H
arry corria pelo castelo esperando que Tom viesse em sua cola. O garoto que sobreviveu desejava uma luta justa e sem telespectadores (ou vítimas, caso algo desse errado). Em um pátio qualquer do castelo, longe o suficiente de onde ocorria a grande batalha e, completamente longe das vistas, Harry para e se vira para Tom. Não, nessa fase grotesca Voldemort é com certeza um nome mais aceitável.
-Sabe, Voldemort, você nunca conseguiria reunir todas as relíquias. De posse de apenas uma, nem mesmo é o verdadeiro lorde desta, muito menos merecedor de qualquer outra. - Potter é certeiro em suas palavras, ele sabe a verdade e mais, ele sabe o que atingiria To... Voldemort. -Além disso, eu sou o verdadeiro herdeiro Peverel.O Lord sente-se furioso com tal revelação, como aquele fedelho petulante ousa julgar sua descendência e ainda afirmando ser o verdadeiro herdeiro. Desde que era um minúsculo ser babão esse garoto frustrava seus planos. Sem nada a dizer, Voldemort solta a maldição que se iguala em cor aos olhos do garoto. Potter, em contra-ataque joga seu inseparável feitiço, expeliarmus. Há coisas que nunca mudam, os dois homens naquela sala sabiam bem disso.
A maldição da morte se volta contra o mago enquanto sua varinha escapa de suas mãos e vai de encontro ao garoto de ouro. Em um pulo, Potter nunca negou que era baixinho, a varinha das varinhas estava em suas mãos. À sua frente, o lorde das trevas se desfazia em cinzas negras. Harry, observando aquilo, não esperava a forte dor que viria em seu peito. Ele morreu duas vezes, enfrentou os mais diversos seres mortais mas, nunca, em seus 17 anos, Potter sentira uma dor como aquela.
Cego pela dor, ele só percebe o forte clarão quando a dor se alivia da mesma forma que veio, sem qualquer aviso. Ao lado direito de onde voa as cinzas de Voldemort, uma figura sai do clarão. Tudo era branco, como em seu sonho na estação de Kings Cross.
A pele parecia leite, os cabelos eram lisos e tão claros como os de um Malfoy, usava uma túnica branca iluminada por pedras cravejadas, ao fim da túnica o corpo da figura se desfazia em névoa, como em dia frio. Ao levantar o olhar, Harry percebeu os olhos totalmente brancos, não havia Íris, não havia pupila, apenas o mais profundo branco. Ao contrário do que se deveria pensar, a figura não era exatamente assustadora, Potter sentia uma paz inexplicável como se estivesse diante de um sopro de vida eterno. Não poderia estar mais certo, aquele era vida.
-Olá, pequeno. -a voz era de certa forma maternal, apesar de masculina. Era suave, como se dissesse a Harry que o amaria eternamente. Não era mentira, é claro. Ele era o progenitor de toda a existência, apesar de sua aparência jovial.
Voltando o olhar para onde deveria estar as cinzas de Voldemort, Harry via uma figura quase idêntica a primeira. Mas tudo era negro.
A pele era escura, apesar de brilhar num tom dourado (Harry não sabia se aquilo era real ou apenas alguma reflexão da luz). Os cabelos eram tão escuros quanto a noite, caiam numa bela cascata enrolada pelas costas. A túnica era como a primeira mas, preta. A névoa era escura, o brilho era escuro. E os olhos, eram tal qual o primeiro mas, de um preto tão profundo que Harry se via refletido neles. Bem, não realmente a si mas, algo como a sua alma. Tampouco era assustador, era como um alívio da sinceridade após mentiras. Como uma sombra num dia de sol. Aquele era a morte.
-Harry. - limitou-se morte. O tom era tão paternal. Severo mas, amoroso. Profundo, rouco, emocionante. Era a voz de um homem que briga pois se preocupa, um homem que alivia suas dores. Bem, ele era o pai, na descrição de papéis de uma reprodução.
Deixe-me explicar, Vida e Morte são os mais antigos seres existentes. Sempre estiveram lá, sempre estarão e sempre estão. Tudo provém deles e tudo volta a eles. São os pais de tudo e todos.
-Q-quem são vocês? O-o que... o que são vocês? - Harry Potter estava tão confuso. Sua vida inteira seria assim? Repleta de surpresas, descobertas.
-Nós somos tudo Harry. De nós tudo veio e a nós tudo voltará. - dizia vida.
-Eu sou morte, meu jovem. Este ao meu lado é o parceiro de toda a minha existência, Vida. -o tom era como um professor, o lembrava o tom de Dumbledore ou Minerva. Apesar da aparência o lembrar Severus.
-E o que querem? O que há de errado? - Harry não entendia por que seres tão importantes apareciam ali. Eles eram os escritores de tudo, não?
-Não, Harry, querido. Nós sabemos de tudo é claro. Mas o escritor de tudo é destino, nosso filho mais novo. No entanto, temo que a adolescência eterna não tenha sido o melhor dos presentes ao meu filho rebelde. Suas brincadeiras causaram extremo dano ao equilíbrio que tanto buscamos. - disse Vida, com um tom relativamente decepcionado e preocupado.
-Eu não entendo, senhor. O que ocorreu hoje, não era pra ter acontecido? -disse Harry, esgotado. Um ano em busca de horcruxes, uma batalha de um dia. Ele morreu e então viveu. Por fim, sua mágica foi tão forte para acabar com Voldemort, que o deixou com aquela dor em seu peito, apesar de suave pela aparição das figuras.
-Não, jovem. Pelo menos os últimos 50 anos foram uma extrema confusão. Isso afetou vida e afetou a mim. Além de ter levado Amor a exaustão. Meu filho mais velho não tem forças nem para juntar um casal de caracóis. -disse morte. - Demoramos a perceber o que estava errado. Somos criadores e cuidadores de todo o universo. Há milhões de seres, milhões de espécies... Procuramos em todas a galáxias e esquecemos justamente a Terra. Não pensamos que a criação mais recente seria o objeto de teste de destino. No entanto, quando Amor sentiu sua ligação se quebrar e Vida sentiu um de seus diamantes se desligar, enquanto um a mais aparecia em mim... Eu senti o seu chamado. Você conseguiu todas as minhas relíquias e assim tem ligação a mim e a minha proteção.
-Eu sou o mestre da morte então? -Harry já tinha uma idéia disso, mas não esperava algo tão profundo. Ele precisava de uma afirmação mais simples.
Morte riu profundamente, enquanto Vida sorria afetuoso para um de seus filhos.
-Querido, ninguém é senhor de Morte. Não esqueça, de nós tudo veio e a nós tudo voltará. Você no entanto, é digno. Provou-se um ser de poder espetacular, além de se mostrar respeitoso. Assim, tem nossa admiração e proteção. Portanto, temos uma ligação maior a você e foi assim que aqui chegamos. -Vida, com tom maternal revelou.
Harry sorriu. Ele não esperava tudo isso, é claro. Nunca se achou merecedor de coisas muito boas em sua vida.
-O senhor disse que seu filho cometeu erros, como podemos concertar isso? Ou como os senhores irão concertar isso? - Harry disse respeitoso. Eram seus "pais", seus criadores, seus detentores afinal.
-Tudo o que ocorreu até o 11° aniversário de Tom Marvolo Riddle deveria ter acontecido. No entanto, ele nunca deveria ter se tornado Lord Voldemort e tudo o que s seguiu disso não deveria ter acontecido. Riddle deveria ter crescido e se tornado um poderoso mago. Aspirante ao ministério da magia e originário de grandes mudanças. Seus pais teriam morrido, por causas naturais. Deixando sua criação para Severus Snape, Remus Lupin e Sirius Black. No seu aniversário de 17 anos, conheceria o senhor Riddle, que teria se descoberto um Black Veela. Vocês seriam parceiros e viveriam uma longínqua vida. É por isso que a dor em seu peito é tão forte, que mesmo Vida não consegue sanar completamente - morte disse com pesar profundo. Ele não deveria ter tantos de seus filhos de volta tão cedo, tampouco ver o sofrimento e morte de seu filho mais poderoso.
-Não podemos restaurar toda essa linha do tempo que deveria ter sido criada. Por isso, criaremos uma nova. Você tem pouco tempo, criança, matou seu parceiro de vida e sinto muito não termos chegado a tempo. Em poucos minutos você se esgotará e sentirá como se tivesse morrido, não permitiremos, é claro. Você voltará para o 1971, o ano em que seus pais e amigos iniciam o primeiro ano em Hogwarts. Tom ainda não terá criado qualquer Horcrux, não se tornando Voldemort, apesar de ser um grande político e mago poderoso. Seu trabalho é garantir que isso se mantenha desse jeito. Vocês devem unir-se, daremos alguns meios para que você viva em uma época em que antes não existia mas, também queremos ver sua criatividade. -Vida falou e então Harry sentiu esvair-se. De seu peito saia uma profunda luz azul, enquanto ele começa a levitar, uma calma profunda se apossa de seu ser e toda a dor passou. Quando Harry fecha os olhos, não percebe que de seu corpo sai uma grande explosão azul. Todos na batalha veem e não sabem o que realmente aconteceu mas, está claro para todos. Voldemort e Harry enfim se destruíram.
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Destiny's Fault - Tomarry
FanfictionNa batalha final em Hogwarts, Harry Potter não poderia estar mais surpreso. Quando enfim cumpre seu "destino", matando Tom Marvolo Riddle (ou Voldemort), o garoto de ouro sente uma profunda dor em seu peito. Então, dois seres surgem e Harry não pode...