Capítulo I

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  Os primeiros raios de sol da manhã  começavam a surgir em Mirkwood, mas os dias, antes claros e calorosos, estavam ficando cada vez mais escuros e frios. Um mal se aproximava, a terceira era da terra média estava chegando ao fim e, em seus corações, os elfos sentiam que a era dos orcs havia chegado mais uma vez.

  Thranduil, o grande rei da floresta das trevas, havia reforçado suas fronteiras. Seus elfos estavam sempre alertas para qualquer possível inimigo que pudesse adentrar na floresta. além, claro, da caça às aranhas horrendas que vinham perturbando seu povo. O rei sempre era muito prudente, e se preocupava muito com o bem estar dos elfos de sua floresta, nunca deixando faltar nada e mantendo-se sempre firme contra seus inimigos. Porém, Thranduil  evitava guerras. Para ele, a vida dos seus soldados valiam muito. E não os colocaria em perigo por brigas em busca de poder, ou por pura ambição. Por sua prudência, já poupou a vida dos seus guerreiros, como quando Smaug, o dragão de fogo do Norte, tomou Érebor. Não arriscaria travar uma batalha sob a montanha contra uma força maior que a deles e dos anões juntos. Contudo, apesar do seu cuidado, já se viu cego pela ambição. Há anos, havia travado uma batalha em frente aos portões da montanha solitária, em que o seu único objetivo era resgatar suas pedras preciosas, que havia dado aos anões para que pudessem lapidá-las, e aperfeiçoa-las. Muito sangue élfico fora derramado naquele dia e, além da grande perda do seu povo, os anões também perderam o seu líder. Apesar de tudo o que passaram, Thranduil sentiu pela morte de Thorin, e sobre o seu túmulo, deixou naquele dia Orcrist, a espada que havia tomado do líder anão. O rei de Mirkwood havia aprendido várias coisas no período pré e pós batalha, o tipo de coisa  que levará pro resto da sua vida.

   O rei levantou-se no seu horário de costume, por volta de cinco horas da manhã. Após ter tomado seu banho, trocou-se, vestindo apenas sua calça preta e uma camisa branca. Pôs suas braçadeiras, calçando suas botas em seguida, e partiu para a parte externa do seu palácio.

  - Noite tranquila, Eliot? – Perguntou o rei a um dos guardas,  enquanto dirigia-se aos portões de sua caverna.

  - Aran nín (meu rei) – O elfo fez uma reverência. – Sim. Foi uma noite muito calma. Nada se moveu nas sombras que nos rodeiam.

  - Bom saber. E quanto a meu filho? Legolas já está me esperando?

  - Sim, majestade. Vosso filho atravessou estes portões pouco antes do senhor chegar.

  - Obrigado, Eliot. – Disse o Rei.

  Ao sair pelo portão, Thranduil viu seu filho sentado ao pé da ponte, em uma de suas rochas. Legolas estava com seu arco, adagas, e espada. Esta ele não costumava usar, mas estava praticando.

  - Alassëa rá, ada. (Bom dia, pai.) – disse o príncipe, levantando-se.

  - Alassëa rá, íon. (Bom dia, filho). – Respondeu o Rei, aproximando-se. – Que bom que chegou cedo. Não poderemos treinar durante muito tempo hoje. Tenho reunião agora pela manhã.

  - Tudo bem, ada. Também preciso fazer uma ronda pela floresta. As aranhas estão ficando mais atrevidas. Chegaram perto daqui, esses dias. – Disse, Legolas. Após Tauriel ter ido embora, ele havia ficado com o posto de chefe da guarda, mas ainda assim, buscava ajudar e participar mais dos assuntos do reino. Não porque tinha algum interesse em ser líder algum dia. Ser rei não estava em seus planos. Mas o jovem elfo fazia o possível para passar mais tempo com o seu pai. Se sentia muito bem, e sabia que o rei também apreciava a sua companhia.

  Os dois andaram até uma área isolada da floresta, que ficava não muito longe do castelo. Os elfos do reino não costumavam ir lá, então era um ótimo lugar para treinarem sem serem vistos. Ao chegarem, Thranduil tirou suas duas sacou suas duas espadas. – Vamos, Legolas.

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