Capítulo 38

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Sinto a minha garganta seca.
Henrique: Pode falar sem medo.
Lari: Eu... eu estou disposta a passar para o seu lado se me ajudar a descobrir os segredos da minha família. ─ digo sentindo o meu coração acelerar.
Henrique: Onde está?
Lari: Te envio o endereço por mensagem.
Henrique: Daqui a alguns minutos estou aí. ─ assinto e encerro a ligação.
Não sei se estou fazendo a coisa certa, mas não suporto mais me machucar com as atitudes do João, não consigo suportar o facto de ele ser tão frio e egoísta. Sem que me aperceba lágrimas descem pelo meu rosto enquanto envio a minha localização para Henrique e a minha mente me bombardeia com vários momentos que eu e o João passámos. Eu achei que ele pudesse estar mudando, mas novamente me enganei.
Me sento na calçada esperando por Henrique e alguns minutos depois vejo um carro preto se aproximar em alta velocidade. Olho uma última vez para trás, para o caminho de onde vim e me levanto. O carro pára ao meu lado e ele abre o vidro.
Henrique: Entra.─ vou para o outro lado do carro e entro.
Ele dá partida.
Henrique: Foi a sua melhor escolha.
Lari: Como vai ser agora?
Henrique: Vou te ensinar a lutar, se proteger, usar armas, tudo o que englobe uma gangue e te ajudarei a descobrir todos os podres da sua família, porém eu troca eu quero uma coisa.
Lari: O-o quê?
Henrique: Que faça a promessa para se juntar à minha gangue, jurando lealdade, proteção aos nossos e lutar contra o inimigo ─ suspiro ─ E o inimigo engloba o Ávila. ─ engulo em seco, apesar de tudo jamais tentarei fazer algo contra o João.
Lari: E-u não sei.
Henrique: Pense, o João não hesitaria em matar o seu pai e talvez até você. ─ isso é verdade.
Lari: Tudo bem, eu faço essa promessa.
Henrique: Ótimo, sabia que faria a coisa certa.
Lari: E eu vou ficar onde?
Henrique: Na minha casa, tem um quarto arrumado para você.
Lari: Um quarto? Rápido assim?
Henrique: Eu sabia que mais tarde ou mais cedo você iria me ligar.
Lari: Porque está fazendo isso se já quis me matar?
Henrique: Porque você ainda poderá ser muito útil.
Não respondo. Estou cansada, preciso ficar sozinha mesmo que seja num lugar completamente desconhecido.
O resto do caminho é assim, silencioso. Eu deveria estar com medo de estar ao lado dele, mas acho que se ele quisesse me matar já o teria feito. Sei que por um lado ele está me usando para atingir o João, mas eu também não posso reclamar, estou o usando para descobrir os segredos da minha família e querendo ou não estamos fazendo um favor um ao outro.
Sinto o meu celular vibrar no meu bolso são ligações do Pedro, talvez ele já saiba que eu e o João brigámos. Queria muito atender, mas não acho que isso seja correto.
Henrique: Acho que você precisa de um celular novo. ─ ele pega no meu celular e o joga pela janela.
Lari: Hey!
Henrique: Você não precisa deles, terá novos amigos.

Debt - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora