Introdução

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Acho graciosa e irônica a forma como a arte nos faz ver a vida.

A experiência artística é uma riqueza por vezes dolorosa, mas apesar disso é um preço justo a se pagar pela beleza contida na tentativa de vivê-la. Ela é ímpar ao mesmo tempo que nos liga com algo maior, transcendente, coletivo, implantado em nossa essência. A arte é essencialmente humana, e eu não poderia fugir dela de forma alguma uma vez que é viva, flui, comunica, refina e ensina o próprio artista a ser o que cria.

Parte do que somos é arte, e parte do que é a arte foi formada por nós.

Talvez seja uma relação abusiva de troca e roubo em quantidades desproporcionais que aos poucos toma forma: a obra e o artista, ambos buscando algo maior que si mesmos, em si mesmos.

Soa paradoxal e infeliz essa coexistência de duas vozes no mesmo corpo, não acha?

Mas é o que você encontrará daqui em diante, eu acho.

Esse pseudolivro é sobre perder-se, inicialmente, em sua(s) própria(s) persona(s), e depois no mundo em que se aventura a descobrir. Um cenário que quem sabe você, caro leitor, já tenha enfrentado.

Fique à vontade para ler um pouco do que eu fui alguns anos atrás, e o que esse texto é de forma involuntária: confuso, despretensioso e sincero, mas indiscutivelmente eu.

Boa leitura, profitez!


Cacofonia SentimentalWhere stories live. Discover now