Asas em ruínas

Céu e Terra

Derek continua sendo puxado para uma queda que parece não ter fim. Ele não enxerga nada a sua frente, tudo que ele vê é confuso e sem nexo. Onde estão suas irmãs? Ele não estava lá para ajudá-las, assim como não pode ajudar Stiles. Stiles. Ele continuar a ver a cena do anjo mais novo sendo arrastado por uma nuvem negra, com lagrimas nos olhos, e lábios trêmulos de medo. Ele não pode fazer nada naquele momento, ele foi um inútil que não salvou aqueles que ele tanto amava. Tudo ainda é escuro e devastado ao seu redor, ele sente a chuva pesada atingir sua pele, mas Derek tem certeza do que ele sente escorrendo em seu rosto não é a chuva, e sim lagrimas salgadas de desespero. Por fim ele se entrega a queda e fecha os olhos, esperando pelo que parece ser o fim de sua vida.

Derek só abre os olhos novamente quando ele sente seu corpo atingindo uma superfície dura e empoeirada. Ele geme quando tenta se mexer, seus braços deslizam sobre a terra a baixo dele. Ele leva umas das mãos e sua cabeça e sente um liquido grosso e espesso em seus dedos, quando ele leva a sua frente tentado enxergar o que está em seus dedos, Derek mal consegue ver a cor viva de sangue em sua mão. Derek começa a ficar atordoado e tenta abrir suas asas, mas ele sente uma dor inimaginável na tentativa o levando desiste logo em seguida, e seu corpo volta a fraquejar. Derek tenta falar, tenta pedir ajuda, seja lá onde ele esteja. Mas seu corpo não resiste o suficiente para tal ato. Então tudo sua frente se apaga novamente.

☁

Quando Derek volta a sua consciente, a sua volta não é mais tão silenciosa como antes de desmaiar.

– Ele tem que acordar em algum momento. – Alguém sussurra.

– E ele vai, não se preocupe. Derek é forte, sempre foi. – A um suspiro pesado e um deslizar de dedos em seu cabelo, e é tudo que ele sente antes de adormecer novamente.

A próxima vez que Derek abre os olhos é como se ainda estivesse fechados, todo local ainda está escuro. Ele pisca algumas vezes tentando se acostumar com o novo ambiente. Sua cabeça dói com a reação repetitiva de abrir e fechar os olhos. Mas vale a pena, agora ele pode enxergar uma vela a distância com sua cor laranja fraca. Ele começa a se mover, e seu corpo parece reclamar do movimento.

Derek não sabe onde está, não sabe o porquê estar aqui, e ele não entende porque suas costas doem tanto. Ele tenta dizer algo, chamar alguém, mas nada vem a sua mente, ele não consegue se lembrar por agora qualquer nome que ele possa chamar por socorro.

– Ei, tem alguém ai? – Sua garganta arranha, e no momento ele deseja não precisar mais falar. E agradece quando alguém aparece na escuridão, passos apressados em sua direção.

– Derek? – Ele escuta. A voz soa como melodia para seus ouvidos. A silhueta da pessoa se aproxima, Derek pode ver em suas mãos outra vela tremulando enquanto a pessoa caminha. – Você acordou. – A pessoa se cala e toca seu rosto com as duas mãos. Derek recua ao primeiro toque, mas se deixa levar quando reconhece os olhos azuis a sua frente.

– Laura? – Ele ainda tem dúvida se realmente conhece ela.

– Sim irmãozinho. – Ela lhe lança um sorriso com grandeza, antes de se jogar nos braços de Derek e abraça com muito amor e força. Ele retribui o abraço afundando o rosto no pescoço de Laura, deixando o aroma familiar lhe dar boas-vindas. E nesse momento Derek se lembra perfeitamente de quem ela é em sua vida, ele a aperta mais em sua cintura e sua memória parece trabalhar com mais eficiência.

– Cora. Onde ela está? – Derek não quer soltar Laura, mas ele faz, tentando encontrar seus olhos na luz fraca de duas velas.

– Ela está bem, não se preocupe. Saiu com outros atrás de mais anjos. – Laura fala como se isso significasse algo para ele. Derek levanta uma das sobrancelhas sem entender. Ela suspira. – Muita coisa aconteceu enquanto você estava desmaiado. Não se preocupe temos bastantes tempo. – Ela sorri se sentando ao lado de Derek.