar na pele de seu pescoço.

- Bom dia amor. – Disse, apertando levemente a cintura da mais baixa.

- Conseguiu dormir Moon?

- Com você do meu lado óbvio que eu consegui. Só to matando a saudades da minha Wheeinzinha depois de dias fora de casa por causa do seu trabalho~ – Disse cantando.
Sentia um aperto no peito toda vez que era chamada dessa forma. Segurou as mãos da namorada e as tirou gentilmente de volta de si.

- Sabe que não gosto que me chame assim.

- Por quê? Só porque sua ex te chamava assim? Você ainda não superou?

- Eu... Olha Moonbyul, já tivemos essa conversa antes. Não quero me estressar por causa disso logo pela manhã. Vai se arrumar pro trabalho.

Ouviu-a estalar a língua e logo a porta do quarto fechar. Suspirou pesado e passou sua mão no rosto. Hoje se completam quatro anos desde que se perdera o amor da sua vida. Não havia um dia sequer em que não pensasse em Hyejin, afinal, tudo remetia a ela, principalmente, a cor laranja. Devia ser por isso que sempre mantinha um cuidado extremo ás rosa alaranjadas que ganhara uma vez. Não conseguia se desapegar delas, mesmo sabendo que doeria menos se o fizesse.

Tirou o coador de cima de sua xícara e pingou algumas gotas de seu adoçante e, enquanto fazia isso, repetiu consigo mesma.

- Uma gota se quiser amargo, duas se estiver a fim de parecer um gato, três, quatro... É assim que se faz um belo de um prato.

Riu sozinha. A 'música' não fazia o menor sentido, mas a quantidade de gotas era sempre perfeita. Hyejin costumava inventar frases que rimassem aleatoriamente enquanto fazia o café, e essa, era sua preferida. A lembrava de bons tempos, e isso que tornava o fato de apenas beber café divertido.

Pegou seu celular no bolso de seu roupão e foi até a sala, como sempre. Balançou os pés para tirar suas pantufas e apoiou seus pés sob a mesa, abrindo então o aplicativo de mensagens. Rolou o dedo para cima até chegar no chat de Hyejin. Decidiu que iria reler as conversas com a ex namorada já que era um dia 'especial'. Não havia nada de diferente, ela não voltaria, mas, mesmo assim, Wheein gostava de se torturar fazendo isso às vezes. Seria tudo muito mais fácil se ela apenas apagasse o contato e fingisse que nada aconteceu, ou pelo menos, fingisse que aquilo anda não doía. Suspirou fundo, deu um gole em seu café e deixou a xícara na mesa enquanto abria a conversa.

Arregalou os olhos como nunca quando viu que suas mensagens haviam sido enviadas, e lidas, ainda na mesma manhã. Engasgou, e ainda tussindo, continuou rolando para baixo, tendo certeza que estava mesmo vendo aquilo.

Olhou para a foto de contato. A pequena bolinha verde apareceu. Hyejin estava online.

- Impossível. – Disse num sopro e baixo, ainda incrédula. Olhou ao redor e para o relógio. Pensou no que fazer. – Foda-se.

Se levantou, correu até o quarto e abriu o guarda-roupas,  começando a se trocar.

- Wheein? O que aconteceu? – Moonnyul a olhou e franziu o cenho, colocando as mãos na cintura. Não obteve resposta. – Wheein? Eu tô falando com você.

- A-agora não dá. Eu te vejo depois. – Wheein nem sequer a olhou, apenas pegou as chaves do carro e correu para fora do quarto. Pôde-se ouvir segundos depois a porta fechar.

Moonbyul passou a língua entre os lábios e saiu do quarto. Parou no corredor e olhou o calendário. Mordeu a boca quando percebeu que dia era. Olhou-se no pequeno espelho que tinha na parede e cerrou o punho. Num ato de fúria, socou o vidro. Sentiu o sangue escorrer pelos seus dedos e suspirou fundo, olhando para sua mão então. Abriu e fechou-a algumas vezes. Aparentemente, tinha mais uma coisa para se preocupar.










Wheein entrou no carro e bateu a porta. Ligou o carro, mudou a marcha e pisou com tudo na embreagem, afundando o pé no acelerador. Mal podia acreditar que aquilo estava acontecendo, se é que de fato estava acontecendo.

Ainda se lembra de como tudo aconteceu como se fosse ontem.

Wheein preparou um jantar na varanda de seu antigo apartamento com direito a tudo que Hyejin gostava. Macarrão ao molho branco, suco de limão, e ao fundo, uma banda, Queen, pra ser mais específico, tocando bem baixinho na vitrola, e de acompanhamento uma câmera polaroid para tirarem fotos debaixo daquela linda noite estrelada que no fim das contas, de linda não tinha nada.

Wheein se lembra perfeitamente de como se sentiu assim que o cirurgião a disse que Hyejin teria entrado em coma. Sentiu que seu mundo acabou, desabou. E foi assim pelos últimos quatro anos. Toda vez que sentia saudades, mandava mensagem para o celular da amada numa esperança de que um dia ela iria visualizar, responder, ou ao menos, ficar online. Apesar de tudo, nunca deixou que desligassem os aparelhos, mesmo tendo cogitado fazer isso várias e várias vezes nesses anos. Apertou com força o volante, sentiu suas unhas marcarem o couro. Se lembrou de toda a raiva que sentiu quando soube que foi alguém que provocou o acidente e não só destruiu sua vida, como a de outras pessoas. Poderia matar com suas próprias mãos se soubesse quem fez isso. Ainda se sentia um tanto quanto culpada por ter deixado Hyejin mesmo sem ela saber, talvez só tivesse cansado de esperar, mesmo ainda tendo esperanças de que um dia, despertaria.

Estacionou o carro assim que percebeu que chegara na frente do hospital. Suspirou fundo e saiu do carro, a hora é agora.

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