capítulo 6 - ciências à parte

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Quando testando teorias e números, cremos estar em total controle do que acontece. Porém, é humanamente impossível predizer corretamente tudo o que virá depois do início da experiência, nessa sequência de acontecimentos pós-início têm que se levar em conta as ciências à parte. Alguns resquícios do passado e suas memórias serão somados ao presente, com suas dúvidas e anseios. Nada será como antes depois de já se estar completamente imerso na jornada.

Desperto com as cortinas do meu quarto sendo abertas ao som de assobios animados e outros sons engraçados. Alguns segundos depois sinto um peso considerável ser jogado sobre mim, enquanto um aperto forte se faz presente na minha cintura.

– Bom dia, aniversariante! Feliz aniversário! Vamos levantando, saeng.

Hobi bate levemente na minha bunda ao que se encaixa ainda mais no abraço apertado. Ele não me dá escolhas além de resmungar bravo pelo sono interrompido.

– Me deixa dormir, por favor! Esse é o meu presente de aniversário. Sai de cima!

– Na-na-ni-na-não. Vamos levantando que hoje é um longo dia de comemoração, em duas horas buscaremos o papai no aeroporto.

Hoseok sai de cima e posso finalmente respirar direito. Me levanto para fazer minhas higienes antes de tomarmos café da manhã. Meu irmão muito animadamente continua a se espreguiçar nos cobertores ao que escovo meus dentes vendo a cena.

– Então fui acordado para você ficar de preguicinha, palhaço?

Recebo uma travesseirada na cara enquanto estou parado na porta do banheiro do meu quarto, a escova cai da minha mão. Hobi não espera mas eu pulo em sua direção, travando uma batalha terrível de cosquinhas enquanto ele tenta se desvencilhar dos meus apertos. Somos bons em rir um com o outro e implicar bastante. Só isso já melhora meu humor.

– Hyung, faz o café para gente? Podemos comer a Nutella da geladeira com banana no pão. –  digo pensando no que tenho disponível já que precisava fazer compras.

– Eu trouxe algumas coisas, café da manhã dos campeões para o meu saeng completando 23 anos. A alegria do hyung!

Ele bagunça completamente meu cabelo, não consigo segurar a risada. Fazem muitos anos que comemoramos os aniversários com cafés da manhã juntos. Hobi gosta de seguir essas pequenas tradições. Volto para a minha tarefa bucal e enxaguo tudo, logo indo para um banho demorado.

Decido me vestir de forma mais leve, pois ainda teríamos trânsito para enfrentar até o aeroporto, separo meu chapéu para dias muito ensolarados - a previsão para hoje era de céu limpo e muito sol, típico da primavera. Minhas roupas não se diferenciavam muito dos jeans rasgados no joelho e as blusas largas pretas confortáveis de sempre, mesmo sendo o aniversariante.

Quando vou para a cozinha, já pronto para sairmos, Hobi está sacolejando ao ritmo de Buttons das Pussycat Dolls, o qual toca na minha caixinha de som no volume máximo. Me junto a ele nas dancinhas enquanto vou colocando as comidas em pequenas tigelas, sinto o cheiro da sopa de algas que ele está esquentando e abro um grande sorriso.

Comemos deliciosamente a refeição com a minha playlist festiva ligada ecoando pelo pequeno apartamento. Costumo aproveitar cada refeição acompanhado pois no dia a dia geralmente como sozinho, diferente de Hobi, que pode comer com o pessoal da sua clínica.

– Já está tudo planejado, vamos nos manter ocupados pelo dia inteiro. Primeiro buscar o papai, sair para almoçar, buscar um café e depois cinema em família. Como fazíamos antigamente.

– Adorei tudo, hyung.

– Muito bem. A tia Jieun não veio por qual motivo?

– Ela está atolada com os trabalhos da gravadora em Busan.

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