Debt - Livro 2

Capítulo 11

Larissa narrando:
Saio do carro junto com o meu pai e entramos no cemitério. Caminhamos até à sepultura da minha mãe e assim que chegamos me perco em pensamentos. Faz anos que venho aqui regularmente mas todas as vezes é uma dor diferente, não só para mim quanto para o meu pai. Só Deus sabe o amor que eles nutriam um pelo outro, sem dúvidas é esse tipo de relacionamento que quero ter no futuro.
Gilberto: Vou te deixar conversar um pouco. ─ assinto. Meu pai sempre faz isso.
Quando ele se afasta me sento no chão e coloca a rosa vermelha sobre a sepultura.
Lari: Oi. Como você está? Espero que bem. Sinto tanto a sua falta, cada dia que passa é uma saudade diferente. Sinto falta dos seus abraços, de quando você acariciava os meus cabelos quando tinha pesadelos, de quando cuidava de mim quando me machucava ou estava doente e meu Deus como eu sinto falta disso. Queria tanto que você estivesse aqui para me ajudar, me dizer o que fazer porque eu sei que já sabe de tudo o que tem acontecido nos últimos tempos, a minha ida para casa do João, os sequestros, a chave, o cofre, enfim, tudo... então só me diz se estou agindo certo em procurar pela verdade. Eu acho que mereço saber isso por muito doloroso que seja, mesmo que o papai não queira que eu saiba, eu tenho esse direito e poxa como seria mais simples se você pudesse me ajudar. ─ suspiro e me lembro do João ─ Acha que o João e eu algum dia poderemos ser felizes? Acha que o papai tinha razão quando disse que ele não exitaria me matar para conseguir a chave? Eu estou tão confusa, não sei direito o que fazer, não sei mais em quem confiar. O meu próprio pai pode ser um criminoso e me usou para pagar uma dívida, o cara que eu gosto não quer ter nada sério comigo por nada desse mundo e você não está aqui. Precisava tanto de um conselho seu, alguma coisa que pudesse me deixar mais forte sabe. ─ fecho os olhos e respiro fundo, queria tanto alguma resposta porém ela nunca chegará.
Me levanto e sussurro um "eu te amo" antes de me afastar.
Vou para o carro enquanto espero pelo meu pai, não gosto de ficar lá pois o meu coração aperta ao vê-lo chorar. Sei que ele sente falta dela e não sei como reagiria se fosse eu no seu lugar.