Capítulo 43

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Fernando.

Respiro fundo e saio do carro.
Entro no restaurante e logo vejo Amélia.
Hoje ela me ligou e pediu pra conversar comigo. Não sei onde isso vai dar, onde vai acabar. Eu só quero resolver isso.

- Obrigada por te vindo. - Ela diz quando me sento.

- Bom, aqui estou. Então podemos ir logo ao assunto. - Sou direto não quero ficar muito tempo aqui.

Na verdade não sei muito bem como agir agora perto dela. Amélia era uma total desconhecida pra mim.

- Certo. - Ela respira fundo. - Eu irei responder todas as suas perguntas.

- Você sabe alguma coisa dele? Ele ainda está vivo? - Pergunto.

- Depois que sai da casa dele naquela noite, nunca mais tive noticia dele. Também não sei se ele ainda esta vivo. Sinto muito.

- Não é como se eu quisesse ver ele, só pensei que talvez ele tivesse se arrependido e ter te procurado. Mas por que ele faria isso? Se ele mesmo não quis ter o filho. - Desvio o olhar do dela.

- Eu sinto muito, você merecia um pai melhor, merecia uma mãe melhor. Uma mãe que não fosse fraca e não te abandonasse. Eu realmente me arrependo por ter te deixado naquela noite. Não importava o que acontecesse, nunca deveria ter te deixado. Me perdoe. - Ela diz e limpa as lágrimas que desce no seu rosto.

- Eu sempre achei que jamais iria te perdoar. Sempre achei que nunca iria conseguir ficar frente a frente com você, achava que se um dia você voltasse jamais, iria olhar pra você. - Amélia abaixa o olhar, vejo o quanto triste ela fica ao saber disso. E ve-la tão triste de certa forma quebra meu coração.

- Mas eu te perdoo, eu já te perdoei a muito tempo. - Ela levanta a cabeça e me olha.

Seguro na mão dela e faço um pequeno carinho.
Dou um pequeno sorriso.

Perdoa alguém que te machucou muito não é algo facil, mas quando conseguimos perdoar de verdade, é libertador.

Eu perdoo a minha mãe, eu perdoo meu pai. Quando guardamos esse sentimento ruim dentro da gente, só nos deixa cada vez mais infeliz e amargurado.

- Você não sabe o quanto me deixa feliz em ouvir isso. - Ela diz com um sorriso no rosto.

- Isso também me deixa feliz e mais leve.
Amélia limpa as lágrimas do rosto e olha pra mim sorrindo.

- Posso te da um abraço? - Ela pergunta.

- Claro que pode. - Nos levantamos e ela me abraça forte.

Seu abraço é aconchegante e acolhedor. Me sinto bem no abraço dela.

- Vamos esquecer tudo e começar tudo de novo. - Falo ainda abraçado a ela.

- Sim.

Depois de conversar um pouco mais com ela e almoçar, nos despedimos. Amélia vai pra casa dela e sigo casa.

No caminho não contenho o sorriso no meu rosto, tô me sentindo muito bem. Eu só penso em como a Ângela ficara feliz em saber que agora está tudo bem, entre a Amélia e eu.

Eu queria ir até ela e falar tudo onque aconteceu, mas como estou dando o espaço dela, acho melhor não procura-la. Isso de está longe dela tá me deixando maluco.

Quando chego em casa, vou direto tomar banho. Tá tudo tão silencioso, Gaby e Vinícius devem ter saido.

Depois de banho tomado, enrolo a toalha na cintura e saio do banheiro.

- Caramba Gabryela, já te falei pra não entra no meu quarto assim. - Gaby tá sentada na minha cama.

- Desculpa. - Levanta as mãos em rendição.

- Você ultimamente tá tão chato.

- Eu preciso me vestir, sai por favor. - Peço.

- Eu vou, mas antes quero te chamar pra gente sair. Da uma volta, faz tempo que não saimos juntos. Você tá sempre com a chata da Ang..

- Não termine a frase. - Falo serio.

- Ok, ok. Então vamos?

- Eu tenho outra coisa pra fazer, não posso.

- Essa outra coisa, é correr atrás da Ângela?

- Não vou perder meu tempo discutindo com você, agora sai do meu quarto. - Seguro no braço dela e tiro ela de dentro e fecho a porta.

O que tá acontecendo com essa garota?
Me visto e saio do quarto. Vejo ela sentada no sofá.

- Já vai sair? - Ela pergunta.

- Vou. - Saio sem da chance dela falar mais alguma coisa.

Quando fecho a porta e me viro, vejo Ângela saindo do elevador.

Automaticamente abro um sorriso pra ela.
Com ela é sempre assim, me torno um garoto bobo e apaixonado. Que só de olhar pra ela me sinto bem e feliz.

Adoro quando ela olha pra mim sorrindo, por mais que eu esteja em um dia triste, ou esgeja irritado, basta um sorriso dela, pra tudo ficar bem. A irritação passa, o estresse passa, a raiva passa. Eu só consigo me concentrar no sorriso dela.

- Oi - Ela diz e então sorrir pra mim.

- Oi, como você tá? - Tenho certeza que meu rosto está patético.

- Estou bem e você? - Ela desfia o olhar.
Sei que ela não está confortável.

- Estou bem. Bom, hoje conversei com a Amélia, a gente conversou, e eu realmente entendi o lado dela. Está tudo bem agora. - Ângela me olha e sorrir lindamente.

Eu já falei que sou apaixonado no sorriso dela? É, eu sou.

- Serio? Que bom, fico muito feliz sabendo disso. - Ela diz e me abraça.

No começo fico meio sem jeito. Mas logo eu relaxo e a abraço de volta. Eu aperto ela em meus braços, amo a sensação de te-la bem junto a mim.

Minha vontade é de beija-la e falar o quanto tô sentindo a falta dela. Mas não digo, eu disse que ia respeitar o espaço dela, e é isso que vou fazer.

- Podemos conversar sobre isso depois, se você quiser. - Ela diz.

- Claro.

- Bom, então te vejo depois. - Ângela se afasta e vai em direção ao apartamento dela.

Fico observando até ela entrar e sumir da minha visão.

Como eu fui me apaixonar tanto por ela.

Um Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora