Capítulo 2 - Thaynael

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      Mais uma manhã como todas as manhãs dos últimos 3 anos. Thaynael desperta ouvindo o som das correntes de vento, passos e vozes. Se ouvia "bom dia" dos habitantes de Celtrock e mais falas das quais ela não conseguiria se concentrar para entender no momento. Thaynael se vira na cama e coloca os pés no chão, esfrega as mãos no rosto e passa para os cabelos descendo as mãos da cabeça até a altura do peito, seus cabelos levemente castanhos chegavam abaixo dos ombros, seu semblante era mais hostil e apesar de bela a cara fechada assustava. Ela enfim se levanta e bate vigorosamente suas asas angelicais. Cada asa partia da escapula e em comprimento tinham o tamanho da moça. Apesar do corpo atlético com músculos bem definidos, uma alta estatura e seios médios, as asas e a cara fechada eram o que é mais chamavam a atenção. Thaynael após balançar suas asas se espreguiça ouvindo leves estalos das articulações das costas, braços e os dedos da mão. A morada do anjo era um quarto todo em pedra rustica, com quatro paredes, uma porta de madeira negra entre duas janelas estreitas quase que na altura do teto. Teto que ficava a quase 3 metros de altura. O pequeno banheiro ficava ao extremo do local de sua cama, lá apenas uma latrina e uma alavanca de bomba de mão que fornecia água para o conjunto. Thaynael perdeu alguns minutos em suas necessidades básicas matutinas e voltou ao cômodo principal para se arrumar, fora a cama o quarto também possuía uma mesa, duas cadeiras e dois baús, um ao pé da cama e outro embaixo da mesa. Era hora de se vestir, a moda não era ditada por seres com enormes asas, então muitas de suas roupas eram improvisadas ou feitas de forma que fossem vestidas com amarras laterais ou pelas pernas. Tirou a camiseta que usava par dormir, era rasgada nos lados com trapos que serviam de amarras, assim podia vesti-las só pela cabeça sem passar os braços e as asas. Vestiu uma espécie de Top branco com fecho nas costas, por cima uma túnica cinza clara toda rasgada na lateral, na qual precisasse vestir apenas a cabeça, as amarras diferentes de seu pijama eram bem feitas e justas, cinco de cada lado, botou uma calça na mesma tonalidade e colocou a base da túnica para dentro da calça. Seus calçados estavam à beira da porta, calçou as sandálias em couro claro e pegou sua bolsa de mão. Enfim o dia realmente começou.

      Ao pisar para fora e bater a porta de seu casebre, olhou a vista a sua frente e contemplou os mares de morro e um densa floresta que se perdia de vista. Essa era a vista do lado em que morava em Celtrock, uma cidade de magos construída em um fragmento de montanha que flutuava no céu ao oeste do continente, a cidade era bem vertical, com várias escadas. Os novatos se perdiam facilmente entre as vielas. Por se tratar de uma cidade flutuante o céu era sempre azul, raramente chovia em Celtrock.

      — Mais um dia no paraíso!

      Thaynael se virou para a direção de onde ouviu a frase e rapidamente com a mão direita pegou um objeto que foi arremessado em sua direção. Era um pão, ainda quentinho.

      — Bela pegada, Thay. — Disse um senhor com semblante calmo e com rugas que já entregavam a avançada idade. A barba e cabelo eram grisalhos e vestia uma túnica verde, bem desbotada.

      O anjo aproximou o pão as narinas e ao sentir o cheiro doce, sorriu. Olhou para o velho e ambos trocaram sorrisos. Ela acenou com a cabeça e o velho retribuiu. Thaynael se virou olhou para as partes mais altas da cidade a partiu rumo ao centro de Celtrock, a cidade era majoritariamente feita de construções de pedras rusticas, apenas o centro da cidade no qual abrigava o templo principal, a biblioteca e as alas de estudos eram estruturas feitas com uma arquitetura mais belas, altas e de um tom de branco que agrediam os olhos caso o admirador focasse a vista por muito tempo nas belas construções. Outro detalhe que não passava despercebido eram as vestimentas dos habitantes, sempre uma camiseta (que mais se pareciam com uma camisola) e calças largas, a maioria em tons de cinza, alguns raros vestiam tons de verde, vermelho ou azul. O preto e o branco eram raros, usados apenas pelos mestres. Ao se aproximar dos prédios principais os sons de madeira batendo, respiração ofegante e gritos de comando chamaram a atenção de Thaynael, "Como eu queria ficar aqui o dia inteiro" pensou ao olhar o campo de treino, a escola não só ensinava o domínio da energia natural como também defesa pessoal e aulas de lutas avançadas. Por esse motivo a anja não poderia se dedicar aos treinos na parte da manhã, pois apenas novatos ou pessoas sem talento algum para o confronto físico treinavam pela manhã. Thaynael era a melhor lutadora da cidade, melhor do que qualquer um dos instrutores. Seu destino pela manhã eram os salões de domínio elemental, porem devido ao Mestre Icarenus ter viajado para as cavernas que davam acesso ao interior da montanha prateada, nos últimos três dias ela passava as manhãs na biblioteca.

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⏰ Última atualização: Mar 07, 2021 ⏰

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Contos de Qua'Sar - Thaynael e a estrela perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora