Quando chegaram a Pemberley, era como se fosse a primeira vez que Elizabeth via a propriedade, e só de pensar que tudo aquilo era dela agora, era de fato assustador.
Elizabeth se encontrou novamente com a sra. Reynolds, sua guia de excursão na primeira vez que visitara Pemberley.
- Bom dia Sra. Darcy, estava a sua espera. – Disse a sra. Reynolds com um sorriso, sua aparência estava como da última vez, não fazia tanto tempo assim. Vestia um vestido cinza, e o cabelo estava com um coque mais despojado, parecia ter acordado bem cedo. – A senhora deve estar muito cansada, a proposito sou a sra. Reynolds, a governanta. A senhora gostaria de ir para o quarto? Ou preferiria tomar um pouco de café? Estou a sua disposição.
- Bom dia sra. Reynolds, lembro-me da senhora. Acho que café seria bom, perdi meu sono... – disse Lizzy que realmente já estava sem sono, mas com muita fome.
- Mandarei os empregados prepararem tudo. Enquanto isso, a senhora gostaria de conhecer o seu quarto?
Elizabeth concordou em conhecer seu quarto, Darcy foi para seu escritório pois havia recebido uma carta urgente. Logo se juntaria a Elizabeth no café. As duas subiram o escadarão para o andar de cima, Lizzy se sentia novamente como uma visitante. Andaram pelo extenso corredor, até chegarem ao quarto: era maior do que Elizabeth imaginava, bem iluminado o quarto era enorme, tinha uma grande cama no estilo vitoriano, lustre e luminárias dourados, uma pequena mesa com algumas cadeiras, pequenos sofás e um tapete que cobria quase todo o cômodo. A sra. Reynolds logo disse que aquele era o quarto de Elizabeth e Darcy, e que as portas davam para um banheiro reservado e closet com as roupas de Elizabeth.
- A senhora tem um quarto privado também, posso lhe mostrar após o desjejum. – Disse sra. Reynolds.
Elizabeth foi para uma sala onde o café estava disposto, Darcy já estava sentado, a sala parecia ser bem intima e era até ridículo ter uma sala para cada tipo de refeição. A mesa redonda estava repleta dos mais diversos itens que se consumia no café da manhã. No fim os dois ficaram à sós, conversaram um pouco sobre a casa, Darcy falara que a sra. Reynolds mostraria tudo para Elizabeth.
- Quando Georgiana irá voltar? – Questionou Lizzy.
- Creio que amanhã, ou talvez depois. Minha tia se aproveita muito de Georgiana, faz ela tocar tanto que seus dedos ficam com calos. – Disse William, que seria um dos muitos nomes que Lizzy chamaria seu marido. Ele tomava uma xícara de chá, sem açúcar, e comia uma torrada com ovo em cima. Desde que tinha se hospedado em Netherfield quando Jane ficara doente, Lizzy teve a oportunidade de conhecer o sr. Darcy, ele gostava de seus ovos com a gema mole, sempre tomava chá sem açúcar e recusava café. Não comia muito no café da manhã. Já Lizzy gostava de experimentar coisas novas, mas detestava comer bacon no café.
- Pobre Georgiana, irá se ocupar com os negócios hoje? – Indagou Elizabeth, comendo pão com ervas e tomando chá.
- Não faria isso com você, querida. Irei responder algumas cartas, mas não levarei o dia inteiro para isso. Logo poderemos dar um passeio no jardim e no lago. – Disse Darcy com uma expressão de entusiasmo.
Comeram e conversaram mais um pouco, Lizzy usava um vestido verde claro, havia trocado antes de sair de Hertfordshire. Se encontrou novamente com a sra. Reynolds e começou um passeio pela sua nova residência.
Sra. Reynolds resolveu começar pelo andar inferior, mostrou o salão onde acontecia festas e bailes e realmente era impressionante o seu tamanho; dali foram para algumas salas de estar, sala de desenho, sala de leitura e a enorme biblioteca. Lizzy ficou impressionada, leria muitos livros, certamente.
- Alguns livros são originais, estão em diversas línguas: alemão, latim, árabe e até francês. – Comentou a sra. Reynolds.
Continuando com o passeio, foram até a grande sala de jantar, a mesa era incrível. Se depararam com a sala onde Elizabeth viu as esculturas magnificas e pinturas exuberantes que vira há alguns meses atrás. A sra. Reynolds então, levou Lizzy para uma sala que estava trancada, parecia bem intima e privada.
- Está sala fica fechada a pedido do sr. Darcy, como recebemos muitos visitantes ele teme que algumas dessas peças sejam danificadas – disse Reynolds abrindo a sala para Elizabeth, cuja os olhos brilharam ao ver o tesouro escondido na sala. Haviam mais pinturas e algumas esculturas, mas a diferença era que essas eram da própria família de William. – Esta é a senhora Darcy, Anne Darcy. Uma mulher muito agradável, sem dúvidas! – A pintura era de uma mulher de cabelos loiros e olhos amendoados, trajava um vestido roxo e tinha uma expressão de plenitude.
- Georgiana é muito parecida com a mãe... – Disse Elizabeth, admirada com a beleza de sua sogra. – O que aconteceu com ela?
- A senhora Anne faleceu no parto da senhorita Georgiana, infelizmente. Era muito adorável. Lady Catherine homenageou-a dando seu nome para sua única filha.
- Conheci a senhorita Anne, Lady Catherine tinha o desejo de casa-la com Darcy...
- Sim, de fato. Lady Catherine conversava sobre isso com a Senhora Anne, dizia até que isto era ideia da mãe do sr. Darcy, mas no fim isto só foi um comentário feito por Lady Anne que sua irmã, Lady Catherine, levou mais a sério. Bem, aqui se encontra um retrato do senhor Darcy, faleceu a poucos anos atrás. – Elizabeth olhou para o retrato, o antigo senhor Darcy, tinha um olhar carrancudo, e uma expressão séria. De fato, não era atlético, mas aparentava ser um homem muito alto.
- Esta sala é muito bonita! – Exclamou Elizabeth.
As duas seguiram por toda a propriedade, visitaram: a sala de música, a cozinha, alguns quartos de hóspedes e chagaram até o quarto pessoal de Elizabeth:
- Este quarto, o sr. Darcy separou exclusivamente para a senhora. – O quarto tinha uma cama, e uma mesa para Elizabeth escrever suas cartas. Num armário haviam mais vestidos do que podia contar, havia ainda uma penteadeira com diversos acessórios e joias.
- É de fato, mais do que eu esperava. – Elizabeth respondeu, surpresa.
- A senhora ainda tem mais uma sala para o chá, que está reservada para você.
Elizabeth, se deparou com sua atual realidade. Agora teria de aprender a se portar diante de tudo aquilo...
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O diário de Elizabeth Bennet
RomanceÉ ridiculamente estranha a decisão que tomei. Escrever um diário nunca passou pela minha cabeça, mas agora que me vejo diante de um casamento, meu casamento, sinto que não há alguém com que eu possa conversar. [...] Portanto, estou fadada a escrever...