"Sério? Essa notícia animou minha semana."
"Animou? Você tava tristinha?"
"Ah, um pouco de tudo, o agito das aulas, a gravidez, saudade dos meus pais, o Pedro..."
"Minha querida, em tudo que eu puder ajudar, pode me chamar. Sei que não tem mais seus pais, mas os avós de seu bebê estão aqui, caso queira um colo. E o Pedro, o que houve?"
"Mais ou menos um mês atrás nós ficamos de novo. Ele foi muito legal, tentou se aproximar de mim, mas eu afastei ele. E quando fui pedir desculpas ele estava com outra menina. Não falamos mais sobre aquela noite."
"Ele vem pra casa todos os finais de semana agora. Ele não está com nenhuma menina."
"Não vejo mais ele mesmo achei que estava indo pra baladas, ou com ela. Ele me manda mensagem pra saber do bebê algumas vezes."
"Meu menino está mudando, Marcela. E sabe o que eu acho? Que ele gosta de você. Mas é bobo demais pra admitir. Amarra meu filho menina."
"Ah Sol, ele nunca foi capaz nem de ir a uma consulta comigo. Eu não me importo se ele não gostar de mim. Eu só queria que ele gostasse do bebê."
"Ele gosta! Eu garanto pra você, ele gosta. Mas talvez ele ainda não tenha entendido direito isso tudo. Não quero defender, sei que você tá enfrentando tudo praticamente sozinha, mas homens demoram mais. Quando engravidei, Augusto entendeu que era pai no momento em que sentiu o primeiro chute do Pedro na minha barriga."
"Eu tenho medo que meu filho não receba o amor do pai."
"Eu acho que quando ele entender a importância do pequeno serzinho que vai nascer de você, a vida dele vai mudar pra sempre."
"Espero que sim. Obrigada, Sol."
"Fica bem e se cuida, menina. Até sexta feira."
A conversa com Solange lhe deu esperanças. Não que Pedro gostasse dela como sua mãe dissera, mas pelo menos que ele fosse dar ao bebê todo amor de pai que o filho merecia.
