Terra. A muitos anos num Futuro distante. Em algum lugar do Oriente médio. Em um tempo onde governos e presidentes são palavras mitológicas. Em meio a cidades que um dia já foram modernas, hoje estão destroçadas, com pilhas de sucatas totalmente deterioradas, que um dia já foram carros luxuosos. Um homem com cabelos brancos, roupas negras e um cajado de ferro nas mãos, andava pelos ruas.
Os passos silenciosos dele fazem um som que apesar de leve, tem uma incrível força e autoridade, lembrando um exército inteiro marchando. E então, a paisagem vai mudando. Uma longa ponte elevada em meio aos prédios da região desértica, que um dia já se passaram milhares de vidas em seus carros, hoje está pela metade, e quanto mais o homem anda, mais começa a ver objetos dourados. A cada metro em que o homem de cabelos brancos anda, a ponte oferece uma visão mais e mais dourada por objetos reluzentes e que um dia, já foram relíquias.
Um castelo de um material negro e parecido com metal e pedras é visto pelo viajante. Mas os guardas no alto do castelo também o viram.
- EYR, TOPH VANDRALIUM! -grita um dos guardas.
- Oi mestre...quanto tempo. Eu sei que você tá aí, poupe esses jovens de mim. - disse o viajante olhando para os jovens guardas que se vestiam com armaduras de ouro negro.
-STRANE PHAFA QUINE E QUIHA... - os guardas são interrompidos por um outro guarda, que os sussurra nos ouvidos. O portão se abre imediatamente.
O viajante é encarado por toda uma civilização onde as roupas modernas, são as que os homens de 2020 chamariam de arcaicas, e os pobres usam as roupas de nessa mesma época, eram as mais caras no mundo. A linguagem mudou, mas as pessoas continuam julgando umas as outras, como em qualquer lugar.
O viajante é recebido com espantos de surpresa e outros de atração física por mulheres, ora por seus cabelos mais velhos que sua aparência, por seu único olho vermelho, ou seu cajado que mais parecia uma espada velha e enferrujada, ou por sua perna direita que apesar de não mancar, rangia como metal velho. Fora mal encarado também por sua aparência física; extremamente bonito para alguns, e horrivelmente feio para outros. O mundo era outro.
- Eai mestre, vem fazendo tudo que sempre quis? - diz o viajante, olhando pra um homem com o rosto todo tatuado que está sentado em um banco na praça central da cidade dentro do castelo.
- Você sabe que sim. Mas e você velho amigo? Todos achavam que tinha cansado de se vingar de Deuses e avia morrido bebado ou drogado em algum canto desse mundo, ou quem sabe de outro...-Diz o Rei Midas. O viajante sorri.
-O sol vai nascer outra vez, e você sabe que eu não estaria aqui, se não precisasse. Eu sei que você o admira e acredita que ele ainda é a esperança, algo como ''a única coisa boa que ainda exista''. Não vou discutir com você sobre isso, porque você sabe bem o que sou...
-Você é o mal, na mais pura versão. -diz o rei Midas, interrompendo o viajante.
-Eu sou o mal necessário. Sou o equilíbrio. -diz o viajante.
- O mal não é necessário, Se... -O viajante interrompe o rei:
- Midas. Não há dúvidas que se eu erguer minha espada agora, não teríamos uma boa batalha. Sua morte seria certa. O garoto que fui não existe mais, eu era ódio, hoje sou muito mais. Estou aqui só te dando a escolha de me acompanhar contra ele, ou aguardar o pior.
Permita que o seu povo e seus filhos vivam e continue evoluindo...como você sempre quis! - Diz o viajante. O rei fica em silêncio.O viajente coloca sua mão robótica no ombro de seu velho amigo, o encara nos olhos. O rei Midas olha a cena assustadora dos olhos raivosos do viajante, um vermelho e o outro preto:
- então aguarde o eclipse, mas NÃO ME CHAME! MIDAS.
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LIMBO
Short StoryUm escritor, um Agente da CIA renegado e um "príncipe do crime" de uma prisão desconhecida. São unidos por uma cidade fantasma. Três homens quebrados psicologicamente por suas guerras, precisam desempoeirar suas armas mais uma vez e e encarar sues d...