Capítulo Sete.

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Point Of View Alice Cabello-Jauregui Milazzo.

E eu realmente fui fazer o que falei pras meninas, ir atrás do meu pai na Ratio Inferno e, finalmente, resolver as nossas diferenças porque é nisso que estamos tendo inúmeros conflitos. Pedi para as minhas esposas pra que não viesse ninguém atrás de nós enquanto a gente conversava, nem mesmo Belzebu, não queria que ninguém se metesse nisso além de mim e dele.

Como fui a primeira a acordar como sempre, fui para o escritório, que ficava ao lado de onde estávamos dormindo, pus minha roupa de couro que uso pra caçar, mas dessa vez sem a bota e todos os apetrechos de caça que uso. Com a ponta do pé esquerdo fiz uma linha reta no chão queimando a madeira com o meu dedão, logo em seguida pousei o mesmo pé sobre o centro da linha, isso fez com que todo meu selo fosse desenhado no chão lentamente, não demorou muito pra ficar completo. Sem mais delongas, pairei minha por cima de todo o selo fazendo aquela mesma escada de mármore cinzento aparecer.

Eu não estava com medo, nem tão pouco ansiosa para encontrar Lucius, mas eu precisava fazer isso, conhecendo o pai que tenho, o orgulho falaria tão alto que ele nunca mais olharia na minha cara, então estava fazendo meu papel de filha. O selo me levou até o primeiro lugar onde ele havia passado, a réplica perfeita de Miami, porém em plena destruição, fogo e demônios espalhados para todo o lado. Fui andando calmamente pelo meio da rua em ruínas, casas e carros em pedaços por onde eu andava, espíritos condenados e desafortunados que estavam ali, recolhiam-se a cada passo que eu dava, soltando gritos sôfregos e murmúrios de dor.

— Eu só quero saber onde Lucius está— Soei um tanto quanto autoritária.

O grupo que estava a minha esquerda, todos curvados perante a minha pessoa, apontaram para a direção em que eu estava indo, lá embaixo, quase no horizonte, uma nuvem negra cheia de raios e trovões estava estrondosa, não me surpreenderia se realmente estivesse lá. Deixei com que minhas asas aparecessem, as bati levantando voo, indo em direção aquela escuridão.

Por todo trajeto, lá embaixo, as almas clamavam por perdão, gritando e esperneando vossa dor, não poderia mudar isso, esse era o destino delas por toda a eternidade, ou até as fadas tecerem outra vida. Não demorou muito para que eu chegasse ao epicentro de toda aquela coisa, Lucius estava no centro de uma grande roda de almas que corria e gritava ao redor dele, estando na sua verdadeira forma, estava em pé de braços abertos, mas em segundos virou o rosto na minha direção.

— Se divertindo?— Perguntei num tom cínico, rapidamente ele moveu a mão na minha direção, jogando um raio sobre mim, mas a única coisa que fiz foi absorvê-lo— Isso não funciona contra mim, Lucius— Contei.

Desci pousando lentamente na sua frente, ele me olhava com tamanho ódio, porém aquilo não me intimidava nem um pouco, não causava medo, muito pelo contrário, estava tranquila. Fui andando na sua direção, ele foi afastou-se um pouco pra trás, levantei as mãos em rendição e me abaixei ficando de joelhos, ele me olhava confuso.

— Eu não estou aqui pra brigar, estou aqui pra conversar com você, pode ler minha mente o quanto quiser, verá que não estou mentindo— Apontei minha cabeça e logo abaixei minhas mãos a deixando sobre as minhas coxas quando me sentei.

Demorou alguns longos segundos pra que eu tivesse a resposta, mas logo ele se sentou onde antes estava em pé, cruzou suas pernas de bode e apoiou os braços nos joelhos, me olhando com aquele olhos infinitamente negros.

— Eu sei que você viveu em outra época, com outros costumes e rotinas, mas estamos no século XXI, vinte e um, papai, as coisas mudam, o reino muda e a forma de reinar também. Eu tenho que falar com os chefes das Legiões porque eu preciso ter quase tudo no controle, não só a sensação de ter, eu tenho que ter tudo organizado, se não isso vira um zona. Lembra do Equilíbrio, o acordo com Deus? Esse acordo também é meu. Há milhões de mestiços pela terra, humanos com demônio, vampiros e elfos, lobisomens e demônios, um infinidade de seres, eu tenho que ter tudo sobre controle, ainda mais eu que sou da última linhagem de Serafins Negros— Me apontei— Se o senhor preferir, pode participar de todas as reuniões que farei com os chefes, tudo o que iremos acordar e debater, eu quero que você esteja comigo, por favor— Pedi numa voz tranquila e serena pra ele não se sentir ameaçado.

The Different: Vampires N' Demons [Book 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora