━━━━ 𝐃. 𝐖𝐈𝐍𝐂𝐇𝐄𝐒𝐓𝐄𝐑 | ele conseguia ouvi-la ao pé de seu ouvido;
ele conseguia toca-lá enquanto sonhava;
e quando estava bêbado o suficiente, conseguia sentir o gosto dela na ponta da língua.
Tal como uma gota de água gelada percorre um c...
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ACORDO COM MINHA BLUSA ensopadade suor, olhos arregalados e batimento cardíaco acelerado. Não consegui me manter dentro do carro por muito mais que dez segundos, já que comecei a dar sinais claustrofóbicos.
E eu nem sou claustrofóbico.
Recostei preguiçosamente sobre a lataria preta metálica, sentindo o ar frio bater em meu rosto e contrastando com a quentura do sol do... meio-dia? Ou seria uma da tarde? Eu sinceramente não fazia ideia de por quanto tempo havia dormido.
- Já acordou, é? - Escuto a voz do meu irmão às minhas costas. - Pensei que fosse vegetar até amanhã, levando em consideração a sua noite agitada.
Passo uma das mãos sobre o rosto, em uma tentativa obviamente falha de limpar os meus pensamentos referentes à ontem.
- Vai se ferrar e me dá o café. - Sinto-o revirando os olhos, mas logo me entrega um copo de isopor lacrado.
- É cappuccino, e eu estava planejando levar para a viagem. - Bufo e tomo uma golada generosa. - Enquanto você estava no seu estado psicodélico, achei um caso interessante numa cidadezinha a alguns quilômetros daqui.
Sinto um arrepio desagradável e contorço a cara involuntariamente, não querendo pegar a estrada e ir para longe do lugar que eu realmente queria estar. O lugar onde eu deveria estar.
Mas que lugar seria esse?
Sam, provavelmente notando minha cara azeda, suspirou.
- Você tem que parar com essa palhaçada. - Começa. Abro a porta do carro e me acomodo no banco do motorista, tentando escapar da falação do meu irmãozinho. - Se você simplesmente me contasse o que está acontecendo...
- Corta essa, Sammy. - Liguei o rádio em uma estação de rock aleatória e pisei no acelerador. Deixei o capuccino no porta-copos ao meu lado e resolvi não dar mais ouvidos a Sam, apenas focando os olhos na estrada à minha frente.
×✕×
- Então temos quase cem porcento de certeza que são bruxas? - Falo assim que Sam termina de ler a matéria.
- Acho bem provável, já que não é todo dia que vemos um cara morrer tendo engolido quatro lâminas que estavam num docinho de Halloween. - Assinto brevemente no mesmo momento em que estaciono a baby na frente da casa dos Wallace.
A Sra.Wallace nos recebeu bem — levando em consideração que seu marido acabara de morrer no chão da cozinha — e cooperou com as perguntas que Sammy fazia, embora nenhuma de suas respostas estivesse sendo de grande serventia para nós.
