Cheguei em casa após o crepúsculo. Dumbledore ficou espantado ao ver as cicatrizes no rosto de Moony, mas disse que não havia nada que pudesse ser feito, bom, a princípio, ele não deveria ter ido naquele covil. Íamos encontrar outra forma, íamos conseguir vencer.
Abri a porta de casa e para a minha surpresa, tudo estava escuro, Lily não disse que sairia.
-Lils? – Chamei, mas ela não respondeu. Em qualquer situação eu poderia pensar que ela simplesmente saiu com Marlene, mas nesses tempos, eu não posso evitar pensar o pior. – Lily?
Chamei novamente e nada, no centro da sala, no entanto, em cima da mesinha havia um vaso, quase como um aquário. Me aproximei curioso, era a única coisa que brilhava no meio daquela escuridão, na superfície da água havia uma quantidade de pó, era o pó que causava todo aquele brilho, ao me aproximar mais toquei no vaso e o pó que estava na superfície desceu até o fundo tornando forma de um homem e uma mulher, eles começaram a dançar e depois... depois uma criança apareceu, um bebê.
-Parabéns, papai. – Lily apareceu me assustando, não só com a presença dela, mas com a notícia.
-O que? – Me levantei e caminhei até ela a abraçando.
-Estou grávida. – Respondeu – Nós vamos ser pais.
Naquele momento, naquele momento em que ela sorria para mim com os olhos verdes lacrimejados nada mais me importou, nem guerra, nem Voldemort, exatamente nada, além dela e do nosso filho. Eu não pude evitar deixar chegar aos meus olhos lágrimas de emoção, a puxei e a abracei com tanta força como se naquele abraço eu pudesse transmitir para ela o quanto eu estava feliz, mas eu mal conseguia falar, eu mal conseguia pronunciar uma única palavra porque aquilo parecia um sonho.
Me abaixei em sua frente, e beijei sua barriga, ela riu.
-Não seja bobo – Disse – nem está tão grande.
Me ergui novamente.
-Tem uma vida aí, nosso filho. – A beijei com força.
-Qual o motivo da reuniãozinha? – Padfoot reclamou se jogando em cima do sofá colocando as pernas em cima dos joelhos de Lene. – Se for sobre o rosto do Moony, eu já disse para ele que ele fica bem mais atraente e a cicatriz da um ar de malvado.
Marlene deu um tapa em suas pernas.
-Pare de ser indelicado.
-Eu já me acostumei com o sarcasmo dele, Lene – Respondeu Moony.
-Mas ele tem razão, Moony, cicatrizes as vezes nos faz parecer mais corajosos – Comentou Worm, Lily e eu nos encaramos.
-Ok, calem a boca – Falei – não tem nada a ver com o rosto bonitinho do nosso amigo aqui, isso é sobre mim.
Lily me deu uma cotovelada.
-E sobre minha linda esposa, é claro. – ela riu. – Eu estava pensando em uma forma de contar a vocês primeiro porque vocês são meus melhores amigos e já passamos por tantos momentos juntos...
-EU ESTOU GRÁVIDA! – Lily gritou interrompendo o meu discurso, eu a encarei enquanto ela ria.
-O que? Nós vamos ter um bebê? – Pads se levantou rapidamente do sofá e foi até ela – Nós vamos ter um bebê!
-Não, James e eu vamos ter um bebê, Sirius – Ela respondeu rindo.
-Você se casou com um, automaticamente se casou com os quatro – Ele respondeu nos fazendo rir.
-Tão maduro. – Respondeu Lily recebendo o abraço dele, depois do restante do grupo. A única que já sabia era Marlene, mesmo assim voltou a parabenizar a amiga.
-Dorcas estaria muito feliz – Remus disse para ela. – Iria adorar conhecer.
-Eu sei, Remus, eu adoraria que ela estivesse aqui hoje... de qualquer forma, eu ainda me sinto um pouco preocupada com tudo o que pode acontecer.
-Como assim? – Pads perguntou.
-Com essa guerra, as coisas ao nosso redor. Como posso criar um filho assim? Em um mundo assim... – A puxei para mais perto e beijei o topo da sua cabeça, confesso que nem eu mesmo tinha parado para pensar nessas "complicações". As coisas ao nosso redor estavam realmente ficando mais difíceis, mas eu faria qualquer coisa para proteger a minha família.
-Não se preocupe, Lily, você tem a todos nós para cuidarmos do bebê e protege-lo. – Sirius disse tentando anima-la, eu sorri para ele agradecendo, eu sabia que teria meus amigos comigo todo momento o que me tranquilizava mais.
-É Lily, vocês não estão sozinhos! – Peter disse animado.
-E-eu sei – ela parecia meio insegura ao responder, e eu sabia o porquê.
-Lily, nós não somos mais aqueles garotos imaturos, mudamos muito desde Hogwarts – Falei e todos ficamos quietos, se encaramos.
-É, Sirius cortou os cabelos. – Lene disse irônica, eu joguei uma almofada nela a fazendo rir.
-O que estou querendo dizer, meu amor, é que não importa nada nesse momento. A minha vida é você, e agora nosso filho, eu morreria protegendo vocês.
-Esse é o ponto, James, eu não quero que você morra. Eu não quero perder mais nenhum de vocês, quero poder cuidar do nosso filho longe disso. – Os olhos verdes estavam molhados.
Todos ficaram quietos, ela tinha razão em estar preocupada, tinha razão em ter medo, mas eu não a deixaria se sentir assim.
-Eu não vou morrer, Lily, nenhum de nós vai. Vamos permanecer todos juntos, eu te amo, você é tudo para mim, não vou deixar que nada aconteça.
Ela sorriu e me beijou.
-Ai que bonitinho, por que você não é assim comigo? – Marlene interrompeu aquele momento.
-Eu sou assim com você – Pads se defendeu.
-Ontem eu disse para você que estava com frio e você não deu a mínima.
-Que droga, Marlene, eu não posso mudar o tempo. – Ela o fuzilou com os olhos azuis, o restante de nós rimos. Aquilo era tudo para mim, meus amigos, e minha família. Era tudo o que eu tinha e tudo o que eu amava, e eu faria tudo por eles, tudo para protege-los porque eu tinha certeza de que venceríamos essa guerra.