Capítulo 13

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Fernando Narrando

Agora eu sei como Ângela se sente, e entendo o porque dela ser daquele jeito. Ela nunca teve o amor do pai.

Conversar com ela, me fez perceber, que ela é só uma garota assustada e com medo. Apesar dela sempre ter recebido o amor da mãe, ela queria o amor do pai, ela só queria o amor do homem, que deveria ser seu herói, seu protetor, do homem que no final do dia ia da amor e carinho a ela, quando chegasse do trabalho.


Ela não entende o porque do pai não ama-la, o que ela fez pra ele, pra ele agir do jeito que age.

Eu também não entendo como um pai, pode não amar um filho, como pode o desprezar, qual a culpa do filho, para que um pai não ame ele.

Saio dos meus pensamentos, quando chego no meu apartamento, depois de um longo dia de trabalho. Tomo meu banho, visto apenas um bermuda e vou pra sala. Ouço a porta abri e vejo o Vinícius entrar.

- Oi. - Ele joga a chave na mesinha perto da porta e senta no sofá.

- Cansado? - Pergunto.

- Um pouco. Bom, vou tomar banho. - Ele levanta e vai pro quarto, continuo assistindo.

Depois de alguns minutos vejo Vinícius todo arrumado entrando na cozinha.

- Vai sair? - Pergunto enquanto faço um sanduíche.

- Sim, vou ao cinema com a Anny. - Ele não consegue conter o sorriso.

- Hum, e quando vai dizer a ela o que sente? - Olho pra ele. Ele suspira fundo e abaixa a cabeça.

- Anny me ver só como um amigo, eu não quero estragar nossa amizade. Na verdade tenho medo de perder ela. Tenho medo dela se afastar de mim, se eu falar os meus sentimentos por ela.

- Se não tentar, não vai saber. Talvez ela sinta o mesmo, e está imaginando o mesmo que você. - Falo e dou uma mordida no sanduíche.

- Eu não sei - Diz pensativo.

- Arrisca. - Falo e vou pra sala, ele vem atrás de mim.

- Você deveria seguir seu proprio conselho. - Viro, olhando pra ele, ele ta de braços cruzados e com uma sombrancelha levantada.

- Não sei do que você tá falando. - Sento no sofá.

- Me poupe né Fernando, acha que eu não sei que você gosta da Ângela?

- Claro que gosto, ela é minha amiga.

- Pelo amor de Deus, sei que não gosta dela só como amiga, pensa que não vejo o jeito que olha pra ela? - Senta do meu lado.

- Olho normal, Ângela é minha amiga, ela é complicada, birrenta e brava, gosto do jeito dela de me tira do serio as vezes, não sei, só sinto que devo cuidar dela. - Falo lembrando de como a encontrei na casa da mãe dela. Só de lembrar faz meu coração apertar.

- Só de falar nela, fica com um sorriso idiota no rosto. - O Fuzilo com os olhos, e ele para de rir no mesmo instante.

- Você não ia ao cinema não? Ja deveria tá longe daqui. - Ele levando rindo e vai saindo, quando chega na porta ele abre e para.

- Deveria agir logo, ou vem outro mais rápido que você e leva ela. - Ele pisca pra mim e sai.

Ok que eu gosto de tá com a Ângela, gosto do sorriso dela e de como ela fica linda quando fica distraida. Mas eu não estou apaixonado por ela. Pelo menos acho que não.

É como se meu corpo tivesse vida propria, quando se trata dela. Ela é como um imã, não consigo ficar muito tempo sem ver ela.

Toco sua campanhia.

Um Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora