Amizades e um possível convite

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— Um capuccino e dois donuts, por favor — Falei para o atendente que anotava meu pedido — Obrigado.

Fiz uma pequena reverência para o outro. Dessa vez não era Chanyeol ou Jongin, era um novato, pelo que percebi, e sua plaquinha indicava o nome "Luhan". Não parecia ser coreano, um chinês talvez pelo pequeno sotaque que reparei ao ouvi-lo anteriormente. É bastante simpático.

— Ele é bonito, não é? - Ouvi uma voz falar atrás de mim e me virei acanhado, mas reparei ser apenas Oh Sehun, um aluno da mesma sala que eu, e que já fizemos um projeto juntos.

— Ah, sim, é mesmo. Olá, Sehun-ah, o que faz por aqui? — Indaguei animado por ter uma companhia comigo.

— Olá, na verdade, nada — falou rindo e se sentando na cadeira que tinha sobrando — Mas te vi aqui sozinho e pensei em puxar conversa.

Ele falava tão animado e sorridente que não pude evitar de sorrir junto com aquela criança enorme em minha frente.

— Isso é bom, eu acho. Nunca tivemos a chance de conversar decentemente, não é? — o vi assentir e sorri amarelo — Você é simpático, Sehun-ah. 

E assim se findou uma conversa sem nenhum sentido. Ficamos conversando até dar o horário das aulas vespertinas. Pensaram que íamos separados, certo? errado. Fomos juntos e com um Sehun fazendo várias brincadeiras durante esse tempo. Acabamos virando bons amigos depois disso, ele é uns anos mais novo, porém é mais maduro que eu, com toda certeza.

Alguns dias se passaram, o baile se aproximava e ainda não criei coragem para chamar Chanyeol ao tal evento. Parece novo, mas fazia dias que não o via por conta da quantidade de trabalhos que estava a serem passados e nem tomar café eu tomo mais. Acho que nunca vi Jongdae tão feliz por algo relacionado a mim dessa forma. Dessa vez não cheguei atrasado e pela primeira vez vi o professor Yesung sorrir para mim. Não soube identificar se era felicidade, orgulho ou porque não teria que me levar até a diretoria, lhe poupando trabalho. Depois de entrar na sala vi Sehun acenar para mim, o cumprimentei de volta sorrindo e indo em direção aos dois patetas no fundo da sala.

— Qual a piada? — Falei irônico enquanto eles olhavam para mim segurando o riso.

— É que você virou amiguinho do Sehun ali e ao invés de usar essa cabeça de vento... — Suho deu um peteleco na minha testa — ...para chamar seu grande amor ou Chanyeol, sei lá como você o denomina, fica ai abobado conversando com o amigo dele, sonso. 

— É a falta de cafeína, Suho-hyung — Chen tentou sussurrar para o outro – inutilmente, diga-se de passagem.

— Engraçados vocês, viu? — resmunguei — Mas enfim, nem pensei nisso, vou perguntar hoje. Torçam para não ter um Baekhyun todo embananado.

— Fighting, Byunie! — os dois falaram juntos e um pouco alto demais, o que acarretou em um olhar feio do professor, assim encerrando a conversa aleatória.

— Mas Chan, tenta, vai! — Ryunjin falava enquanto me empurrava com o ombro e Yuna ria da minha cara — Aproveita que ele tá bem ali conversando com Sehunnie.

Ela disse isso apontando com a cabeça para um Baekhyun que olhava na nossa direção e um Sehun que ria apontando para cá. Reparei que o Byun começou a ficar com as bochechas vermelhas – muito fofo, por sinal – e se despediu rapidamente do outro, indo em direção aos seus amigos. Quando Sehun chegou até a nossa mesa, nem precisei indagar algo para ele já me atacar:

— Ou você anda logo com esse pedido ou eu mesmo faço por você. O garoto tá doido esperando e você fica aí, de corpo mole. Aliás, Jongin-ah tá indo atrás dele agora — Sehun apontou para o moreno que andava sorridente com seu amigo, Tao, no encalço.

— Mas como você sabe que o Baekhyun quer que eu o convide? — falei, tentando ficar calmo para não ir atrás de Jongin e falar com o Byun primeiro.

— Ele me disse, oras. Você chama ele, ele aceita, vocês ficam de boiolice o baile inteiro e depois transam, pronto. — Sehun falava e Ryujin, junto de Yuna, riam da minha cara — Vamos, Chan. E além de tudo, se você fizer bonito, talvez virem amigos… — ele fez uma pausa — ...Ou até algo a mais.

E assim a mesa explodiu em gargalhada com um Chanyeol todo vermelho. Meu rosto só faltou explodir quando virei para o lado, vendo um Baekhyun junto de seus amigos olharem para a minha mesa.

— Virar um avestruz é a melhor opção, esse ano.

Falei me levantando com a cabeça baixa, tentando me esconder – o que não era fácil; olha meu tamanho! A coisa mudou de forma quando Sehun me apareceu minutos depois na minha sala acompanhado de quem? Se pensou em Baekhyun, acertou, consagrado. Só faltei pegar o lápis que estava na minha mão e enfiar na garganta do meu querido, olha a ironia, melhor amigo. Mas como mamãe Park me deu boa educação, cumprimentei o Byun com um aceno de cabeça enquanto Sehun se sentava em minha frente. O puxei pela orelha ouvindo seus resmungos e disse:

— Oh Sehun, me dê uma ótima explicação para o porquê dele está aqui.

— Ora, meu querido amigão, você precisa de outros amigos e o Byun também. Pensei: por que não?

Ele falou alto o suficiente para que o outro do seu lado ouvisse e balançasse a cabeça lentamente em concordância, ainda sem olhar para mim, o deixando ainda mais fofo, se isso era possível. Estiquei a mão para o outro, esperando um comprimento e me apresentando. 

— Sou o Chanyeol, prazer. — dei meu melhor sorriso para o outro.

— Sou o Baekhyun, prazer — ele apertou minha mão, sorrindo pequeno e pela primeira vez olhando em meus olhos.

Depois disso Sehun falou mais algumas coisa e algo do tipo "Agora vocês conversem e agilizem meu lado, porque não sou cupido". Não foi bem assim, porém o conheço bem demais para saber que era esse o sentido. 

— Ok, se queremos ter uma amizade...bom, eu quero, e você? - Indaguei, vendo o outro assentir — Quais filmes você aprecia?

— Sagas como Harry Potter e Star Wars, por quê? - Ele indagou de volta, tombando a cabeça de lado.

— Porque temos o mesmo gosto. Será muito bom poder conversar com você.

Se eu era apaixonado em sorrisos de um Byun antes, agora nem consigo descrever. Ele se sentou na minha frente e começamos uma longa conversa até dar o horário de irmos para nossas palestras diárias. Seguimos andando juntos, rindo e às vezes discutindo sobre coisas bobas que não concordávamos. 

Conversar sobre filmes com Baekhyun foi com certeza a melhor parte do meu dia, e eu não poderia estar mais radiante quando acabou a palestra e ele veio em minha direção para pedir:

— Chanyeol, poderia me passar seu número? Adorei sua companhia e gostaria que continuássemos a conversar sobre várias e várias coisas. — Ele falava, afobado — Não precisa passar se não quiser, eu até entendo, mas…

— Baekkie, vou te chamar assim agora, calma. — falei rindo — Passo sim, me empresta seu celular.

Anotei meu número na agenda do outro, colocando Yeollie no contato. Esperava um agradecimento, mas ganhei uma coisa simples que eu ia, no mínimo, ter um gay panic quando ele saísse de perto: ele me deu um beijo na bochecha todo sorridente, se despedindo e indo em direção aos seus amigos que nem prestaram atenção a cena que ocorreu. Acenei para o outro ainda em êxtase e me virei para ir embora. Tenho que agradecer Sehun depois por fazer isso. Mesmo que de forma estranha, acabou me trazendo uma ótima companhia e além de tudo: agora sei o que fazer para chamar o Baek para o baile.

Love and fights all for coffee Onde histórias criam vida. Descubra agora