As duas amigas ficaram abraçadas em silêncio por alguns minutos, o silêncio foi quebrado pela médica que viera dar alta para Marcela já com orientações e vitaminas que deveria tomar pra que o bebê se desenvolvesse bem. As duas ouviram todas as orientações e foram para o apartamento em que moravam em silêncio.
- Má, você pode contar comigo pra tudo. Pra absolutamente tudo, você sabe, né?
- Eu sei, amiga. Obrigada. De verdade. - disse Marcela voltando a chorar ao sentar-se no sofá. - Eu só não sei o que eu vou fazer, sabe? Poxa, mal tenho grana pra mim, preciso trabalhar na lanchonete pra poder sobreviver, falta mais de um ano pra eu me formar e ter um salário bom. Eu realmente não sei o que fazer com um bebê no meio disso tudo.
- O que você decidir fazer, vai ter meu apoio. - fala Camila. - Mas você não tá pensando em abor...
- Não. - interrompe a amiga. - Não pensei em momento algum. Apesar de não condenar quem faz. Eu não teria coragem. - fala e toca a barriga pela primeira vez sorrindo.
- Eu tô com você, se depender de mim, vai dar tudo certo pra você e meu sobrinho. - abraça a amiga que sorri.
- Obrigada. Você vai ser a melhor tia do mundo.
As duas ficam conversando e Camila toca em um assunto que Marcela ainda não tinha lembrado. Pedro.
- Você precisa falar pro Pedro... - fala e recebe o olhar assustado da amiga. - É dele né?
- É... - diz voltando a chorar. - Mas eu não sei. Não sei se falo. Que que você acha?
- Como assim não sabe se fala? Ele precisa saber, Má, é direito e responsabilidade dele também.
Camila olha o celular e recorda.
- Hoje quando você passou mal ele ficou preocupado, pediu pro Matheus me mandar uma mensagem perguntando de você.
Marcela sorri com o comentário, tomando coragem.
- Vou ligar pra ele antes que eu perca a coragem que o seu comentário me deu. - diz pegando o celular.
- Marcela? - Pedro atende curioso.
- Oi Pedro...
- Como você tá? Passou mal hoje de manhã.
- Já estou melhor. Mas... eu queria falar com você. Pode ser?
- Pode. Eu tô chegando em casa agora. Quer que eu encontre você daqui a pouco?
- Isso. Tem um café aqui embaixo no meu prédio. Você sabe onde é.
Os dois combinaram de se encontrar e logo desligaram. Marcela tremia ao desligar o telefone e deixou Pedro curioso do outro lado da linha. Não tinha mais volta, precisaria contar a ele o resultado da noite de bebidas e sexo que tiveram.
