Antes tarde do que nunca

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  Ok. Eu literalmente estava prestes a dormir com uma garota que conheci a menos de 3 horas. Isso era bom? Tinha quase certeza que ela era louca ou algo do tipo, mais eu tabem era, pois, estava acompanhando ela para algum lugar do mundo.

  Lembrei do meu tio, Joss. Concerteza aquele homem grande como um lutador de sumô não lembraria de mim por pelo menos 1 semana. Joss sempre foi um homem muito alegre e bêbado. Eu gostava dele, era ele que me perguntava toda sexta-feira se eu tinha "comido alguma mina". Foi ele que cuidou de mim nos últimos 4 anos. Decidi ligar para ele.

   - Não se atreva a ligar para a polícia. - Carrie agora estava arrumando suas coisas que estavam dentro da mochila.

   - De modo algum, só vou fazer uma ligação.

   - Posso saber pra quem vai ligar? - perguntou ela ainda arrumando suas coisas.

   - Pro meu tio, Joss.

   - Ok. Ele não é advogado não é?

   - Longe disso - gargelhei.

  Liguei para ele, mas foi direto para a caixa postal. Ouvi a voz rouca e grave do Joss.

   - Não to afim de ligações chatas de telemarketing, mande uma mensagem cabaço.

   - Oi tio Joss ... é o Adriel... eu... não se preucupe se eu não voltar para casa... estou acompanhado... talvez eu não volte tão cedo, mais saiba que ainda estou vivo... tem sanduíche de presunto na geladeira... fique a vontade para comer. Até mais tio Joss.

  Ouve uns segundos de silêncio após o bip.

   - Seu tio parece ser bem legal. - comentou Carrie.

   - Sim ele é bem legal... estranho as vezes, mas é como um pai para mim.

   - A sim, que bom que você tem um tio que odeia telemarketing e chama os outros de cabaço, mas agora eu preciso de uma ajudinha aqui. - ela apontou para a mochila em cima da cama de casal.

   - Ok, eu te ajudo.

   - Me de sua mochila. - ordenou ela com um tom rígido.

  Gelei. Tinha lembrado que acabei pegando três pacotes de camisinhas no posto. Ela pensaria que eu era um pervertido. Me arrependi de ter pegado os pacotes.

   - Por acaso você tem 5 kg de maconha ai dentro dessa bagaça? Não quero mais problemas.

  Oque ela quis dizer com "não quero mais problemas"? Estava começando a acreditar que ela realmente tinha invadido um banco.

  - Oque tem dentro da bolsa?

   - N... Nada!

   - Vai ser do jeito fácil ou difícil.

  Cedi. Dei a mochila para ela. Senti o olhar dela rasgando minha pele. Ela abriu a mochila. Tirou la de dentro os salgadinhos, energéticos... camisinhas. Baixei a cabeça ao ver que ela tinha retirado elas. Mas ela não se importou. Fingiu que elas não estavam ali.

   - Você deve ficar com muita gente não é? - disse ela com um tom debochado.

   - Oque? - me fingi de idiota.

  Ela levantou os pacotes de camisinhas, mostrando bem na minha cara.

   - Isso... não,eu não fico com ninguém...quer dizer eu ja fiquei mas não foi de verdade... eu ainda não... - não sabia oque estava dizendo - Não é oque esta pensando. - ela percebeu que eu estava tenso, na verdade qualquer um perceberia.

   - Não precisa se explicar, acho que já entendi - disse ela rindo da minha cara, me senti um idiota.

   Ainda estava de cabeça baixa. Quanto a levantei vi que Carrie me encarava. Não resisti e também a encarei. Ela era realmente linda mas tinha certeza que também era uma pessoa incrível. Sorri. Ela retribuiu com outro sorriso.

   - Então, qual é o plano? - perguntei.

   - Vamos acampar! - disse ela com uma animação falsa e irônica.

   - Eba! - disse também com ironia.

   - Não é um lugar qualquer, é um lugar especial, e de difícil acesso, espero que sobreviva até lá - disse ela sorrindo.

  - Acho que não vou aguentar. - sorri.

   - Ok, vou contar o "plano" amanhã por que são exatamente4:52 da manhã e eu quero dormir.

   - Não pode me contar agora? - perguntei.

   - Eu realmente to sem paciência de contaro plano e a única coisa que queria agora era um chá de camomila.

   - Por favor conta... se eu pegar o chá de camomila você me conta?

   - Hmmm... talvez.

  Sorri. Fui até a cozinha do quarto a procura de um sachê de chá. Achei. Fiz o chá, coloquei um pouco de canela também.

   Quando voltei para o quarto as coisas já estavam todas arrumadas, salgadinhos, energéticos e camisinhas tudo no seus devidos lugares.

   - Você demorou tanto para fazer o chá que eu já dominei Jerusalém inteira. - reclamou ela mas com um sorriso no rosto.

   - Desculpe, não quis demorar tanto assim, tome - dei a caneca de chá para ela, novamente nos tocamos de novo, mesmo que rápido já era o suficiente para me arrepiar.

  Ela se aconchegou na cama e começou a beber o chá.

   - Não está tão ruim assim, cabaço. - disse ela tirando com minha cara. - Canela?

   - Sim, esta bom? - ela assentiu - Você vai contar o plano? - perguntei.

   - Se eu contar, promete me deixar dormir? - assenti - Antes tarde do que nunca, não é mesmo.



 

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⏰ Última atualização: Apr 15, 2020 ⏰

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