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E aqueles que morrem por seu país, encontrarão uma sepultura honrada, pois a glória ilumina o túmulo do soldado, e a beleza pranteia os corajosos... -Joseph Drake.

Um estrondo pairou no ar enquanto sete armas explodiam sucessivamente. Um, dois, três. Vinte e um tiros. Com uma expressão impenetrável no rosto, os membros da guarda de honra levaram as armas aos ombros e mantiveram-se eretos e rígidos como os carvalhos que se enfileiravam ao longo do cemitério.

O silêncio profundo foi, enfim, interrompido pelo som do corneteiro. A tenente Lauren Jauregui se manteve em posição de sentido, estreitando os olhos contra o brilho do sol matinal.

As palavras do capelão sobre honra, bravura e sacrifício envolveram-na como a brisa suave, instigando de leve, insinuando, mas sem realmente exercer impacto.

Não houve menção ao senso de humor de Jessy, nem ao fato de que ela sempre levara uma cobra de borracha nas missões para quebrar a tensão. Sempre costumara ir diretamente ao McDonald's para comprar batata frita no minuto em que houvera chance. O capelão não sabia que, antes de pular de um avião, Jessy beijara infalivelmente a foto da mãe, esfregando em seguida um amuleto de pata de coelho. Não mencionara quanto ela adorara a praia. Não importando quanto a missão deles fosse complexa, bastava que estivessem de folga e Jessy ia à praia - sol, surfe e garotas de biquíni. Costumara dizer que era sua recompensa pelos tiros que levava regularmente.

Mas essa não era a Jessy que estavam homenageando no momento. Ali, no Cemitério Nacional de Arlington, a tenente Jessy Hawkins era uma soldado. Ali, a tradição sagrada de honrar o nobre guerreiro focava-se no serviço prestado, na dedicação e no sacrifício ao país.

Com o pelotão inteiro dos fuzileiros navais presente, Lauren mantinha-se ombro a ombro com a sua equipe. Seus companheiros de esquadrão. Os homens e mulheres com quem servia, lutava e treinava. Preparados para oferecer o sacrifício máximo por seu país.

Logo mais à noite, celebrariam em homenagem a Jessy, a mulher. A companheira de pelotão de elite, a parceira, a amiga. A piadista.

Ela endureceu o maxilar e percorreu o caixão coberto com uma bandeira rapidamente com o olhar antes de desviá-lo para as árvores a distância. Agora, o capitão dava início ao ritual de dobrar o tecido vermelho, branco e azul. Enquanto o capelão dizia as palavras finais de conforto, o capitão pousou gentilmente a bandeira dobrada nas mãos da Sra.Hawkins.

Lauren fixou, então, o olhar nesse triângulo de tecido e não o desviou enquanto o funeral era encerrado. As pessoas ao redor se moveram, começando a se dispersar, mas ela permaneceu onde estava. Não conseguiu sair dali.

Elas tinham passado juntas pelo treinamento de Demolição Subaquática, que levava os soldados ao limite físico e psicológico. Ela, Jessy e Verônica. Todas vaidosas, determinadas a ultrapassar os próprios limites, para serem super-heroínas. As 'Três Amigas", como o restante da equipe as chamara. Inseparáveis.

Um homem corpulento se aproximou, interrompendo lhe o rumo dos pensamentos. Grata pela distração, Lauren dirigiu a atenção ao almirante. Com o cabelo tão branco e reluzente quanto o uniforme, o homem mais velho era de estatura maior do que o próprio 1,70 m de Lauren em uns cinco centímetros.

-Tenente. -Saudou-a o almirante Cabello num tom sério. -Sei que esta é uma perda difícil para você e a sua equipe, os meus sinceros sentimentos.

𝔖𝔢𝔡𝔲𝔠𝔱𝔦𝔬𝔫 | 𝔏𝔞𝔲𝔯𝔢𝔫 ℑ𝔫𝔱𝔢𝔯𝔰𝔢𝔵𝔲𝔞𝔩Onde histórias criam vida. Descubra agora